quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Amarras





Grito ao vento que me assobia,
que me liberte destas amarras,
que me prendem os sonhos
e me deixe voar nas suas asas de liberdade,
por aí, ao encontro de um lugar,
onde as vontades sejam respeitadas,
as verdades não sejam ilusões!
Quero soltar esta dor que me aperta o peito,
respirar o ar da alegria,
navegar por rios de esperança
e abraçar o mar da serenidade!
Quero iluminar a minha alma
com o sol que se espelha nas águas
e flutuar nas ondas do meu sossego!

Esta ansiedade que me invade,
me manipula na frustração do meu querer,
leva-me por céus inquietantes,
em pensamentos nebulosos
do meu sentir,
que me mergulham e afundam
nas águas do meu mar sereno.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Entardecer





É no entardecer,
quando o sol se vai escondendo
lá longe, na linha do horizonte,
que nós exploramos o nosso sentir,
no abraço que nos une,
acariciado pela penumbra que se vai desenhando
na noite que se avizinha!

Deliciamo-nos com a mudança de mais um dia
esperamos pela noite do nosso amor,
onde partilharemos as nossas emoções,
sob o manto do luar que virá aconchegar-nos
e deixar-nos-emos envolver,
pela paixão que nos toma,
na simplicidade dos sentimentos!

Temos as paredes do nosso quarto,
Como testemunhas da nossa paixão
e pelas janelas abertas,
deslizarão estrelas, entoando melodias
alegrando os nossos corações,
serenando os nossos corpos suados.

José Carlos Moutinho

Noite de lua cheia





É bela a noite de lua cheia...
Mas o luar não me traz o brilho,
dos olhos da minha amada,
que se perdeu no breu da saudade,
nem o cintilar das estrelas,
que me sussurram
palavras do seu exausto amor!

Este mistério que a noite encerra,
desencanta-me a alma no meu recordar
dos sonhos sonhados
e dos instantes vividos,
em outras noites de outros luares
de ávidos sentires!

Olho serenamente a beleza
daquele fascinante astro,
que me transmite uma paz relaxante!

Dispo-me das minhas tristezas
e levo-me em pensamentos alados,
por vales cósmicos de emoções novas,
em busca do brilho de outros olhos,
que me ilumine o coração
na alvorada do meu querer.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Naquela ilha



A ilha na sua exuberante paisagem,
estendia-se por campos de lindas flores,
em seu redor, o mar entoava melodias
que nos chegavam fascinantes!
O sol no seu esplendor,
iluminava tudo e todos;
A natureza estava “quase” perfeita,
em toda a sua beleza e feitiço...
Mas eis que apareceste tu,
para completar aquele belo cenário,
de deslumbramento terrestre!
As flores engalanaram-se
com as suas mais belas cores,
para te receberem,
pois tu eras a rainha, a flor principal,
naquele jardim, no meio do mar plantado!
O sol sorriu-te à tua passagem,
o mar aprimorou-se nos cânticos,
em tua homenagem...
Eu, simplesmente emudeci,
porque as palavras calaram-se na minha boca,
dando lugar ao batimento do meu coração,
que fascinado pelo teu encanto,
me deixou extasiado
e apaixonado.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Murmúrios das ondas





As ondas que se enrolam no mar,
trazem murmúrios da minh’amada,
que em belos poemas, ao luar,
me deixam a alma encantada.

No dorso do mar, o brilho do sol,
é sorriso que ela me envia,
nos seus olhos está o meu farol,
de luz, da minha alma poesia.

Meu amor, quanta felicidade...
que me faz voar pelo infinito,
ao encontro da eternidade!

É belo ser amado e amar,
livre de amargura e conflito
e nos braços do amor, aportar!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Alvorada da vida



 
Passavam pela minha rua, como mariposas saltitantes
com a alegria da juventude de cabelos ao vento,
seios eretos, escondidos em blusas de xadrez
saias plissadas, que ressaltavam belas e torneadas pernas...
E sorriam, falando animadas, em voz alta,
como se estivessem em festa!
E estavam...
Na festa da vida,
da mocidade que as abraçava
em total desprendimento,
sem preconceitos nem alienações,
o sangue que lhes navegava o corpo
tinha o vigor da pujança...

Esta a imagem, que se esconde
no baú das minhas memórias
e que ao longo dos anos,
sempre me acompanhou,
ainda que ventos e tempestades
das incongruências da vida,
me forçassem a perdê-las
nas brumas do esquecimento!

Ainda hoje,
quando as tardes se vão encurtando
no calendário da minha vida,
recordo com saudade,
a imagem daquelas garotas,
que faziam o meu coração sonhar,
na inocência da minha puberdade.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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