segunda-feira, 26 de agosto de 2024

#Poema que nunca foi meu

É na solidão que eu me encontro
e me invento através do silêncio,
pelas palavras que descubro dentro do meu sentir
e lhes falo docemente, pintando-as no papel branco,
imaginando-as a mais bela tela da minha emoção.

Transformo o alvo papel em paleta de múltiplas cores,
vou retirando uma a uma delicadamente
e crio o poema, palavra após palavra,
que se aconchegam no meu anseio de poeta…

E as palavras tomam a forma do meu querer,
rimam nos versos que vão surgindo
como que por arte mágica,
e fazem-se metáforas de sentimentos,
agrupam-se em estrofes de sensações,
bailam livres aos olhos de quem as lê
e fazem delas o poema dançado pela melodia
que lhes penetra fundo na alma
e pensam seu,
o poema que eu acabei de criar
e que já não é meu.

Observo a satisfação de quem o leu
e sorrio, feliz e realizado
por transmitir um sentimento em mim latente,
para o leitor o absorver com a ânsia do seu coração.

José Carlos Moutinho
In “Sonho ou Ilusão”



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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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