quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Não sei quem sou





Não sei quem sou,

por vezes penso-me nuvem que passa,

outras, acho-me brisa de afagos

e até o sol, eu me penso ser…

Podem acreditar no que vos digo,

tive noites que me achei luar sereno,

mas também já fui mar intempestivo...

Houve momentos da minha existência

em que fui onda a beijar a areia dourada

e outras tantas, despertei -me

do sonho que me fazia essência…

Dirão que sou louco,

então que o digam, se vos agradar

pois se eu próprio assim me considero…

E considero-me louco por não me entender,

nem compreender os que se acham normais…

E se discordam com o que eu vos transmito,

tomem atenção então:

Qual a razão, para que não gostem da minha onda,

será por que o meu mar não sorri?

(desconhecem, coitados)

Não sabem que eu sorrio com a maresia da alma…

Ou será por que eu não bajulo os luares

nem me ajoelho em mendicidade de favores estelares

nem imploro amizade da brisa

por que a entendo como coisa natural e espontânea

e não como um favor hipócrita interessado em carícias?

Assim vos digo, a todos que me lêem…

Que não sei quem sou,

nem em que mundo vivo

mas sei, podem crer,

que serei sempre o oposto

ao que possam pretender que eu seja!



Por tudo isto, eu, que não sei quem sou,

sou certamente, nuvem, brisa, sol, luar, mar, onda, areia

serei afinal tudo o que eu desejar,

mas jamais serei a vontade dos outros.



José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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