Abro os
braços
sinto o
vazio entre eles,
talvez o
mundo esteja, também, vazio,
congelaram-se
os sentimentos,
calaram-se
as vozes da harmonia...
Relembro o
tempo,
um outro
tempo, não muito distante,
em que, ao
abrirem-se os braços
facilmente
encontravam outros braços,
que se
fundiam
num sentido e
longo abraço,
e quando os
sentimentos eram exaltados
com a
facilidade da sinceridade,
e as vozes
jamais se calavam,
gritando bem
alto que a amizade,
era
verdadeira e eterna
mas que hoje
se tornou uma raridade!
Resta-me
baixar os meus braços cansados
pela
ausência de outros,
eventualmente,
também, cansados,
porque a sã
convivência
deixou de
ter a vitalidade de outrora!
O cansaço
generalizou-se
neste mundo,
tão cansado de verdade,
cedeu lugar
a outras coisas,
a que, os
sentimentos
e a
dignidade são alheios!
Estamos
(quase) todos,
hipocritamente,
cansados!
José Carlos
Moutinho
29/9/19
Ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
Sem comentários:
Enviar um comentário