quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Nas asas de uma gaivota





Já fui nuvem solitária
e voei em muitas latitudes,
fui arco-íris do pensamento
e sol escaldante de ansiedade
fui quietude trazida pelas mãos da brisa
e já me agasalhei com o manto do luar,
respirei fragrâncias de maresia
suspirei saudades reprimidas,
abracei ventos intempestivos
amei perfumes de doces rosas
e sofri mordidas de seus espinhos,
já fui seara de ideias coloridas
e estiagem de sonhos esmorecidos…

Sou a vontade que se solta de mim,
vencedor do obstáculo encontrado,
sou a força com que me invento
e o remanso da incompreensão adversa,
sou o mar que me leva pra lá do horizonte
e a bravura das ondas do meu retorno,
e ainda sou a acalmia da alva espuma
que me vem beijar nas horas de nostalgia…

E nas asas de uma gaivota,
levo-me pelo infinito,
cruzo a via Láctea serenamente,
penso-me um ser metafisico,
despojo-me da matéria que carrego
e sorrio à luz que me desperta do sonho

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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