Mesmo muito velhinho…
Não quero tua pena, mas sim
o teu carinho,
se me olhares como a uma
coisa velha sem valor
um dia também, serás
velhinho(a) e talvez sem cor,
tive a felicidade de ter
vivido uma vida plena
e tu não sabes se a terás,
como eu, tão serena,
por isso eu te digo, jamais
olhes para um velhinho
como se fosse nada ou um
estorvo no teu caminho,
temos em nós, velhinhos um
mundo de conhecimentos
recebemos do sol a alegria e
do vendaval os tormentos,
caminhamos aos tropeços pelos
caminhos da tremura
mas existe em nossa alma uma
longa estrada de ternura,
se eu precisar não me
recuses a tua mão protectora
Serei velhinho…
Bem velhinho mas ainda não é
chegada a minha hora,
fui criança, adolescente e
homem,
agora de cada um, tenho um
pouquinho
é o ciclo de vida, por isso
te peço falando-te baixinho
jamais me deixes abandonado na
esquina da tristeza
estando ao meu lado, só
demonstras grande nobreza,
quando eu deixar de ser
velhinho e possa ser saudade
sentirás alegria se te
pensares uma pessoa de bondade,
serei velhinho…
Bem velhinho, mas ainda
vivem em mim, ilusões,
ilusões de um mundo melhor,
humanizado sem agressões.
A vida é vento que sopra
constante, até um dia se cansar
é sol de alegria, breu da noite
e luar que se irá eternizar…
E quando eu já for bem
velhinho…
Um dia, de mim tudo se
esfumará, serei núvem passageira
da minha terrena vida, deixarei
com orgulho uma bela esteira…
José Carlos Moutinho
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