sábado, 6 de fevereiro de 2016

O perfume das brisas





Quando as brisas tinham outro perfume,
talvez, por que viessem de longínquas atitudes
respirava-se o ar das mariposas coloridas…

Agora, com a confusão dos ventos,
sibilando no desatino dos astros,
instalou-se a confusão nas mentes
e o desassossego dos dias!

Quando eu na quietude do meu sentir,
voava nas asas das minhas utopias
e sorria às flores por onde eu passava,
elas olhavam-me com a ternura
de quem se gosta…
Eu ficava feliz com essa manifestação
simples, como simples é a natureza,
e continuava a voar…
E voava…por que comigo, viajava a alegria
que me forçava a ir mais e mais longe,
até aonde o infinito termina,
ou, talvez, comece, quem sabe…

Já não voo, nem sequer viajo
pelos caminhos da fantasia em mim,
soçobraram-me as vontades,
esmoreceram-me os  suspiros,
murcharam os meus fulgores,
apagaram-se as minhas chamas!

Talvez um dia, retornem as brisas,
mais serenas e com novos aromas
que renovem no meu peito, as esperanças
de me rejuvenescer…
e recuperar tudo o que este tempo me levou.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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