quarta-feira, 19 de março de 2014

Meu Rio Tejo



Há alguns dias atrás, fui abraçar o rio Tejo,
Tenho uma dívida para com as suas águas,
O meu desfalecimento não era seu desejo,
Grande amigo confidente de minhas mágoas.

Muitos anos são passados, era eu afoito menino,
Julgava-me grande nadador que as águas dominava,
Fui protegido pela sorte, assim quis o meu destino,
O meu fim não era chegado, o Tejo me recusava.

Era uma praia pequena, pertinho da minha aldeia
Onde os domingos eram passados em total alegria,
Na tentativa de apanhar uma bola fugidia da areia,
Largada por uma criança que brincava com euforia.

Agora, sempre que posso, estou junto de suas águas
Vejo-as deslizar docemente ao encontro do mar,
Segredo-lhe coisas minhas, íntimas, conto-lhe histórias,
Porque sei que ele está a ouvir o meu sussurrar.

Sorrio-me para a luz que das suas águas provém,
Voa a minha alma, solto o coração ao vento,
A serenidade invade-me, junto da torre de Belém
Desta Lisboa que eu amo, em doce contentamento.

Gostava estar mais perto de ti, Tejo da minha vida,
Mas nem sempre se consegue o que mais desejamos,
Navego em ti, nos pensamentos de alma agradecida,
Acredito meu amigo Tejo que realmente nos amamos.

 José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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