quinta-feira, 19 de março de 2020
quarta-feira, 18 de março de 2020
Quem serei?
Quem serei eu
que me encontro
em pensamentos perdidos
pelos rumores dos tempos,
serei o divagar do meu subsconsciente
ou os pensamentos que estão em desvario?...
Não sei, francamente
penso-me nos caminhos pedegrosos,
das flores sem jardim
e dos campos vazios de ilusões,
que de mim se ausentaram
e ficaram pelo caminho
do tempo que me acompanha
José Carlos Moutinho
18/3/2020
Açambarcar
O momento é triste, de reflexão
é de consciência e total civismo,
juntos salvamo-nos e à nação
individualismo é puro egoísmo
Açambarcar é doença mental
é a arrogância da ignorância,
solidariedade significa a moral
de quem entende circunstância
José Carlos Moutinho
18/3/2020
terça-feira, 17 de março de 2020
O bicho que não brinca
E é assim que a arrogância
se curva aos pés da desgraça,
na loucura da beligerância
somos todos da mesma raça
Um invisível vírus miserável
deixa o mundo atormentado,
qualquer pessoa é vulnerável
ante a força desse desgraçado
Ficar em casa, ter muita cautela
é o remédio mais recomendado,
esta praga, não é nada singela
acaba com qualquer descuidado
Sabemos que a aflição vai passar
assim foi ao longo dos tempos,
mas enquanto for de acautelar
deixemos as críticas e lamentos
10 dias tem a minha quarentena
tento garantir-me, sou reformado,
tranquilamente com alma serena,
creio, em breve estará terminado
José Carlos Moutinho
17/3/2020
Voar
Quisera agarrar as asas do vento,
E voar....
Sem destino,
Atravessar nuvens,
Cruzar por astros e estrelas,
Chegar ao Além...mais além.
Quisera deixar de ser físico,
E transformar-me em espírito.
Deixar para trás desilusões,
Emoções vividas,
E voar... voar,
Livre.
Quisera esquecer
As nuvens negras da tristeza,
E voar, sem destino,
Em busca do nada
Talvez...
Felicidade.
José Carlos Moutinho
In "Cais da Alma"
segunda-feira, 16 de março de 2020
sexta-feira, 13 de março de 2020
Os do contra
Ser do contra é apanágio
do português, do maldizer,
deseja passar o contágio
de certa doença com prazer
O governo é incompetente,
e o SNS 24 não funciona,
são uma praga descontente
que a frustração sanciona
Para alguns nada está bem,
mesmo que falhas poucas,
nada reconhecem também
a tudo fazem orelhas moucas
Haja decoro, veja-se o valor
da acção dos responsáveis
que trabalham com tal fulgor
são, francamente louváveis2
José Carlos Moutinho
13/3/2020
quinta-feira, 12 de março de 2020
Estou em casa
E voluntariamente fiquei em casa
não saio à rua, mas vejo o sol,
e vejo uma gaivota a bater asa
e no jardim, um lindo caracol
Não quero esse maldito corona
nem a cerveja do mesmo nome,
sei que já não posso ir a Roma
mas livro-me deste síndrome
Só nos faltava este maldito bicho
já nos bastava o salário de fome,
até dispensávamos este reboliço
temos o Fisco que nunca dorme
José Carlos Moutinho
12/3/2020
quarta-feira, 11 de março de 2020
Voltar a ser menino
Queria voltar a ser menino,
só para tornar a ser mimado
nos braços da minha mãe,
para podermos recompensarmo-nos
dos abraços que não demos,
e dizer-lhe o que, talvez,
nunca tenha dito:
*Amo-te, mãe*
--o meu tempo era fugidio,
e a minha mãe seria eterna--,
mas... o meu tempo cansou-se
e a minha mãe partiu!
Ficou a saudade daqueles braços,
dos seus olhares ternurentos
e dos beijos carinhosos
porém, clara e matizada em mim
ficou a imagem da minha mãe!
Nada é, pois, eterno,
nem a minha mãe
nem o meu tempo que fugia de mim
e se escusava ao afecto
que poderia ser dado no outro dia…
outro dia… que nunca mais chegou,
o abraço e o beijo
que não foram dados,
estão guardados na minha memória,
para um dia, quiçá,
poderem vir a ser dados...
José Carlos Moutinho
3/3/2020
terça-feira, 10 de março de 2020
Palavras vazias
Se eu soubesse escrever,
criaria com as palavras um mundo
onde só coubesse a sinceridade,
inventaria um império de emoções
onde os sentimentos
não fossem utopia,
talvez até, com as palavras,
pudesse imaginar um mar
feito de ondas de verdade
e de marés de dignidade,
mas como não sei escrever,
nem as palavras me obedecem,
tenho de viver neste mundo
de palavras vazias
José Carlos Moutinho
10/3/2020
domingo, 8 de março de 2020
Ser Mulher
Ser mulher
é sofrer silenciosamente,
amar apesar de ser maltratada,
calar a revolta da dor sofrida,
lutar como leoa, perante a adversidade
para sustentar os seus filhos!
Ser mulher
é suportar a dor ao parir
o fruto, desejado e amado, do amor
ou gemer a dor do parto
do fruto amado, não pensado,
do amor violentado!
Ser mulher
é amar incondicionalmente os filhos,
que, por vezes, correspondem com
ódio e pagam o amor de mãe
com a sua morte,
é esconder perante a sociedade
a delinquência das suas crias,
engolindo a dor atroz
que lhe corrói o peito!
Ser mulher
É tanto, mas tanto que é tão difícil
definir neste simples poema,
mas…ser mulher
é paixão, amor, encanto, elegância,
beleza, não só física,
mas também mental, apesar de, quantas vezes,
demonstrar tamanha perversidade,
numa ambiguidade estranha!
Porém, ser mulher
é mar onde navegam paixões
ar que respira e faz suspirar
fogo que faz explodir desejos
terra onde finca os pés da resiliência
é ser dominadora com seu carácter altivo
ou simplesmente,
exibindo a sua feminilidade e charme!
Ser mulher
É ser filha, mãe, esposa e avó
é a força que procria
e dá continuidade à existência humana,
companheira insubstituível do homem
quando a idade vai esmorecendo
pela voracidade do tempo!
Ser mulher é ser tudo
de bom e de mau,
de belo e menos belo
de encantos e desencantos
de amores e desamores,
porque ser mulher é exactamente
SER MULHER,
Sem a qual,
não haveria a espécie humana.
José Carlos Moutinho
Calemas e-nook
Quem estiver interessado em ler o meu livro de poemas CALEMAS, com nova capa e em formato e-book, editado no Brasil, aqui fica o link
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sábado, 7 de março de 2020
Quadras soltas
levo-me no tempo que me sorri
caminhando sob o sol cintilante,
se acaso eu não estivesse aqui
certamente estaria bem distante
pode ser um disparate tal coisa
mas é a confirmação da razão,
pois onde o pensamento poisa
não há motivo para discussão
José Carlos Moutinho
7/3/2020
sexta-feira, 6 de março de 2020
Plantadores de vaidades
Perco-me no labirinto
da seara de vaidades,
cujos frutos, parecem deteriorados,
não sei se pelo tempo
que lhes secou as propriedades,
se pela inexperiência dos plantadores!
Por onde passo,
vejo caules ressequidos
vergados ao peso da sua fragilidade
e carcomidos por insuficiente adubo,
talvez por ignorância do lavrador
que se achava sabedor de tudo,
e não aceitou conselhos de outros
para que evitasse a perda da colheita
e a sua depreciação!
Agora com quase toda a seara perdida,
resta-lhe vestir o traje da humildade,
olhar as searas dos vizinhos,
aconselhar-se do melhor processo de plantação
e claro, da sua qualidade,
obterá, certamente, melhores resultados
e terá, claramente, aceitação favorável
aos seus produtos.
José Carlos Moutinho
1/3/2020
quinta-feira, 5 de março de 2020
...
Nos intervalos do tempo
o horizonte eu contemplo,
pela linha entre o céu e o mar
sei que por cá, não vou ficar
jcm
Se o poeta morrer
Se um dia o poeta morrer
certamente o mundo muito perderá,
deixará de ter o encanto da utopia,
não mais será perfumado
pelos oásis da fantasia
nem navegará nas ondas do luar,
ai, se o poeta morrer,
jamais terá o prazer
das marés dos inóspitos desertos,
nem das areias douradas do sol,
jamais sentirá a visão do improvável
nem poderá abraçar as ilusões,
se o poeta morrer,
ai, se o poeta morrer...
talvez uma parte do mundo
morra com ele
de tanta saudade.
José Carlos Moutinho
5/3/2020
quarta-feira, 4 de março de 2020
Sou a acalmia
Estou aqui, serenamente
porque já estive ali, inquietamente,
agora já não corro tanto
porque já corri demasiadamente depressa,
sou a acalmia das palavras que escrevo
porque já as escrevi com exacerbada emoção,
resta-me a alegria de saber-me lido
e o prazer de ter um amigo/a em cada leitor,
pois, as minhas palavras contêm um pouco de mim,
onde a minha humildade se expõe
e a minha verdade não se esconde
José Carlos Moutinho
4/3/2020
terça-feira, 3 de março de 2020
Diz-me
Fala-me tu, amiga, da poesia,
o que sabes para me ensinar,
diz-me das palavras vadias
que se fazem sentimentos,
e das marés agitadas pelas emoções
e dos luares apaziguadores
e dos entardeceres de acalmia,
fala-me de tudo, amiga
mostra-me como escrever um poema
e eu deixar-me-ei embalar
nas tuas palavras
José Carlos Moutinho
3/3/2020
Não...
...
Por favor não apagues o sol
no espreguiçar da tarde
nem ofusques o luar
quando a noite chegar,
só tu sairás perdedora
deixando de te beneficiares
dos privilégios dessas luzes
jcm
3.3.2020
Não são minhas
Sei que todas as palavras
não são minhas,
mas sei, também, que estas,
que aqui apresento,
são absolutamente de mais ninguém
ao se tornarem submissas à minha vontade
transformando-se em servas obedientes
perante este texto,
que se soltou da minha inspiração
e se aliou à beleza das suas cores!
Então, as tais palavras
que não eram minhas
tornaram-se com toda a propriedade
da sua importância
companheiras das minhas ilusões
e divulgadoras do meu sentir
através dos versos e das prosas,
que juntos, vamos plantando
no jardim das utopias
e que deverão, quiçá,
perpetuarem-se
através das flores coloridas
do porvir.
José Carlos Moutinho
28/2/2020
segunda-feira, 2 de março de 2020
Corona
Já tem ares de paranóia
tanto se falar do corona
será que precisamos de bóia
p'ra acudir a gente chorona?
São tantas as partilhas
para que se lave as mãos,
parecem verdadeiras cartilhas
para assustarem os cristãos
A gripe que por cá passou
foi certamente bem pior
pois com tantas vidas acabou,
não tenhamos, pois, tanto temor
Quem ganha com tudo isto
são os meios de comunicação,
valha-nos Senhor Jesus Cristo,
que nos livre de tanta informação
Não aguento mais ver Televisão
só falam de futebol e do covid-19,
sinto-me confuso, com emoção
pelo pânico que tudo isto promove
2/3/2020
domingo, 1 de março de 2020
Divagar
Se o meu olhar chegasse lá
onde se esconde o horizonte,
talvez eu descobrisse por cá
para onde vai a água da fonte,
ouviria, quiçá, cantar o sabiá
saber de tudo o que desponte
nos longos caminhos do oxalá
depois, serenar no topo do monte
José Carlos Moutinho
1/3/2020
Hoje
Hoje...porquê hoje,
não sei!
Só sei que me apetece gritar bem alto
palavras de amor, em forma de pétalas,
levadas pelo vento dos meus sorrisos,
por caminhos a descobrir
Talvez encontrem a musa dos meus sonhos
inebriada pelo perfume das pétalas
que do meu coração se fizeram palavras!
Hoje...porquê hoje,
não sei!
Só sei que a minha alma canta alegria
na ânsia de encontrar a minha amada,
Elevo o pensamento pelo infinito do meu sentir,
ouço murmúrios suaves em aromas de maresia
voz doce, quente e melodiosa,
talvez de sereia ou da musa que me inspira,
Deleito-me acariciado pela ilusão
da imagem de mulher ou talvez sereia
que me envia o seu amor, pelo mar
abraçado a cristais do sol,
que beija as águas do meu desejo!
E hoje... não sei porquê hoje!
Só sei que as saudades da minha amada
apertam-me tanto o coração,
que me fazem viajar por quimeras
em metáforas de paixão.
In "Calmas Margens"
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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