José Carlos Moutinho
Portugal.
Já plantei anseios em mares de esperança,
colhi sonhos em luares de emoções,
viajei por galáxias da imaginação,
inventei oásis em pensamentos,
fiz-me campeão sem nada ter ganho
e humilde perante o sucesso
Aqui e agora, decidi criar um hiato breve,
entre a ficção e a realidade
e ousadamente, poemar-me…
Sim, tentarei poemar-me
através das palavras presentes,
por pensar que sou digno dessa honra,
pois, cansei-me de poemar os outros
e de tudo o que me rodeia
neste mundo de inquietudes
Mereço, pois, que apreciem
os meus sentimentos, que, por vezes, omito
quando os ventos sopram em sentido contrário,
mas que, também, exalto,
quando as brisas me murmuram ilusões,
e me aconselham a libertá-los
E poemo-me, porque, corajosamente,
certo dia, soltei a timidez
que me embargava a voz,
que ancorava os movimentos das mãos,
e inibia-me o anseio latente em mim
de me libertar do medo da exposição
Então, poemo-me, pelo que tenho obtido
nos meus voos a meia altura
por entre as nuvens emotivas da escrita,
e ter aprendido que escrever é um dom
que se tem, graciosamente,
sem que haja lugar à vaidade ou presunção
Neste meu singelo desejo de poemar-me,
deixo-me navegar por entre os olhares
de quem este texto lê,
com a serenidade do meu pensamento
de que jamais deixarei de sonhar
um contínuo viajar até ao dia
em que na probabilidade da minha longevidade
eu atinja total realização dos meus sonhos
jamais sonhados
22/7/2025
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