a razão de ser tão silente
e o Silêncio tão silenciosamente…
nada diz!
Então frustrado
viro-me para o Ontem
e pergunto-lhe a razão de já ter partido
o Ontem, porque já não estava e não me ouvia…
nada disse!
Depois, olhei o céu enegrecido
e por entre as nuvens cinzentas vi a Lua
e pedi-lhe que me dissesse por só aparecia na noite
a Lua, cintilou, sorriu e…
nada disse!
Esperei pela alvorada,
para quando o Sol despontasse
eu tentasse saber o motivo,
de algumas vezes ser quente demais
outras, nem sequer aparecia,
ficava escondido sabe-se lá onde…
Mas…não pude saber o que eu pretendia do Sol
porque, exactamente nesse dia,
ele ficara escondido,
sabe-se lá onde e…
nada disse!
Desanimado, dirigi-me ao Mar
que por acaso estava perto de casa
inquiriu-o da razão de ter tanta água salgada,
porque se não fosse salgada
mitigaria a sede a muita gente
o Mar, triste, titubeou na dúvida se devia responder ou não
e murmurou-me: pois todo este sal
são lágrimas de tristeza, derramadas por imensa gente
que, lamentavelmente, morre todos os dias
na tentativa de conseguirem a liberdade
ficámos a olhar-nos tão silenciosamente,
como na primeira estrofe!
José Carlos Moutinho
23/7/2025
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