sexta-feira, 3 de julho de 2015

Posso até...






Procuro respostas, encontro dúvidas,
viajo por mares de incógnitas,
sopram-me ventos de desconfiança
mas agarro com firmeza, os remos da resiliência,
posso até naufragar em vâs esperanças
pois distante está meu porto de abrigo,
mas, obstinado, remarei até à exaustão,
ainda que tenha de cruzar a linha do horizonte
penetrar serenamente no céu
e voar por entre núvens,
iluminado pelo cintilar das estrelas
e esquecer tudo o que busquei
e jamais encontrei…
Posso até ter saudades do que vivi,
mas certamente não me arrependerei
de ter sido temeroso e aventureiro
na busca interminável da quietude
que acalmasse minhas ânsias.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Sou positivo, sim senhor





Faço deste poema um caudaloso rio de alegria
para os que me pensam triste e negativo…
julgam-me pelos meus posts do dia a dia,
mas quero dizer-vos que sou bem positivo.

O que escrevo, raramente a mim diz respeito,
pois são simples desabafos do meu sentir
que transmito a todos, com meu simples jeito,
para vos fazer calmamente, sobre eles reflectir.

Não sou filósofo e muito menos um pensador,
crio sem pretensões simples frases ou  aforismos,
faço das minhas palavras sentires com amor
e tento sempre, escapar dos usados atavismos.

Assim, amigos, vejam-me com a vossa bonomia,
pensem-me fazedor de versos que gostam ou não,
agradeço-vos sensibilizado, a vossa simpatia,
vivam as palavras escritas e cantadas pelo coração.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 30 de junho de 2015

Como borboletas



Pululam como borboletas coloridas
por campos semeados com a verdade,
pousam aqui e ali afoitas e desinibidas
e esvoaçam batendo asas de falsidade.

São despudoradas no seu voejar saltitante
pensam-se cativantes na beleza de suas cores,
voam baixinho, com um ar irónico e arrogante
não passam de larvas amorfas sem valores.

Têm porém uma errónea e efémera vida
por que suas cores empalidecem com o tempo,
tempo que desnuda toda a palavra mentida
e as derruba no chão vergonhoso e lamacento.

Algumas mais resistentes prolongam o seu voar
esforçando-se por se enganarem a si mesmas,
muito poucas, ainda vão tentando mistificar
por que se vestem negras como avantesmas.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Escuta ó mar





Por que me gritas tu, ó mar
se eu tão sereno te contemplo
e me deixo levar no teu doce navegar
quando a nostalgia arpoa meu tempo?

Escuta-me neste silêncio de mim,
sussurra-me na maresia do teu ondear
e eu perder-me-ei em sonhos sem fim
com a música do teu contínuo marulhar.

Sempre te admirei na tua acalmia,
abraço-te na lonjura do teu horizonte,
para mim és uma verdadeira terapia
por que bebo minha poesia da tua fonte.

Por isso ó mar, nunca te faças tormenta,
sorri-me quando o sol te fizer cintilante,
és melodia que a minha alma acalenta
e energia que me faz viver cada instante.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Inquietudes





As tardes esmorecem-se nas minhas saudades
Encostam-se ao meu peito e omitem os cheiros
Inquietam-se nos instantes da minha nostalgia
Sopram brisas que passam silenciosas sem destino…

Pensamentos soltam-se em turbilhão
Aglutinam-se em sonhos perenes sem futuro
Voam vadios pelos céus da imaginação
Em busca do que não sabem, nem entendem…

Desatinam-se inconsoláveis com o fracasso
Suspiram dores sofridas nas noites eternas
Gritam palavras que se emudecem no ar
E caem no chão, inertes de asas quebradas…

Folhas matizadas e sulcadas pelo tempo
Esvoaçam rindo do inverno das ilusões
Escusam-se às mãos ávidas de sensações
Que as tenta agarrar no seu aleatório voo…

Anoitecem emoções, iluminam-se esperanças
Cantam os grilos e as cigarras, despertam os sons
Acendem-se as madrugadas com a luz do alvor
O sol eclipsa os sonhos, e acende a realidade da vida…

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Magia ou ilusão





Sua voz vinha com o vento,
falava de coisas passadas
vividas num tempo esquecido,
chegava-me como um lamento
que agora não fazia mais sentido.

Mas o vento continuava ruidoso
por cima do agitar das árvores,
soprava desalento e tristeza
num som tão seco e lamurioso
que mais parecia fervorosa reza.

Olhei o céu e julguei ver a imagem
da mulher cuja voz eu ouvia,
fiquei pensativo, quiçá preocupado
seria sonho, pesadelo ou talvez miragem,
sei que meu coração bateu assustado.

Talvez fosse magia ou quimera sonhada
o que me acontecia, não era normal,
fechei os olhos, tentei me acalmar
porque afinal toda aquela trapalhada
fora causada pelos raios do sol a brilhar.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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