segunda-feira, 19 de maio de 2025

#Dançavas

 DANÇAVAS
José Carlos Moutinho
Portugal

Vi-te dançar...

deslizavas pela pista de dança
com a graciosidade de uma flor
cujas pétalas bailavam ao vento...

sorrias...
com um sorriso aberto e cintilante
como se tivesses o mundo a teus pés,
e, rodopiavas elegante e segura,
umas vezes com a suavidade da ternura
outras num ritmo de paixão…

e dançavas…alegre e feliz
talvez por que deixasses para trás
um ano velho sem saudades
e quisesses abraçar o novo que chegava
com a felicidade dos teus anseios...

e dançavas...
volteando pela sala iluminada
tal ninfa, sorridente e feliz
sobre as águas dos teus sonhos…

e sorrias
e dançavas
e encantavas.



sábado, 17 de maio de 2025

# Emoções e pensamentos

Do berço das emoções
libertam-se os pensamentos
que sorriem ao mundo, alguns,
outros, que se levam por aí, em desatino,
 
são instantes, tantas vezes
simples hiatos de segundos,
que influem, inexoráveis, nos comportamentos,
 
quando, por acaso, se metamorfoseiam
em atitudes de alguma irracionalidade,
criam situações que podem levar
aos mais inesperados actos!
 
Porém, quando esses mesmos instantes
têm a fragrância do amor,
tudo é diferente, apaixonante
e revelador de que o ser humano
até tem, realmente, o sentir
que da humanidade, dita normal,
é pertença!
 
Sentimentos são pérolas
que das ostras das almas
se mostram ao mundo,
com o brilho da simplicidade
e com a cor vibrante da vida
 
A vida sem emoções
seria, certamente, amorfa,
sem qualquer átomo de felicidade,
talvez fosse como viver na escuridão,
onde o Sol se ausentasse
a cada dia do nosso respirar.
 
José Carlos Moutinho 
Portugal

quinta-feira, 8 de maio de 2025

#SERÁ O PRINCÍPIO DO FIM? (VÍDEO)

#Será o princípio do fim?

Choraram as águas dos rios
gritaram as vozes caladas
emudeceram os ventos
desfaleceram as brisas
calaram-se as aves

As nuvens perderam a alvura
o sol envergonhado esqueceu a luz
o luar escondeu-se por detrás do breu

A mutação é quase total
neste apocalipse terrestre
onde os homens perderam o senso
as vaidades tomaram-se de prepotências
as consciências deturparam-se
as verdades são mentiras
numa paradoxal loucura

O nuclear é o momento

em que se desafiam consequências
em absoluta provocação de poder
dando força à irracionalidade
ignorando a realidade
de que ninguém é ninguém
mesmo que se pense dono
deste transtornado mundo
em que vamos sobrevivendo
em assustadora inquietude
 
José Carlos Moutinho
Portugal 
2025

domingo, 4 de maio de 2025

#A Ti, Querida Mãe

Hoje é o dia das Mães
e tu, minha querida Mãe
estás tão longe, fisicamente,
porém, paradoxalmente, estás pertíssimo
estás em mim,
aconchegada no meu coração
fazes parte do meu sentir
das minhas emoções
és a minha base, a minha raiz!
 
Querida Mãe, a lei da natureza
levou-te, há bastante tempo, de mim
para outro plano,
serás certamente uma Estrela
que, indelevelmente, lá do alto do firmamento
me tem acompanhado!
 
Claro que as saudades estão sempre presentes
mas sei, minha querida velhinha
que um dia, teremos a felicidade de nos encontrarmos
embora numa outra dimensão
é esse o meu anseio que isso seja tão real
como foi o teu amor por mim, aqui na terra!
 
Peço-te perdão, minha doce Mãe,
(eras realmente tão doce, tão carinhosa…)
e peço-te perdão pela minha negligência
tantas vezes displicente em te abraçar
e te dar aquele beijinho
que, gostarias que eu te desse!
 
Hoje, lamento que fossem poucos os abraços
e os beijos que tanto merecias
e que eu, pela pressa da vida,
não tinha tempo para tos dar…
 
Bom, Mãe…
sabes de uma coisa, talvez lamecha?
O teu rosto lindo,
enrugado pelas dificuldades da vida
está, sempre, reflectido no meu pensamento
e na minha Alma!
 
Beijinhos, D. Ana,
minha querida, minha velhota linda
doçura das doçuras de Mãe,
até qualquer dia.
Paz Eterna à Tua Alma
 
José Carlos Moutinho 
4/5/2025



sexta-feira, 2 de maio de 2025

# Momentos de quietude

Do mais alto penhasco dos meus pensamentos
contemplo o horizonte dos meus sonhos
meu olhar vagueia sobre o mar dos meus anseios…
 
Sou invadido por uma paz indelével
transmitida pelo perfume da maresia silenciosa
exalada dos suspiros serenos da ondulação marítima
 
Penso em tudo, sem me deixar envolver por nada
numa profunda exaltação de felicidade
e gratidão à vida
esqueço as mágoas, ofensas e frustrações
sequer penso nas vitórias ou derrotas
nem nas guerras que assolam este mundo de loucos
 
Ali, na doce solidão dos meus sentimentos
sou simplesmente eu, simples ser,
que vive um presente tranquilo
vindo de um passado feliz
que teme um futuro incerto
 
E esse temor pelo futuro
já não é a mim que assusta
mas sim, aos jovens
especialmente meus filhos e netos;
eu já estou na margem deste planeta em desvario
para a viagem final
onde, certamente, tudo será mais sereno
 
Lá, porém, nesse tal lugar sereno,
sentirei falta dos meus filhos e netos
talvez, também, dos bons amigos
deste mar que me fascina
do sol que me aquece e ilumina
e do luar que me faz sonhar
 
José Carlos Moutinho
2/5/2025 
Portugal






quinta-feira, 1 de maio de 2025

#Qual patriotismo, qual quê?!

País meu, em ti não me revejo
perdeste a postura e dignidade
não realizaste um meu desejo
de nos concederes a liberdade

Não é da liberdade da palavra
mas da que interessa ao povo
já nem sequer a humilde lavra
consegue augurar algo de novo

Tens políticos que só enganam
com alguns truques e contas
ao povo as barracas chamam
absoluto desprezo e afrontas 

Portugal meu nem a tua beleza
nos salva desta coisa estranha
uns com tudo, outros pobreza
miséria em tantos se entranha

Talvez, um dia surjam políticos

que pensem nesta triste Nação
não sejam filósofos e raquíticos
que ao povo não ausente pão
 
Demagogia e mentiras já chega
mostrem o vosso patriotismo
condições que a política nega
haja sentimento e altruísmo

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 25 de abril de 2025

#Ao 25 de Abril

No silêncio das ruas, onde as lágrimas caíram

a voz da História jamais cala

 

Agora, com o sol a brilhar

a liberdade se ergue, como um farol

com voos de libertação

e corações abertos

que se elevam para desafiar o passado

e trazer luz ao presente

 

Para aqueles que lutaram por esta terra

a nossa gratidão

 

A liberdade é um rio que flui

e Portugal, com ela, se enche de sonhos

nascidos em tempos de luta

e de esperança que nunca se cansa

 

Que lutamos e vencemos,

mas nunca perdemos a alma

 

José Carlos Moutinho

25/4/2025

 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

#Dia mundial do livro

𝐄 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐞́ 𝐨
𝐃𝐈𝐀 𝐌𝐔𝐍𝐃𝐈𝐀𝐋 𝐃𝐎 𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎,
𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐟𝐢𝐜𝐚 𝐮𝐦 𝐩𝐨𝐞𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐚𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨

𝐒𝐮𝐜𝐞𝐬𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨

𝐎 𝐬𝐮𝐜𝐞𝐬𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨, 𝐜𝐫𝐞𝐢𝐨
𝐞𝐬𝐭𝐚́ 𝐧𝐨 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐚𝐝𝐪𝐮𝐢𝐫𝐞,
𝐬𝐮𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐚 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐜𝐡𝐢𝐥𝐫𝐞𝐢𝐨
𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐭𝐞𝐫 𝐭𝐨𝐦 𝐩𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞𝐥𝐢𝐫𝐞

𝐃𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐚𝐥𝐞 𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐞𝐱𝐜𝐞𝐥𝐞𝐧𝐭𝐞
𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐦𝐞𝐬𝐭𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐬𝐚𝐛𝐞
𝐬𝐞 𝐪𝐮𝐢𝐞𝐭𝐨 𝐧𝐚 𝐩𝐫𝐚𝐭𝐞𝐥𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐬𝐢𝐥𝐞𝐧𝐭𝐞
𝐣𝐚𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐭𝐞𝐫𝐚́ 𝐬𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐠𝐚𝐛𝐞

𝐀𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐨 𝐞𝐮, 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚𝐝𝐚 𝐬𝐞𝐢
𝐬𝐨𝐫𝐭𝐞, 𝐬𝐞𝐫𝐚́ 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐢𝐬𝐚, 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦
𝐞𝐦 𝐥𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐞𝐮 𝐦𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐟𝐞𝐬𝐬𝐞𝐢
𝐧𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐚𝐫 𝐦𝐞 𝐭𝐨𝐫𝐧𝐞𝐢 𝐫𝐞𝐟𝐞́𝐦

𝐉𝐨𝐬𝐞́ 𝐂𝐚𝐫𝐥𝐨𝐬 𝐌𝐨𝐮𝐭𝐢𝐧𝐡𝐨
𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥



quarta-feira, 16 de abril de 2025

#DIA MUNDIAL DA VOZ

 𝑽𝒐𝒛

𝑽𝒐𝒛, 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂 𝒕𝒂̃𝒐 𝒑𝒆𝒒𝒖𝒆𝒏𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒖𝒎 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒎𝒆𝒏𝒔𝒐, 𝒔𝒆𝒎 𝒕𝒊, 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒊𝒎? 𝑨𝒔 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔 𝒎𝒐𝒓𝒓𝒆𝒓𝒊𝒂𝒎 𝒏𝒐 𝒔𝒊𝒍𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒐 𝒅𝒐 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐, 𝒄𝒐𝒎𝒐 𝒑𝒐𝒅𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒆𝒖, 𝒗𝒐𝒛, 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒎𝒊𝒕𝒊𝒓 𝒐𝒔 𝒔𝒐𝒏𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔 𝒆𝒎𝒐𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔 𝒆 𝒇𝒂𝒛𝒆𝒓 𝒔𝒐𝒂𝒓 𝒂𝒍𝒕𝒐 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒅𝒊𝒛𝒆𝒓? 𝑨 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒑𝒐𝒆𝒔𝒊𝒂 𝒏𝒂̃𝒐 𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒂 𝒇𝒐𝒓𝒄̧𝒂 𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒆𝒓, 𝒏𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒐𝒛 𝒔𝒊𝒍𝒆𝒏𝒄𝒊𝒐𝒔𝒂, 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒈𝒂𝒓𝒈𝒂𝒏𝒕𝒂 𝒔𝒖𝒇𝒐𝒄𝒂𝒅𝒂, 𝒔𝒆𝒎 𝒔𝒐𝒎! 𝑽𝒐𝒛...𝒒𝒖𝒂𝒔𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒄𝒆𝒃𝒊𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒔𝒐𝒍𝒊𝒅𝒂̃𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝒎𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒅𝒐𝒔, 𝒎𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒊𝒎𝒑𝒐̃𝒆𝒔 𝒏𝒐𝒔 𝒊𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒂𝒍𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐! 𝑪𝒓𝒊𝒂𝒓𝒂𝒎-𝒕𝒆 𝒖𝒎 𝒅𝒊𝒂, 𝒏𝒂 𝒖𝒕𝒐𝒑𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒊𝒏𝒗𝒆𝒏𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔, 𝒕𝒖, 𝒗𝒐𝒛, 𝒕𝒆𝒏𝒔 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒐𝒔 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒗𝒊𝒅𝒂𝒔! 𝑵𝒖𝒏𝒄𝒂 𝒎𝒆 𝒂𝒃𝒂𝒏𝒅𝒐𝒏𝒆𝒔, 𝒑𝒐𝒓 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓, 𝒗𝒐𝒛, 𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒊𝒈𝒐, 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒕𝒐𝒓𝒏𝒆𝒔 𝒓𝒐𝒖𝒄𝒂, 𝒇𝒂𝒏𝒉𝒐𝒔𝒂, 𝒏𝒖𝒏𝒄𝒂 𝒎𝒆 𝒅𝒆𝒊𝒙𝒆𝒔, 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒔, 𝒒𝒖𝒆 𝒐 𝒕𝒆𝒖 𝒔𝒐𝒎 𝒔𝒆𝒋𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒂𝒖𝒅𝒊́𝒗𝒆𝒍, 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒐𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒎𝒊𝒕𝒊𝒓 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒎𝒆 𝒗𝒂𝒊 𝒏𝒂 𝒂𝒍𝒎𝒂 𝒆 𝒈𝒓𝒊𝒕𝒆𝒔 𝒆𝒎 𝒃𝒐𝒎 𝒔𝒐𝒎, 𝒕𝒖𝒅𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒕𝒆 𝒑𝒆𝒄̧𝒂. 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐 16/4/2012 16/4/2025 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒖𝒈𝒂𝒍

terça-feira, 15 de abril de 2025

# Pax

 

Tardam as vontades
nos dias da irracionalidade
deturpam tantos as verdades
as mentes da animalidade

Ousam justificar a mentira
quando realidade é afligente
da boca que a paz cuspira
há o sentir e ódio do doente
 
O mundo conspira, somente
nada se concretiza, todavia
tentam entender o demente
triste pensamento da utopia
 
São aos milhares os falecidos
na atrocidade da inclemência
é a humanidade dos perdidos
sentidos em actos de ausência
 
Guerra onde a razão se perde
em conflitos de agressão pura
a vida para alguém não serve
matar é interesse não bravura

José Carlos Moutinho 
15/4/2023

domingo, 13 de abril de 2025

# Malandrice

Perguntei-te um certo dia
a razão do teu displicente olhar
respondeste o que não queria 
era a tua maneira de disfarçar
 
Muito mais intrigado fiquei eu
a pensar no que tu disseste
juro que o meu coração doeu
pois minha alma entristeceste 

Notei que ficaste preocupada

com a tristeza que demonstrei

e assim, sem esperar, do nada

deste-me um abraço, exaltei 

Estava errado meu julgamento
que, precipitadamente, te fiz
jamais esquecerei o momento
com o teu amor senti-me feliz 

Afinal, será brincalhão o amor

quando julgas que nada existe

esconde-se a paixão com fulgor

como esta com que me iludiste 

José Carlos Moutinho

13/4/2025

terça-feira, 8 de abril de 2025

# Não apaguem a luz do luar

Não cortem as asas dos sonhos
deixem-nos voar pelos céus da fantasia
e não permitam que as águas dos anseios se
turvem,
também, não obscureçam o sol da esperança
nem apaguem a luz do luar!
Mas se acharem que o devem fazer
pois que o façam,
mas não contem com a minha solidariedade!
 
Se a vossa consciência se permitir
alhear-se da racionalidade,
pensem qual o vosso papel nesta passagem terrena…
…não se julguem eternos,
porque, na verdade, sois tão efémeros
que nem vos apercebeis de quanto!
 
Então…
sonhar, ainda que fantasiosamente,
é prazer e dádiva da subconsciência,
desejar realizar os anseios
e ter esperança
é luz que alimenta a vida,
e faz com que a humanidade seja realmente humana!
 
Sem estes sentires,
talvez o viver
seja escuridão e estagnação,
como a vida de uma ameba
 
José Carlos Moutinho
8/4/2025
Portugal
 
 

 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

# Catarse de saudade


Saí de cá em tarde cinzenta
cheguei lá em dia ensolarado
viagem principiou tormenta  
17 dias de longo navegado
 
Olhos tristes por cá eu deixei
Na gare da minha despedida
era ainda tão menino, chorei 
por deixar minha mãe sofrida 

Mas como jovem tudo passa
e a aventura tornou-se real
com companheiro comparsa
foi brincadeira até ao final 

Mas quando o navio entrou
pela bela baia, ao longe eu vi
a fortaleza que me deixou 
fascinado, tão feliz me senti 

Tanta beleza tanta emoção 
da que eu antes conhecera
enchi de alegria meu coração
a felicidade em mim nascera 

Depois…depois viver a vida
conheci aquela terra lés-lés 
a cada dia a paixão sentida 
pelo sol, acácias e matinés
 
Ah que saudade das picadas 
por onde em trabalho eu ia
adrenalina que nem estradas
ofereciam em louca correria
 
E tantas cidades eu conheci
naquela Angola maravilhosa
fui tão feliz enquanto lá vivi
…acabou de forma desastrosa   

……….

Vivi em Luanda e conheci: Caxito, Catete, Dondo, Salazar (N’Dalatando), Malanje, Negage, Carmona (Uíge), Andulo, Silva Porto (Kwito), Camacupa,V. Teixeira de Sousa (Luau), Luso (Moxico) Cela (Waku Kungo) Quibala, Nova Lisboa (Huambo) Caála, Caconda, V.Nova do Seles, Cubal, Ganda, Gabela, Novo Redondo (Sumbe), Lobito, Benguela, Sá da Bandeira (Lubango) Vila Arriaga (Bibala) Moçâmedes, Porto Alexandre (Tombwa) Baia dos Tigres, Cabinda…em cada viagem que eu fazia ao serviço da minha profissão, havia sempre um imenso prazer em contemplar o tapete daquele chão vermelho, apreciar a turbulência passageira das chuvadas de verão, admirar as enormes copas das gigantescas árvores e até pasmar perante a inestética beleza dos imbondeiros.

Ter podido observar a dignidade daquele povo e os belos trajes e penteados das mulheres angolanas, deixou em mim esta gostosa saudade nostálgica. 

José Carlos Moutinho

6/4/2025

Portugal




sexta-feira, 4 de abril de 2025

# Lembro-me de ti, Luanda

Lembro-me muito de ti, Luanda,
desde que um certo dia te deixei
sinto uma certa saudade branda,
tua imagem no coração guardei

Claro que tu não és mais aquela
que me conheceu ainda menino
eras tão linda como uma donzela
por ti me apaixonei, que desatino

Então, vou-te revendo aqui e ali
em imagens e vídeos, apareces
juro que gostaria ainda de ir aí
mas tu agora nem me conheces
 
És assídua no meu pensamento    
talvez até aches muito estranho
deixa lá, não faço disto lamento
é esta velha saudade que tenho
 
José Carlos Moutinho
4/4/2025 
Portugal

quinta-feira, 3 de abril de 2025

# Versos inclusivos

Pela planície verde da esperança
aquieta-se a brisa do pensamento
é com resiliência que se alcança
força que poderá vencer o vento

Poderá até acontecer desilusão
escondida nalguma tarde cinzenta
dignidade, essa tem sempre razão
não existe em quem se ausenta

Se algumas caras forem fantasia
e o carnaval estiver bem distante
deixa, pensa que possa ser utopia
nascida da mente d'algum farsante
 
José Carlos Moutinho
3/4/2025 
Portugal



quarta-feira, 2 de abril de 2025

#Âncora de bonança

Fecho os olhos...fixo o ontem…
e tantas memórias, maravilhosas,
desfilam perante o meu olhar mental…
são miragens perfeitas de momentos de alegria,
de tanta felicidade,
que agora mesmo, neste instante,
se instala dentro do meu sentir,
de um jeito tão gostoso
que me dá a sensação de ser ontem

…e como é tão bom, viver esta nostalgia
de olhos fechados,
mas de alma aberta
e coração palpitante de emoção,
talvez esta seja a mesma emoção
sentida naquele outro meu viver

Suspiro, serenamente,
vivo agora o momento da ilusão
transpondo-me, feliz, para mais além,
àquele longe que foi tão meu,
tão fantástico
 
De repente, um som urbano
desperta-me deste prazer de reviver
aqueles instantes que a vida, generosa,
me tem proporcionado…
 
Não, não me pensem saudoso doentio
vivo, com gratidão à minha memória
e a vida, gloriosa,
que me oferece esta felicidade constante,
compartilhada na saudade prazerosa
à qual me agarro como âncora de bonança,
nas tempestades do hoje
 
José Carlos Moutinho
27/03/2025 
Portugal

segunda-feira, 31 de março de 2025

#Dispo-me

𝑫𝒊𝒔𝒑𝒐-𝒎𝒆 𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒂𝒔 𝒑𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒑𝒆𝒊𝒕𝒐 𝒏𝒂̃𝒐 𝒕𝒆𝒎 𝒆𝒔𝒑𝒂𝒄̧𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒂𝒔 𝒈𝒖𝒂𝒓𝒅𝒂𝒓, 𝒄𝒂𝒍𝒐 𝒂 𝒓𝒆𝒗𝒐𝒍𝒕𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒆𝒙𝒂𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒏𝒂 𝒔𝒆𝒓𝒆𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒂𝒔 𝒏𝒐𝒊𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒍𝒖𝒂𝒓, 𝒂𝒃𝒓𝒐 𝒐𝒔 𝒃𝒓𝒂𝒄̧𝒐𝒔 𝒂̀ 𝒂𝒄𝒂𝒍𝒎𝒊𝒂 𝒅𝒂 𝒎𝒂𝒓𝒆𝒔𝒊𝒂 𝒂𝒃𝒓𝒂𝒄̧𝒐 𝒂𝒔 𝒐𝒏𝒅𝒂𝒔 𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒎𝒂𝒓 𝒊𝒏𝒗𝒆𝒏𝒕𝒂𝒅𝒐, 𝒎𝒆𝒓𝒈𝒖𝒍𝒉𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒔𝒐𝒓𝒓𝒊𝒔𝒐 𝒅𝒆 𝒔𝒂𝒖𝒅𝒐𝒔𝒂 𝒊𝒍𝒖𝒔𝒂̃𝒐 𝒏𝒂 𝒂𝒓𝒆𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒎𝒐́𝒓𝒊𝒂𝒔, 𝒍𝒊𝒃𝒆𝒓𝒕𝒐 𝒐𝒔 𝒎𝒆𝒖𝒔 𝒑𝒆𝒏𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒒𝒖𝒆, 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛𝒆𝒔, 𝒗𝒐𝒂𝒎 𝒏𝒂𝒔 𝒂𝒔𝒂𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒆𝒔𝒕𝒓𝒆𝒍𝒂𝒔 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐

#TEIAS DA VIDA - Divulgação

 𝐋𝐞𝐢𝐚 𝐩𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐮𝐞̂𝐬, 𝐩𝐫𝐨𝐦𝐨𝐯𝐚 𝐚 𝐥𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐧𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥.

𝐄𝐬𝐭𝐚 𝐟𝐮𝐬𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐨𝐬, 𝐜𝐫𝐨́𝐧𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐞 𝐩𝐨𝐞𝐦𝐚𝐬, 𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞𝐢 𝐨 𝐭𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐓𝐄𝐈𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐕𝐈𝐃𝐀, 𝐭𝐚𝐥𝐯𝐞𝐳 𝐥𝐡𝐞 𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐞.

𝐃𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐠𝐮𝐞𝐢-𝐥𝐡𝐞 𝐞𝐦𝐨𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐞 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐚 𝐩𝐚𝐢𝐱𝐚̃𝐨. 𝐂𝐫𝐞𝐢𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 (𝐞 𝐞𝐮) 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐦𝐩𝐥𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐮𝐦 𝐆𝐎𝐒𝐓𝐄𝐈! 𝐏𝐞𝐜̧𝐚-𝐦𝐞 𝐞 𝐭𝐞𝐫𝐚́ 𝐟𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐮𝐦 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨 𝐠𝐫𝐚𝐭𝐨!



quarta-feira, 26 de março de 2025

# Coisas que acontecem

Entardecia quando eu te vi
creio que tu nem te apercebeste
talvez por eu estar longe de ti
ou porque o vento vinha de leste

Sorrias para alguém que não eu
teu sorriso deixou-me encantado
verdade que meu coração encheu
de vontade de te ser apresentado

Creio que ignoravas minha presença
alheavas-te de quem te rodeava
para mim foi como uma sentença
certamente me mandarias à fava

Afoito, dirigi-me a ti, com coragem
disse: perdão mas estou encantado
a menina até parece uma miragem
que me deu vontade de ser beijado

Claro que o resultado todos sabem
uma tremenda estalada levei eu
mas nem os convencidos se gabem 
de nunca levarem estalo que doeu

José Carlos Moutinho
26/3/2025
Portugal

terça-feira, 25 de março de 2025

#Amigos...realidade ou quimera?

Dizem eles que são amigos (alguns),
que estranhos são estes sentimentos,
que mudam tão radicalmente
como os minutos do imperturbável relógio do tempo

Não...certamente não são amigos,
serão, indubitavelmente, conhecidos,
sem o mínimo de sentimento para se
intitularem de amigos...

Ter a sorte de se viver para além de um
certo tempo,
dá-nos a vantagem e o conhecimento
de poder analisar tais comportamentos,
ditos sentimentais (negativos).

Depois, perante situações caricatas,
perguntamo-nos, quiçá, inocentemente:
que fizemos nós para que os tais apregoados
amigos
se vão, descaradamente, afastando?

Não encontramos resposta, certamente...
ou, talvez encontremos sim...será por:

Despeito, rivalidade, incompreensão,
desconforto perante o sucesso de alguns,
animosidade ante a frontalidade de quem diz o que sente, 
ou, simplesmente, por má formação?

Quem veio de tão longe, caminhou por longas
estradas desta vida de alegrias e fenómenos estranhos,
chegará à conclusão de que não entende o ser humano...
e, para que isso não perturbe a maneira de se ser,
deve-se simplesmente ignorar!

A vida e o tempo são mestres no ensinamento
das coisas deste nosso viver...

Viva, porém, a AMIZADE, com toda a sua
grandeza, VERDADE com toda a dignidade e VIRTUDE, de sentimento nobre!
 
José Carlos Moutinho 
25/3/2025

sexta-feira, 21 de março de 2025

# Poesia e o seu Dia

Dia da poesia e dos poetas
sem eles poesia não existiria
deixemo-nos de ideias tretas
mas viva então, a bela poesia

Um dia, se eu for lembrança
dirão que também fui poeta
não tenho disso a esperança
pois não me considero pateta


Poesia, é um belo substantivo

mas que tantas e tantas vezes
mais parece susto e disjuntivo
com metáforas, assaz soezes

Pois para mim que pouco sei
poesias são emoções sentidas
que para literatura não faz lei
dizem…são palavras perdidas

E assim com rimas de brincar
homenageio a poesia, afinal
por isso não me levem a mal
com as rimas, vamos cantar 

José Carlos Moutinho

21/3/2025

Portugal

 

#Por falar em poesia

DIA INTERNACIONAL DA POESIA, e...

𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐥𝐚𝐫 𝐞𝐦 𝐩𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚

𝐏𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚 𝐞́ 𝐮𝐦𝐚 𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚 𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐜𝐚𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐧𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐬𝐞 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐫 𝐞́ 𝐨 𝐣𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞, 𝐬𝐞𝐫𝐞𝐧𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐢𝐧𝐯𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐟𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐝𝐨 𝐯𝐞𝐫𝐛𝐨 𝐚𝐦𝐚𝐫 𝐏𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚 𝐬𝐞𝐫𝐚́ 𝐮𝐭𝐨𝐩𝐢𝐚 𝐨𝐮 𝐬𝐞𝐢 𝐥𝐚́ 𝐨 𝐪𝐮𝐞̂ 𝐞́ 𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨 𝐟𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐩𝐮𝐫𝐨 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞́ 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐨𝐟𝐞 𝐬𝐞𝐦 𝐨 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞̂ 𝐟𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐞𝐠𝐫𝐢𝐚 𝐨𝐮 𝐚𝐭𝐞́ 𝐝𝐞 𝐥𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐏𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚 𝐞́, 𝐩𝐨𝐢𝐬, 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐨𝐞𝐭𝐚 𝐪𝐮𝐢𝐬𝐞𝐫 𝐦𝐚𝐬 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦 𝐭𝐞𝐫𝐚́ 𝐨 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫 𝐬𝐞 𝐚 𝐛𝐞𝐥𝐞𝐳𝐚 𝐝𝐚 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚 𝐥𝐚́ 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞𝐬𝐭𝐢𝐯𝐞𝐫 𝐧𝐚̃𝐨 𝐡𝐚́ 𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨 𝐧𝐞𝐦 𝐩𝐨𝐞𝐦𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐃𝐢𝐠𝐨 𝐢𝐬𝐭𝐨 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚𝐝𝐚 𝐬𝐞𝐢 𝐝𝐞 𝐩𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚, 𝐦𝐚𝐬 𝐯𝐨𝐮 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐢𝐧𝐡𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚𝐥𝐠𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐚𝐢́ 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐢 𝐬𝐞 𝐨𝐬 𝐭𝐞𝐱𝐭𝐨𝐬 𝐬𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐟𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬𝐢𝐚 𝐨𝐮 𝐬𝐞 𝐟𝐨𝐢 𝐝𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐚𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐮 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐢 𝐀𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐦𝐨𝐝𝐨 𝐚𝐫𝐦𝐚𝐝𝐨 𝐞𝐦 𝐩𝐨𝐞𝐭𝐚 𝐟𝐢𝐳 𝐞𝐬𝐭𝐞𝐬 𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨𝐬 𝐭𝐚̃𝐨 𝐬𝐢𝐦𝐩𝐥𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐞𝐮 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐨 𝐚 𝐜𝐞𝐫𝐭𝐞𝐳𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐫𝐢𝐦𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐚́ 𝐜𝐞𝐫𝐭𝐚 𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐨 𝐭𝐞𝐫 𝐚𝐭𝐢𝐧𝐠𝐢𝐝𝐨 𝐨 𝐭𝐚𝐥 𝐚𝐩𝐨𝐠𝐞𝐮 𝐉𝐨𝐬𝐞́ 𝐂𝐚𝐫𝐥𝐨𝐬 𝐌𝐨𝐮𝐭𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥



quinta-feira, 13 de março de 2025

# Trapalhada de política

Que estranhos são os políticos
digo os deste país, obviamente
fazem habilidades sem críticos
porque o povo anda dormente
 
Gastam-se balúrdios em eleições
que se lixe, paga o tal mexilhão
hajam, pois, muitas confusões
eles acham que têm toda razão
 
Discutem muito e pouco dizem
que interesse a este pobre país
parte das vezes se contradizem
tal confusão sem pés nem raiz
 
Corruptos grita bancada do lado
são vocês, berra a outra bancada
tudo isto deixa o povo enjoado
sem pachorra para esta bacorada
 
E lá vãos os trouxas, novamente
para exercerem direito de votar
mas se é sempre a mesma gente
de que adianta ir a cruz marcar?
 
Valha-nos o Santo da Dignidade
que envie gente de alma patriota
para governar o pais com verdade
e não fazer do cidadão um idiota
 
José Carlos Moutinho

13/3/2025

#DANÇA

  

A menina dança?
Era no tempo do cavalheirismo,
quando o homem se dirigia à dama,
para a convidar a dançar,
tudo com muito respeito,
sempre na expectativa do olhar da menina,
a condescender na dança que vinha!
 
Belos tempos,
que os jovens de hoje nem imaginam!
Agora é correria em loucos atropelos,
música estridente,
sem a beleza do compasso do bolero!
 
Quero o tempo
em que tomava a menina nos braços
e a levava enlevado pelo salão,
orgulhoso do meu mérito,
de ter uma linda jovem junto do meu peito;
 
Hoje, nem se tocam
e se isso acontece é em colisão quase fatal!
 
Dança de encantar, na valsa que nos embalava,
no slow, que nos fazia deslizar na pista do amor,
e na graciosidade mais acelerada do rock
ou até no calor do merengue...
saudades do tango,
que nos fazia rodopiar airosamente…
 
A menina dança?
 
José Carlos Moutinho 
Portugal

terça-feira, 11 de março de 2025

#DEIXAI, POIS

DEIXAIS, POIS
poema de José Carlos Moutinho,
Melodia de IA

 

#Deixai, pois

 

Deixai que brote exaltação nos poetas
com metáforas ou de palavras singelas
sem quaisquer rimas ou somente tretas
feitas estrofes cintilantes como estrelas

Deixai que as palavras sejam fantasias
que não falem de paixão nem de amor
mas que jamais se dispam das poesias
pois a poesia é o verdadeiro esplendor

Quisera eu, ser poeta maior do sentir
corresse nas veias a paixão dos versos
em cada palavra uma ode ao meu sorrir
mesmo que as métricas sejam adversas

Deixai, pois, vós que sabeis de emoções
que o poeta pareça louco ou mentiroso
os seus sentimentos são puros vulcões
de escaldante lava e coração generoso

José Carlos Moutinho
11/3/2025
Portugal




segunda-feira, 10 de março de 2025

#Murmúrio dos sonhos

 Murmúrio dos sonhos
 
Que os sonhos me murmurem utopias
nas minhas noites de sono cansado
que me contem serenamente fantasias
em segredo ao adormecido subconsciente
 
Depois, se o sonho se perder
na alameda do esquecimento
ficará em mim, certamente,
a desilusão da perda…
 
Mas se o sonho me perturba
se exalta e explode de ira
provocando em mim desconforto
e inquietude ao meu sono…
 
…então, não quero mais sonho adormecido
prefiro sonhar, bem desperto
sentado numa poltrona de ilusões…
 
…e, entregue a uma letargia gostosa
imaginar que esses sonhos
se realizarão
numa deliciosa e tranquila ilusão
aconchegada num sorriso de felicidade
 
José Carlos Moutinho

10/3/2025

sexta-feira, 7 de março de 2025

#O nosso amor

 ...𝐞 𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐞́ 𝐭𝐚̃𝐨 𝐟𝐮𝐠𝐚𝐳, 𝐪𝐮𝐞 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐭𝐨𝐦𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐧𝐨𝐜̧𝐚̃𝐨, 𝐣𝐚́ 𝐞́ 𝐭𝐚𝐫𝐝𝐞...


O nosso amor

Na serenidade do meu pensamento
viajava eu pelos longes de um certo tempo…

todavia apesar dessa fase bem distanciada
a minha memória jamais se perdeu
nas metáforas da vida
nem tampouco nos vendavais dos desencontros

Tantos anos são os de nossa convivência
pejados de alegrias e frustrações,
provocando, ocasionalmente, alguma conturbação
levando a que o amor, por vezes,
parecesse ficar ofuscado pelo suspirar do devaneio
em eventual e perturbada ilusão…
…mas o amor, estava, afinal e resolutamente,
mais premente do que nunca

Lembras-te, meu amor
o dia em que nos conhecemos?
Tu, tão jovem, tão menina, tão mulher
com o sorriso mais lindo que eu já vira
e com um olhar penetrante, brilhante,
de apreciativa observação…
…aquela imagem ainda vive na minha memória visual

Belos momentos vivemos
na nossa união de jovens apaixonados
claro que houve desentendimentos
contrariedades…
mas quem as não tem?

Creio que em todos os humanos
há cara e reverso das situações da vida,
importante é saber contorná-las
evitando desagrados e provocações

O nosso amor teve seus frutos
as nossas árvores genealógicas floriram
dando ao mundo dois filhos
que, felizmente,
nos têm enchido de orgulho e felicidade

Nossos filhos são dois seres
imbuídos da mais profunda dignidade,
aconchegada nas suas personalidades
onde justiça e humanidade são factores primordiais

A nossa felicidade mantinha-se latente
com a vinda de mais rebentos,
os netos, oriundos daqueles primeiros frutos
que nós gerámos

Maravilhosa é esta nossa existência
que a vida nos tem proporcionado
somos felizes,
nossos filhos são felizes,
nossos netos são felizes!

Hoje, meu amor, corpos mais cansados,
sem o fulgor de outrora,
mostram através das rugas, nosso viajar pela vida
recusamos, no entanto, que o cansaço se apegue à mente,
para que, resilientes,
continuemos a viver a harmonia possível,
por esta nossa já bem longa caminhada
até que o destino…

Que os nossos rostos, juntinhos,
sintam o calor do nosso amor
e as nossas mãos se unam
nos momentos de maior carência
e…eventual dependência
para que, mutuamente, vivamos
os derradeiros instantes de…felicidade

José Carlos Moutinho
2025




Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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