ou a poesia nasceu para mim
pois era jovem e sequer sabia
que poesia é um eterno festim
Hoje faço quadras, até rimadas
tentando achar a raiz do sentir
sei que as palavras são amadas
escrevendo-as gosto de as ouvir
José Carlos Moutinho
5/7/2025
Brincando com coisas sérias
....Dúvidas adormecidas nos sonhos despertos
PORTUGAL
Podes dizer tudo que te aprouver
mesmo que nada seja verdade
nunca poderás pensar ou dizer
que em mim morreu a saudade
Ainda que te atrevas a contrariar
todas as minhas emoções sinceras
resta dizer-te que não sabes amar,
pois vives, perdido em quimeras
Aceita com humildade o que digo
perde esse teu tom crítico e jocoso
saber viver, ter por perto um amigo
é um caminho sério e maravilhoso
José Carlos Moutinho
20/6/2025
Portugal
DELEITE DE UM SONHO
Não é da liberdade da palavra
mas da que interessa ao povo
já nem sequer a humilde lavra
consegue augurar algo de novo
José Carlos Moutinho
No silêncio das ruas, onde as lágrimas caíram
a voz da História jamais cala
Agora, com o sol a brilhar
a liberdade se ergue, como
um farol
com voos de libertação
e corações abertos
que se elevam para desafiar o passado
e trazer luz ao presente
Para aqueles que lutaram por esta
terra
a nossa gratidão
A liberdade é um rio que flui
e Portugal, com ela, se
enche de sonhos
nascidos em tempos de luta
e de esperança que nunca se cansa
Que lutamos e vencemos,
mas nunca perdemos a alma
José Carlos Moutinho
25/4/2025
𝑽𝒐𝒛
𝑽𝒐𝒛, 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂 𝒕𝒂̃𝒐 𝒑𝒆𝒒𝒖𝒆𝒏𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒖𝒎 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒊𝒎𝒆𝒏𝒔𝒐, 𝒔𝒆𝒎 𝒕𝒊, 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒊𝒎? 𝑨𝒔 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔 𝒎𝒐𝒓𝒓𝒆𝒓𝒊𝒂𝒎 𝒏𝒐 𝒔𝒊𝒍𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒐 𝒅𝒐 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐, 𝒄𝒐𝒎𝒐 𝒑𝒐𝒅𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒆𝒖, 𝒗𝒐𝒛, 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒎𝒊𝒕𝒊𝒓 𝒐𝒔 𝒔𝒐𝒏𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔 𝒆𝒎𝒐𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔 𝒆 𝒇𝒂𝒛𝒆𝒓 𝒔𝒐𝒂𝒓 𝒂𝒍𝒕𝒐 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝒐 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒅𝒊𝒛𝒆𝒓? 𝑨 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒑𝒐𝒆𝒔𝒊𝒂 𝒏𝒂̃𝒐 𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒂 𝒇𝒐𝒓𝒄̧𝒂 𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒆𝒓, 𝒏𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒐𝒛 𝒔𝒊𝒍𝒆𝒏𝒄𝒊𝒐𝒔𝒂, 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒈𝒂𝒓𝒈𝒂𝒏𝒕𝒂 𝒔𝒖𝒇𝒐𝒄𝒂𝒅𝒂, 𝒔𝒆𝒎 𝒔𝒐𝒎! 𝑽𝒐𝒛...𝒒𝒖𝒂𝒔𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒄𝒆𝒃𝒊𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒔𝒐𝒍𝒊𝒅𝒂̃𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝒎𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒂𝒅𝒐𝒔, 𝒎𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒊𝒎𝒑𝒐̃𝒆𝒔 𝒏𝒐𝒔 𝒊𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒂𝒍𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐! 𝑪𝒓𝒊𝒂𝒓𝒂𝒎-𝒕𝒆 𝒖𝒎 𝒅𝒊𝒂, 𝒏𝒂 𝒖𝒕𝒐𝒑𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒊𝒏𝒗𝒆𝒏𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔, 𝒕𝒖, 𝒗𝒐𝒛, 𝒕𝒆𝒏𝒔 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒐𝒔 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒗𝒊𝒅𝒂𝒔! 𝑵𝒖𝒏𝒄𝒂 𝒎𝒆 𝒂𝒃𝒂𝒏𝒅𝒐𝒏𝒆𝒔, 𝒑𝒐𝒓 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓, 𝒗𝒐𝒛, 𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒊𝒈𝒐, 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒕𝒐𝒓𝒏𝒆𝒔 𝒓𝒐𝒖𝒄𝒂, 𝒇𝒂𝒏𝒉𝒐𝒔𝒂, 𝒏𝒖𝒏𝒄𝒂 𝒎𝒆 𝒅𝒆𝒊𝒙𝒆𝒔, 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒔, 𝒒𝒖𝒆 𝒐 𝒕𝒆𝒖 𝒔𝒐𝒎 𝒔𝒆𝒋𝒂 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒂𝒖𝒅𝒊́𝒗𝒆𝒍, 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒐𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒎𝒊𝒕𝒊𝒓 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒎𝒆 𝒗𝒂𝒊 𝒏𝒂 𝒂𝒍𝒎𝒂 𝒆 𝒈𝒓𝒊𝒕𝒆𝒔 𝒆𝒎 𝒃𝒐𝒎 𝒔𝒐𝒎, 𝒕𝒖𝒅𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒕𝒆 𝒑𝒆𝒄̧𝒂. 𝑱𝒐𝒔𝒆́ 𝑪𝒂𝒓𝒍𝒐𝒔 𝑴𝒐𝒖𝒕𝒊𝒏𝒉𝒐 16/4/2012 16/4/2025 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒖𝒈𝒂𝒍Tardam as vontades
Notei que ficaste preocupada
com a tristeza que demonstrei
e assim, sem esperar, do nada
deste-me um abraço, exaltei
Afinal, será brincalhão o amor
quando julgas que nada existe
esconde-se a paixão com
fulgor
como esta com que me iludiste
13/4/2025
……….
Vivi em Luanda e conheci: Caxito, Catete, Dondo, Salazar (N’Dalatando), Malanje, Negage, Carmona (Uíge), Andulo, Silva Porto (Kwito), Camacupa,V. Teixeira de Sousa (Luau), Luso (Moxico) Cela (Waku Kungo) Quibala, Nova Lisboa (Huambo) Caála, Caconda, V.Nova do Seles, Cubal, Ganda, Gabela, Novo Redondo (Sumbe), Lobito, Benguela, Sá da Bandeira (Lubango) Vila Arriaga (Bibala) Moçâmedes, Porto Alexandre (Tombwa) Baia dos Tigres, Cabinda…em cada viagem que eu fazia ao serviço da minha profissão, havia sempre um imenso prazer em contemplar o tapete daquele chão vermelho, apreciar a turbulência passageira das chuvadas de verão, admirar as enormes copas das gigantescas árvores e até pasmar perante a inestética beleza dos imbondeiros.
Ter podido observar a dignidade daquele povo e os belos trajes e penteados das mulheres angolanas, deixou em mim esta gostosa saudade nostálgica.
José Carlos Moutinho
6/4/2025
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