José Carlos Moutinho
Portugal
E porque não sei dos ventos
abraço as brisas que passam
suspirando quietude e nostalgia
E neste estado de emoção
lembro o tempo que passou
e sorrio ao tempo que virá
É carrossel de imenso movimento
esta vida que nos tem no colo
do futuro e da esperança
Tudo passa,
tal como a brisa que acalenta
mas, também, o vento das ilusões
e das inquietudes
Ficam, porém, na memória
as histórias de paixão e amor,
porque essas,
nem brisa nem vento as desinquieta
da acalmia em que se aconchegaram
no ninho da nossa saudade
Penso na vida, sossego o pensamento
ao ritmo do meu coração
que clama alegria e felicidade
ainda que desencadeadas tempestades
se abatam sobre o meu amigo pensamento
O meu olhar vagueia
pelo horizonte dos prazeres
talvez em busca de algo novo
que o deixe encantado
Só vislumbra, porém, agitação na rua
e o arrastar dos infelizes sem abrigo
esqueléticos de estômago vazio
Ai, vida triste de alguns,
neste mundo de injustiças,
quando tanto se esbanja
e se gasta em guerras e vaidades
Com este quadro de miséria
que o meu olhar captou
ofuscou, lamentavelmente,
o meu feliz pensamento de há pouco
Contrastes da vida, dolorosos
que nos são oferecidos a todo o instante
10/11/2025
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