quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma vontade


Ilumina-se a Terra,
Chovem estrelas de fraternidade,
O sol tem mais brilho,
É mais límpido;
O luar é mais luminoso,
Mais romântico;
As pessoas sorriem,
Cantam,
Confraternizam,
Partilham,
Acabou a fome;
Uniram-se as pessoas do globo,
Falam uma língua universal única
A do amor;
Acabaram-se as guerras,
O ar que se respira é mais puro.

Afinal, o que aconteceu,
Milagre, sonho?
Não!
Somente a utopia de um desejo
Uma imensa vontade
De que fosse realidade

J.C.Moutinho

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Porque te escondes?



Por que te escondes no casulo da indiferença
Se a tua vontade é estar junto de mim?
Por que teimas em evadir-te
Se isso é impossível?
Tu e eu somos um só,
Um amor,
Dois corpos,
Duas almas
Numa paixão.
És o cálice da flor
Da qual eu sou a raiz.
Temos as pétalas, como frutos
Das nossas vontades,
Dos nossos desejos.
Vem, vamos alimentar-nos da seiva
Que brota destas flores.
Deixa que as tempestades passem,
Espera pela primavera
E encontrar-nos-emos no verão das nossas vidas.
Passaremos todos os invernos juntos
Numa paixão avassaladora e durável.
Só tu e eu...
O mundo pode acabar.

J.C.Moutinho

domingo, 12 de dezembro de 2010

Vida




Sentado num penhasco em frente do mar,
Dispo-me das banalidades do dia a dia…
Deixo vaguear languidamente o meu olhar
E esta visão é total e doce acalmia.

O teu beijo, embalado no soprar do vento,

Sussurros das ondas são as tuas carícias,
Lá longe, no horizonte, o arco-íris…
As suas cores são como prenúncio de paz;
Vermelho, a luz da beleza do viver;
Laranja simboliza a cura dos nossos males;
Amarelo do sol, calor da nossa alma;
Verde, a cor que felizmente nos acalma;
Azul tem toda a arte da ilusão;
Lilás, tranquilidade do nosso espírito.

Extasiado, quedo-me fascinado,

Deslumbrado com este mar imenso,
Aspiro avidamente este ar intenso,
Esplendor encantado de pura beleza,
Milagre divino da natureza.

Deito-me sobre o teu manto, azul

Sou levado na tua oscilação,
Sonho com o amor, com a paixão
Bem presente que és tu, VIDA.

J.C.Moutinho

sábado, 11 de dezembro de 2010

Outro tempo


Vou pisando as pedras da calçada,
Pensativo
Neste tempo de invernia;
As folhas voam
Batendo em meu rosto,
Fazendo-me recordar
Coisas de outros tempos...
Lembro-me daquela mulher,
De rosto suave
E cabelos longos ao vento,
Que deslizavam
Por entre os meus dedos,
Numa manifestação de carinho
E êxtase.
Lembro-me do seu beijo,
Quente, forte
De grande intensidade;
Seu abraço, profundo
De total partilha
E paixão.

O luar era mais intenso
O sol aquecia a alma
Com mais profusão
Era outro tempo
Que jamais voltará.

J.C.Moutinho

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sonhos


Ladeado pelas árvores da ilusão,
Caminho pela estrada da vida,
Envolvo-me nas sombras dos meus desvarios,
Perco-me na beleza do teu rosto.

Meus desejos voam com os meus sonhos,
Sinto em mim a doçura do teu beijo.

Que a primavera seja célere
E que alguma brisa passageira,
Traga todas as cores
Do encantamento
Da sedução e do viver.

Que a neve que agora se faz presente,
Com o calor do sol,
Se torne macio algodão,
E nos acaricie no mais profundo
Da nossa alma.

Nossos segredos serão divididos,
Emoções revividas,
Sentirei novamente
A doçura de teus lábios,
O brilho de teu olhar
E a ternura do teu abraço.

Gostaria de ter hoje o teu ontem.

J.C.Moutinho

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As palavras



Quisera ter o dom dos poetas
E dos escribas,
Fazer as palavras fluírem,
Deslizarem para o papel branco
Gravando o que me vai na alma.

Palavras que têm a capacidade
De serem boas e más;
Positivas
E negativas;
Palavras que falam de amor
E ódio;
De paixões
E desilusões;
As palavras anunciam
Boas novas
E tristezas;
As palavras podem voar,
Rastejar...
E são sempre dignas;
As palavras condenam
E absolvem;
São ríspidas e doces;
Nunca ninguém
Se zanga com as palavras,
Porque sem elas
Haveria a zanga;
É com as palavras
Que declaramos o amor
E a raiva...
Mas as palavras...
Essas, serão sempre inocentes.
Jamais quero perder a sua presença.

J.C.Moutinho

A vida



Neste mar da tranquilidade
Alheio a tormentas de outros mares,
Quero ter a serenidade
Correr todos os lugares.


Um abraço, um sorriso sincero
Ver a beleza das cores,
Desta vida é o que eu quero
Sentir o perfume das flores.


Cantar,sentir do sol o calor
A vida pujante de alegria,
Amar o próximo, sem temor
Vivermos todos em harmonia.


Viver um dia em cada dia
Sem atropelos, mas com vigor,
Tudo é efémero, diz a profecia
Sejamos pródigos em amor.


J.C.Moutinho

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tempo que voa

Passam por mim
Antes lentos, agora céleres
Os dias, os meses, os anos
É uma loucura
A velocidade temporal;

Jovem, ansiava por ser mais velho
Agora quero ser  mais jovem...
Contra senso paradoxal,
Descontentamento humano;

Os Invernos mais rigorosos,
Comentamos...

Será certamente,
Porque estamos mais conscientes...
Sentimos o frio
Da esperança de vida,
A aproximação do final
De nossos sonhos,
Nossas lutas,
Nossos encontros
E desencontros
Na vida...

Caminhamos para a eternidade.

J.C.Moutinho

Lirios do campo

Como os lirios do verde campo,
Tens a beleza encantadora,
De um sonho...
Sonho que me faz sentir-te.
As flores exalam teu perfume
E teu sorriso tem as suas cores;
O leve ondular ao vento
de suas pétalas...
Tal elegância de teu andar.
Recebo teu abraço.
Quando contemplo o campo extenso;
És a força do meu sentir,
A ilusão de meu pensar;
És uma mão cheia de tudo
E de nada....
És ausente,
Só o pensamento está  presente;
Tua alma distante,
Como nuvem vagabunda;
Só me resta olhar os lirios
Deste verde campo,
Imenso de saudade
e sonhar.

J.C.Moutinho

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pânico

Espaços fechados,
Como casulos sem ar;
Multidão,
Aflição descontrolada ;
Formigueiro que vem,
Como uma brisa fria
Que arrepia;
Gelados suores que atormentam,
Postam-nos como seres sem vontade,
Sensação de morte iminente;
Mente transtornada,
Alma que se esvai,
Forças fraquejadas
Pela incapacidade de reagir;
Sufoca-se,
Boca que seca,
Numa angustia delirante,
Deixamos de existir...
Morte que espreita,
Sem conseguirmos ludibria-la;
Aterrorizador,
Indescritível,
Fobia do pânico
Ou pânico da fobia
Mal psíquico
Que felizmente,
Tem fim


J.C.Moutinho

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Cores da saudade

Num domingo tudo terminou;
O efémero fez-se presente
No tempo de teu amor.
Agora,pinto tua imagem
Na tela de minha memória,
Com as cores da mágoa,
Desilusão e saudade.
Na paleta da realidade,
Vejo como frágeis
Eram as tintas
De teu sentimento;
Bastou uma simples água
De discórdia,
Para tudo se apagar.
Foi uma ilusória pintura,
Com tons de falsidade,
Neste quadro de paixão.
Quiçá, um dia...
Uma suave brisa,
Traga noticias de outrora.

J.C.Moutinho

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Desalento

Caminha pela rua,
Calçada, de pedras frias
Como frios
São seus sentimentos.
Vai em busca do impossível,
Encontra o vazio da esperança.
Nada!
Desalento
Numa vida triste
Sem sentido.
Até o sol,
Lhe nega o brilho
De sua luz,
Neste dia pálido,
Mas continua,
Inexorável.
É envolvido por flores
Da alegria.
Sorri,
Sorriso tímido,
Descrente.
As folhas das árvores
Roçam-lhe o rosto,
Querendo estimulá-lo
Para a vida
Caminha...
Cansado, pára
Pensa,
Reflecte
E volta a ter fé
Para  continuar a lutar,
Pela felicidade.

J.C.Moutinho

Se eu fosse poeta

Se eu fosse poeta...
Escreveria nossa história de amor,
Com as estrelas do céu
Sobre a branca neve do encantamento.

Pediria à lua,
Para que seu manto te iluminasse,
Sempre que a noite chegasse,
Para eu te contemplar.

Se o inverno chegasse,
Ao sol eu exigiria,
Que seus raios te aquecessem.

Se eu fosse poeta...
exigiria às chuvas,
que abrissem caminho
Para que pudesses passar.

Ai, se eu fosse poeta...
Terias o mundo a teus pés,
Como uma rainha
Que és,
Do meu coração. 

Se eu fosse poeta...
Serias a minha fonte de inspiração! 

J.C.Moutinho

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Assim seja!

Neste céu de liberdade
Cavalgo as nuvens da esperança,
Passo por estrelas de felicidade
Abraço os astros da bonança.

Por um raio de luz,
Os Deuses baixaram à terra.
Aqui, agora, tudo mudou;
Os homens são mais solidários
Corações mais alegres;
A luz de cada dia
É como um sinal de mudança;
Revive-se o amor, em cada luar
O futuro é agora, presente;
Gente de mãos dadas,
Em fraternidade;
O esplendor da lua e do sol,
Neste oásis de paz;
Vendavais e tempestades
Uniram-se,
Para tornarem este mundo...
Um mundo melhor.
Assim seja!

J.C.Moutinho

domingo, 28 de novembro de 2010

Utopia

Aquele quarto,quente
De repente
Tornou-se frio.
O pólen do teu amor
Secou
Como secou tua paixão.
Ventos gélidos levaram
Teus sentimentos,
De tão frágeis eram.
Nunca imaginei que o sol,
Que teu olhar irradiava...
Não passasse de quimera.
Foste pálida ilusão,
Na minha iluminada paixão;
Teu amor
Foi gota perdida
No mar de meus sentimentos;
Foste uma brisa fria
Que passou por mim.
Mutilaste o melhor de minha alma
O amor sincero por ti.
E aquele quarto,
De momentos sublimes,
Tornara-se uma provação.
Tuas juras de amor,
Eram somente
utopia.

J.C.Moutinho

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Serei a liberdade

Quero soltar as amarras
Deste barco de resignação,
Agarrar fortemente as ondas da vida
Qual forcado nos cornos do touro,
Despir-me de complexos e frustrações,
Fazer ecoar por vales,
O grito que sufoca meu peito,
Nesta acomodação doentia,
Quero correr por florestas
Cujas folhas rocem meu rosto,
Como partilha de compreensão,
Quero ser embalado pelo cântico das aves,
Quero libertar-mede mim próprio,
eliminar angustias e traumas,
Quero que o mundo saiba
Que sou outro,
Reencarnação da liberdade,
Serei a liberdade.

J.C.Moutinho

Tempo do meu tempo

Mergulho nas minhas saudades,
Recuo no tempo...
Bebo da fonte de minhas memórias,
...Revejo momentos inesquecíveis
Na tela do meu tempo, rebelde.
Tudo em meu redor, sorria
Era um tempo em que havia tempo
Para amar,para viver,
Na ânsia do advir
Eram quimeras, sonhos sonhados
Irracionais de paixões,
Era um tempo de loucura
Viver cada dia,
Como se do ultimo se tratasse.
O atrevimento do primeiro beijo
Furtivo, arrojado.
Tempo do primeiro amor
Da inocência aliada à ilusão
De tudo saber.
Era o despertar para a vida,
Sofrida...
Ou não!



J.C.Moutinho

Indiferença

Rio que corres inexorável,
Leva nas tuas águas turvas,
A miséria e a desgraça,
Nesse barco da partilha,
Encontra o mar da Igualdade.
Ruas, avenidas repletas de gente
De rostos fechados, crispados,
Estomagos saciados,
Abundância, Opulência,

É a indiferença.

Em outros lugares,
Por caminhos e ruelas,
Apinhadas de seres,
De rostos cadavéricos,
Corpos esqueléticos,
Estomagos colados nas costas,
De fome
É a pobreza, na sua indignidade humana

É a diferença.

Solidariedade inexistente
Por comodidade,egoísmo
Ou simplesmente
Porque somos humanos,
Imperfeitos!

J.C.Moutinho

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Outono

Outono chegou, tímido
De luz  pálida da minha incerteza,
Folhas secas do meu desassossego
Galhos quebrados,
No caminho da insatisfação.
Chuvas, como lágrimas
De minha angústia.
Lá no alto da serra,
Na sua imponência
Uma árvore,
Choupo, sobreiro
Ou a Oliveira da paz?
Não sei..
Sei que acolhe-me,
No abraço de seus ramos,
E envolve-me no manto
Sereno de sua sombra,
Seu tronco, qual mãe
Aconchega-me,
Faz-me esquecer
O desprazer deste viver.
Árvore que tens todo o tempo,
Neste meu tempo voraz,
Desperdiçado...
Em mágoas do meu sentir
Árvore, que tudo vês
Com teus olhos em flor,
Perfumas quem passa,
Escutas quem te fala,
Sem responderes
Na tua sábia mudez

J.C.Moutinho

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Voar


Quisera agarrar as asas do vento,
E voar....
Sem destino,
Atravessar nuvens,
Cruzar por astros e estrelas,
Chegar ao Além...mais além.
Quisera deixar de ser físico,
E transformar-me em espírito.
Deixar para trás, desilusões
Emoções vividas,
E voar...voar,
Livre.
Quisera esquecer
As nuvens negras da tristeza,
E voar, sem destino,
Em busca do nada
Quiçá...
Felicidade.

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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