sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Margens do tempo



Pelas margens do tempo,
desde que esse tempo
se vestia de tropicalidade,
tenho-me levado por caminhos impolutos
evitando sempre os atalhos escusos
e as avenidas da ribalta!

As margens traziam-me
os perfumes da vida,
as cores da esperança,
permitindo-me a liberdade
e a desenvoltura da simplicidade!

Então, o tempo acolhia-me, sorrindo,
entendendo a minha singeleza,
oferecendo-me o chilrear dos instantes
que se faziam presentes
e que jamais se fariam retorno!

Os outros, aqueles...
Iluminados por si próprios,
quando me viam passar
olhavam-me complacentes,
ou quiçá, comiserativos
pela minha preferência pelas beiradas
da caminhada da vida,
que o tempo, sempre sorrindo,
me indicava como as ideais!

Hoje, continuo, serenamente,
a preferir as margens
que ao longo do tempo,
o meu tempo,
graciosamente, me oferece,
e que eu, profundamente, grato
correspondo, sorrindo.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

As palavras em silêncio (Áudio)


Palavras em silêncio







Não sei o que me fizeram as palavras
que me levaram a este silêncio de reflexão,

no meu peito escondem-se os versos
que eu pensava ornamentar em metáforas
as paredes alvas do improvável poema,
penso que, eventualmente,
as palavras cansaram-se de mim,
ou, talvez esteja eu enfastiado com elas
por acha-las transviadas, sem sentido
pelos caminhos da translúcida poesia,

Sei lá, então, o que acontece...
mas sei com toda a certeza
que as palavras serão sempre inocentes
nas atitudes e nos silêncios,

pois...as palavras são virtude,
que, na sua inocência
permitem mimos ou aberrações

José Carlos Moutinho
26/9/19


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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