Era um tempo de novidade, talvez,
a actual anarquia de editoras inexistia,
temas eram seleccionados com sensatez,
mas o presente enlouqueceu a poesia,
era um tempo de curiosidade e abraços,
e as amizades até podiam acontecer,
hoje, com tantos livros e leitores escassos,
certamente todos nós ficámos a perder,
nesta grande confusão, até inimizades
nasceram, sei lá, dos berços da inveja
que castrou algumas velhas afinidades,
resta-me pedir a Deus que os proteja,
porque é a última a morrer, esperança
que ainda tenho para ver tudo acertado,
é sabido, da tempestade vem a bonança
para se poder navegar em mar sossegado!
José Carlos Moutinho
20/7/19
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