Certo dia eu fui a Lisboa,
para conversar com o Tejo,
passei por Alfama e Madragoa
só para matar meu desejo
Pertinho da torre de Belém
extasiei-me a contemplar o rio,
e obviamente como convém
admirei o que Deus esculpiu
As águas corriam rapidamente
ansiosas por estar com o mar,
ainda lhes falei assim de repente
fiquem aqui comigo, até tardar
O Tejo imponente e indiferente
nem uma palavra me respondeu,
entristeceu-me aquela torrente
que sequer ao meu olhar cedeu
Já entardecia, quando de lá saí
para variar passei pelos pastéis
de Belém, claro, ficavam logo ali
apesar das calorias serem cruéis
José Carlos Moutinho
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