à sombra dos murmúrios
se escondem marés agitadas
e ventos alísios de estranhos silvos…
Quantas vezes…
nas tardes sonolentas
pelo calor estival de pensamentos arredios
sufocados por atitudes vazias
são obstáculos ao respirar verdade…
Quantas vezes…
em primaveras de ilusões
florescem flores mortiças
coloridas de negro
em jardins de desencanto…
Quantas vezes…
o sol altivo e luminoso
se esconde, ignorando sorrisos falsos
e mergulha na penumbra
da indiferença…
Quantas vezes…
o luar de tons azul-celestes
ignora as noites castigadas
pela desumanidade
e pela ausência de humildade…
Ah…
mas quantas vezes…
o universo conspira,
e torna tudo o que era inútil e fútil
em alegria e felicidade,
quando bem-disposto, transforma a maldade
em simpatia, tentando parecer bondade,
Concede-nos marés, luar, sol e ventos,
engalanados de humanidade,
mostrando ao mundo
que todos nós, simples viajantes do tempo,
somos tão efémeros como o luar de uma noite
o sol de um dia
e as marés e ventos dos momentos passageiros!
José Carlos Moutinho
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