segunda-feira, 8 de junho de 2020
Sou suspiro
Se eu não fosse simples suspiro
talvez o mar me cantasse melodias,
mas neste mundo onde eu respiro
há tantos poetas e poucas poesias
Quando o suspiro de mim se for
serão as nuvens o meu manto,
irei só, missão cumprida, sem dor,
na vida, fiz-me ausente do pranto
José Carlos Moutinho
8/6/2020
sábado, 6 de junho de 2020
Eram vermelhos
Eram esguios aqueles caminhos
por onde a minha juventude passou,
eram vermelhos sem pergaminhos
de um tempo que muito me ensinou,
perfumados quando a chuva os molhava
nas tardes quentes e densas de verão,
o calor sufocava, porque a noite tardava
a copa da mulembeira era a salvação,
daquela terra, aiué, sinto saudade tanta,,
lá eu não nasci, mas cresci e feliz vivi,
há em mim um sentimento que canta
o poema de exaltação pelo que lá aprendi
José Carlos Moutinho
6/6/2020
sexta-feira, 5 de junho de 2020
Este rio
As cidades cantam o rio
que as atravessa,
rio que afogava nas suas entranhas
as dores de alguns
e transformava o suor em pão de tantos
Sobre o seu corpo
deslizavam dolorosamente os rabelos
carregando o néctar da vida,
num serpentear cansado
por entre vales e montanhas,
vindos de tão longe…
O seu caudal beija os pés das arribas
que sustentam em delicado equilíbrio
a vinha rendilhada!
Este rio de tantas canções
é hoje um senhor,
veste, vaidosamente, roupa lúdica,
deixa-se navegar por barcos de luxo,
sorri orgulhoso aos turistas
e amigavelmente
permite que os velhos rabelos
desfilem garbosos,
esquecendo mágoas
e tormentas de outros tempos
José Carlos Moutinho
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor
quinta-feira, 4 de junho de 2020
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Mais calma
Será que a anormalidade do tempo
transformará as pessoas em anormais,
ou o tempo com tanto desalento
transforma alguma gente em irracionais?
Talvez nem o tempo seja anormal
já que é algo que não possui alma,
os que a possuem não mostram sinal
para, na pandemia, terem mais calma
José Carlos Moutinho
4/6/2020
quarta-feira, 3 de junho de 2020
domingo, 31 de maio de 2020
sábado, 30 de maio de 2020
Sou inquietude
Sou um inquieto rio de águas cristalinas
e de corrente impetuosa,
sou a força do vento
que voa nas asas da esperança,
sou o sorriso do sonho
que veste seda dos meus anseios,
sou o abraço
da sinceridade do tempo fugidio,
sou rio, sou mar,
sou sonho, sou vento...
sou o abraço
que sustenta ilusões do meu eu
30/5/2020
Emoções
Ainda que o vento sopre desalento
há em mim uma brisa que sossega,
vivo serenamente este meu tempo
feliz pelo que minha história alberga
Visto-me de tecido da simplicidade
honra-me com orgulho meu percurso,
minha vida é alicerçada na verdade
sem necessitar de qualquer recurso
José Carlos Moutinho
30/5/2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Se não for eu, quem o fará?
Se não for eu, quem o fará? Ninguém, obviamente, portanto...
Estes foram os meus últimos livros publicados,
duas ousadas caminhadas pela prosa, em forma de romance.
Dirão alguns que sou um "chato" por estar sempre a divulgar as minhas obras.
Para esses, respondo com simpatia:
se não for eu a fazê-lo quem o fará, se sou um "desilustre" desconhecido
quinta-feira, 28 de maio de 2020
quarta-feira, 27 de maio de 2020
domingo, 24 de maio de 2020
#Abraço o meu tempo
Quero acariciar com mãos macias
o meu tempo
que se esvai rapidamente,
esquecendo-se, quiçá, que ainda estou aqui,
peço-lhe em murmúrio que fique um pouco mais,
uns meses,
não...será melhor uns bons anos...
o tempo suficiente para que eu tenha tempo
para, num abraço de gratidão,
dizer ao tempo
da minha satisfação e alegria
pela generosidade do tempo
me deixou crescer
e me permitiu que agora,
com as minhas mãos agradecidas o acaricie!
Será sonho, quimera desejada
ou utopia improvável,
mas acredito que este meu tempo,
o de agora,
este que me envolve no meu presente,
estará a ouvir-me
e talvez, sei lá, por compaixão,
demore mais tempo a partir de mim,
até já lhe disse
que gosto de estar com ele
nesta comunhão de profunda amizade!
Abraço-te, tempo meu.
José Carlos Moutinho
24/5/2020
sábado, 23 de maio de 2020
Como se fosse poema
Que sei eu do tempo
se o vento nada me diz
porque hei-de saber do futuro
se a alvorada me protege de ardis
Que sei eu do tanto saber
se felicidade é mais importante
basta-me o pouco do tanto que sei
para seguir meu caminho doravante
José Carlos Moutinho
23/5/2020
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Em tempo de ilusões
Nos braços das ilusões
aconchegam-se utopias
às vezes voam emoções
mas não sempre, tem dias
Todavia viver sem as ditas
pode ser grande a tristeza
há que expulsar as desditas
pois a vida é feita de beleza
Caminhando pelos anseios
de espírito aberto ao vento
alegria viver-se sem receios
esquecer que corre o tempo
José Carlos Moutinho
21/5/2020
terça-feira, 19 de maio de 2020
segunda-feira, 18 de maio de 2020
Palavras que rimam
Quero viajar pelo tempo
que ainda não viajei
para viver cada momento
como se me sentisse rei
Porque tudo é mera ilusão
deixo o tempo viajar em mim
aceito cada dia com emoção
como se admirasse um jardim
Palavras vadias com rima
sem a precisão da métrica
é como olhar para a prima
e sentir toda a sua estética
José Carlos Moutinho
18/5/2020
domingo, 17 de maio de 2020
sábado, 16 de maio de 2020
sexta-feira, 15 de maio de 2020
Fechei os olhos
...
Fechei os olhos
permiti-me ver-me dentro de mim,
encontrei a serenidade cristalina
das águas do mais belo lago
onde me navego,
esperançoso,
por uma longa viagem
na harmonia tranquila da vida
José Carlos Moutinho
15/5/2020
quinta-feira, 14 de maio de 2020
Ai, o melro
Hoje o melro cantou para mim
certamente que se enganou,
mas gostei de ou ouvir assim
não sendo eu, para quem cantou
Havia naquele cantar, muito amor
que o negro melro soltava pró ar
talvez fosse para alguma Leonor,
a quem ele quisesse encantar
Francamente, nem me interessa
com prazer continuei a escutar
a cantoria do melro sem pressa,
não sabia que melro sabe amar
José Carlos Moutinho
14/5/2020
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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