Queria aquietar-me
com o silêncio das palavras,
mas elas inquietam-se em mim
num desassossego que me
impele
a colá-las no papel ávido de
prosa,
ainda que desordenada,
ou em metáforas encadeadas
pela luz,
talvez até, em rimas emparelhadas
pelos ventos
formando estrofes coloridas
pelo arco-íris.
E as palavras surgem como
por magia,
alinhadas em versos de
sentimentos,
por vezes em exaltados sonetos,
quando são agitadas
pelos pensamentos que insistem
em terminar o texto inacabado.
Inesperadamente o que era
nada,
surge a meus olhos
como o poema que não
imaginara,
mas que a inspiração ou o
silêncio,
me obrigaram a inventar,
na inquietude do meu pensar.
José Carlos Moutinho
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