quinta-feira, 2 de abril de 2020

Amo a vida

Olho o vazio que me cerca,
interrogo-me se vivo noutro planeta,
o silêncio confunde-me os pensamentos,
divago sobre o bem e o mal,
ignorando a razão das calamidades
e volto a interrogar-me do seu valor
e do seu interesse em provocar tanta morte!

Sinto-me frágil e desalentado 
ao viver momentos tão surreais
como se filme de Spielberg se tratasse,
as ruas desertas oprimem-me as vontades,
há um deserto em mim
de areia movediça, 
onde, porém, imbuído de esperança
vislumbro o oásis próximo!

Quero fugir deste terrível sonho 
sonhado de olhos bem abertos,
quero voltar a abraçar gente,
aspirar o ar, que agora, pela fatalidade 
se tornou mais puro,
anseio ver o mar,
deixar-me navegar 
pelo infinito do meu tempo
no seu dorso cintilante de sol!

Desejo poder viver em plenitude
o que antes escusei viver,
sem estas amarras virais
que me roubam a liberdade!

Quero voltar a ser, simplesmente,
um humano, com todo o meu direito,
agora prejudicado 
por razões que desconheço,
ou, quiçá, pela ganância 
de outros humanos!

Quero somente viver
e gritar ao mundo que amo a vida!

José Carlos Moutinho
2/4/2020

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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