sexta-feira, 15 de maio de 2020

Fechei os olhos

...
Fechei os olhos
permiti-me ver-me dentro de mim,
encontrei a serenidade cristalina
das águas do mais belo lago
onde me navego, 
esperançoso, 
por uma longa viagem
na harmonia tranquila da vida

José Carlos Moutinho
15/5/2020

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Ai, o melro

Hoje o melro cantou para mim 
certamente que se enganou, 
mas gostei de ou ouvir assim 
não sendo eu, para quem cantou

Havia naquele cantar, muito amor 
que o negro melro soltava pró ar 
talvez fosse para alguma Leonor, 
a quem ele quisesse encantar 

Francamente, nem me interessa 
com prazer continuei a escutar 
a cantoria do melro sem pressa, 
não sabia que melro sabe amar

José Carlos Moutinho 
14/5/2020

SUSPIROS LEVA OS O VENTO

terça-feira, 12 de maio de 2020

ESCUTA O VENTO

Escuta o vento


Tu que por aqui passas, 
escuta... 
não...não é a mim, 
falo do vento, 
escuta o seu murmúrio 
como se te quisesse falar 
talvez tenha algo para te contar, 
escuta, simplesmente, 
fecha os olhos, 
sente o afago da sua passagem 
no teu rosto… 

depois...lentamente, abre os olhos 
olha em teu redor, 
e diz-me se não te sentes importante 
só porque conseguiste escutar a voz do vento 
e sentir a sua carícia invisível?

Diz-me, sinceramente 
e se confirmas... 
então, pensa que a vida tem tanto de bom 
mas que quantas vezes ignoras...

e são estas coisas simples da natureza 
que nos dão a felicidade de viver 
e nos fazem sentir mais humanos!

José Carlos Moutinho 
12/5/2020

domingo, 10 de maio de 2020

NÃO SABIA

Livres como a liberdade

Escrevo estes versos singelos 
só porque é dia 10 de Maio, 
porque se não fosse este o dia, 
podem crer que os escreveria 
de qualquer modo, 
a escrita, não tem dia, nem hora 
tem um momento próprio 
que, por vezes, 
nem depende da mão, 
dos escrevinhadores como eu, 
mas sim da inspiração, 
que alguns eruditos dizem não existir, 
e que eu, leigo na coisa, penso contrariamente!

Por isso e só por isso 
hoje, que por acaso, é 10 de Maio, 
os escrevi tão singelamente, 
como a minha inspiração, 
que se aconchega, 
na singeleza da vida 
e, inesperadamente, se soltou, livre 
em palavras simples, 
perfumadas de sentimentos 
e voarão por aí, livres, 
tão livres como a liberdade!

José Carlos Moutinho 
10/5/2020 

ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

sábado, 9 de maio de 2020

CHUVA DA FELICIDADE

Clausura

Esta clausura que tanto me olha
com olhos cintilantes de saudade,
diz-me que tudo é uma escolha
que a vida oferece com realidade

E se a minha clausura é caseira
penso naqueles que é hospitalar,
confinados em dor tão traiçoeira
e eu com tanta sorte no meu lar

José Carlos Moutinho
9/5/2020

Não sabia

Se eu soubesse,
ai, se eu soubesse
que o tempo cronológico era assim
tão veloz e insensível,
teria feito tudo de outra maneira...

não perderia tempo com futilidades
e aproveitaria esse tempo em paixões
e amores ainda que o tempo os limitasse,
tentaria eu de algum modo
enganar esse tempo
desviando-me dos instantes
controlados pelo tempo,
com toda a minha garra, 
enganá-lo-ia ignorando-o,
e faria tudo o que eu quisesse,
somente com o meu tempo,
que, utopicamente, eu retiraria
do outro tempo,
o tal cronológico,
ai, se eu soubesse
e…pudesse!

José Carlos Moutinho
9/5/2020

quinta-feira, 7 de maio de 2020

cristais de maresia

Meus pensamentos
são cristais de maresia
que flutuam, aconchegados,
nas asas da brisa,
mas quando se inquietam
tornam-se vendavais, todavia,
passageiros,
que rapidamente se abrigam
em qualquer porto da serenidade

7/5/2020

Zanguei-me com o poema

Zanguei-me com o poema 
marcara encontro com ele 
mas porque me faltou tema 
fiquei na minha, ele na dele

Sei que mais tarde ou cedo 
virá ele falar comigo, discreto 
ele sabe que não tenho medo 
e o que faço é que está certo

Sempre chegámos a consenso 
desde há tantos e tantos anos 
eu do poema nunca dispenso 
sua presença, são meus planos

José Carlos Moutinho 
7/5/2020

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Booktrailler de "A FORÇA DE AMAR"


Romance "A FORÇA DE AMAR"
onde a paixão e o amor se confundem, tornando a ficção uma realidade.
Envio a quem me pedir, ofereço os portes de correio.


Sou como o vento

Sou o que sou

Fui canoa no Tejo
jangada no Quanza,
fui aventureiro em florestas
e pensador na solidão,
fui o sonho que nunca sonhei
e escritor nascido da ousadia,
fui a inquietude da juventude
e a timidez nas emoções,
fui arrojado nas caminhadas
que me levaram vencedor às metas!

Sou o que sou e nada sou,
sou a frontalidade da acção
na honestidade exigida,
sou simplesmente passageiro
nesta viagem de tempo limitado 
na carruagem do meu tempo...

José Carlos Moutinho
6/5/2020

terça-feira, 5 de maio de 2020

Não me grites

Por favor não me grites
acalma esse teu mau feitio
peço que não te estiques
olha que podes cair no rio

Quando estiveres serena
conversaremos como amigos
podemos ter conversa amena
e assim evitamos sarilhos

Mas se por acaso teimares
só me resta mandar-te passear
se mesmo assim não te calares
mando-te de uma vez pro mar

José Carlos Moutinho
5/5/2020

Tempo louco

Pela calada do tempo
os anos correm,rapidamente
os meses giram contra o vento
as horas não são como antigamente

Tudo corre como a velocidade da luz
que saudades do outro tempo
se nos atrasamos, catrapuz
meu Deus que tormento

José Carlos Moutinho
5/5/2020

RESTA ME UM SONHO

Língua Portuguesa

Escreveu o poeta um certo dia
a minha língua é minha Pátria,
embora seja verso de poesia
na essência há paixão Mátria

A minha língua é meu caminho
leva-me bem longe pelo mundo
com ela jamais estarei sozinho
entre nós existe amor profundo

José Carlos Moutinho
5/5/2020

Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Fragilidades



Fragilidades


O tempo é de fragilidades, 
tais folhas secas desvalidas, 
somos, por vezes, levados 
pela insanidade do momento 
ao encontro da instabilidade,
mas...logo o discernimento 

se revolta e impõe a regularidade 
da caminhada, 
que se faz caminhando, 
sem retrocesso, 
porque vida é a improbabilidade 
do retorno,

sigamos em frente, confiantes, 
pois diariamente temos mutações 
que o tempo, que é nosso, nos oferece 
a cada dia de sol ou luar, 
porque é assim que se faz o viver 
na serenidade de poder olhar o mar 

José Carlos Moutinho 
4/5/2020



domingo, 3 de maio de 2020

ATÉ SEMPRE, MÃE

Até sempre, MÃE


Alguns anos se passaram 
desde que partiste, mãe querida, 

ficou em mim esta saudade 
que me faz viver na tua lembrança 
chorando a escusa dos beijos que não te dei 
e dos abraços 
que eu não tinha tempo para receber 
quando querias dar-mos… 

agora minha doce mãe, 
peço-te desculpa das minhas ausências 
porque sei que sempre me perdoaste 
mesmo quando evitava 
ouvir os teus queixumes!

Mas tu, mãe querida, 
sempre, mas sempre, estiveste no meu coração 
e eu sentia em mim a tua protecção invisível 
em todos os movimentos da minha vida!

Os anos têm acumulado na minha alma 
esta doce saudade, 
do teu sorriso, do teu carinho, 
do pão que recusavas à tua boca 
para me dares, 
quando, num certo tempo, 
as dificuldades eram mais que muitas, 
triste sorte de quem nascera neste pobre país!

Agora aqui, nesta distância das memórias, 
escrevo-te estas singelas palavras, 
imbuídas de profundo amor 
e recordo o doloroso momento 
da tua partida, aliás, serena, 
e do teu rosto lindo, sorridente, 
numa despedida feliz… 
sim, creio que partiste feliz 
nas asas de um passarinho de amor!

Até um dia, minha "eterna" velhota, 
aceita o meu abraço de ternura 
e um beijo doce, 
como se eu ainda estivesse no teu ventre, 

não ligues às lágrimas que deslizam 
neste momento pelo meu rosto, 
são de paixão e profundo amor, 
minha querida e doce MÃE.

José Carlos Moutinho 
3/5/2020



Saudades, mãe querida



Mãe, minha querida...a saudade é imensa, não faltará, quiçá, muito tempo
para voltarmos a estar juntos. novamente

sábado, 2 de maio de 2020

COISAS DE OUTRORA

Ainda que...

Ainda que se alonguem os dias 
num tempo de esmorecimento
há que afastar as coisas arredias
para que haja menos sofrimento

Tudo acontece nesta nossa vida
que, tal como numa longa estrada
percorremos de forma aguerrida
com alegria e resiliência abnegada

José Carlos Moutinho
2/5/2020

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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