Caminhei lentamente pela rua
e a chuva molhava-me o rosto
aquelas gotas não eram da lua
nem sequer era mês de agosto
Verdade que me refrescava
com aquela miúda chuvinha
enquanto seguia, imaginava
se poderia criar o poeminha
Mal a casa cheguei, molhado
peguei no meu velho secador
e para evitar ficar constipado
a roupa sequei, usando vigor
Só então, sequinho e fresco
escrevi o que agora aparece
talvez pareça, certo arabesco
e fi-lo só porque me apetece
Porque sou um livre pensador
que com a rima invento nada
num airoso voar de beija-flor
deixo a poesia, quiçá, alienada
José Carlos Moutinho
27/10/2023
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