terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ilusão inventada



Foste letra inventada de ti
De canção interrompida que te levou o vento
Ignoraste sons vibrantes do amor
Deixaste-te envolver nas ondas da incerteza
Navegaste em águas da intolerância
Percorreste os caminhos da dúvida
Não sentiste a brisa da sensibilidade
Recusaste as pétalas das flores da minha paixão
Partiste nas brumas da tua vaidade
Foste árvore perene da incompreensão
De folhas caducas de sentimentos
Foste desatino
Da tua consciência
Tua atitude foi perda do sentir da realidade
Frieza calculada das emoções
Foste ilusão inventada
Quimera de uma paixão imaginada.

J.C.Moutinho

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ondas de amor



As ondas enrolam-se em espuma
E vêm desfazer-se na areia húmida,
Afagando-me os pés…
A carícia das águas em meu corpo,
Como se fossem tuas as mãos da ternura,
Em momentos de lasciva parceria;
A areia dourada é o teu corpo,
Em que me deito e me delicio,
Em amplexo de prazer;
O borbulhar da água,
Como murmúrio dos teus lábios,
Vermelhos, carnudos,
Sussurrado ao meu ouvido,
Faz-me deslizar para um mundo,
De sensações e emoções,
Perdidas no subconsciente;
O teu perfume paira no ar,
Juntando-se ao da maresia,
Criando uma essência
De doce volúpia;
Rolamos na macia areia
Desta ilusão sentida;
Beijamo-nos delicada
E profundamente…
Esquecemos o tempo e a razão,
Entregamo-nos ao doce prazer do amor
E amamo-nos
Perdidamente.

J.C.Moutinho


domingo, 2 de janeiro de 2011

Paixões que se vão



Acordo, estendo o meu braço
Em busca do teu corpo quente
Frio de ti,
Afastado de mim
Envolves-te nos lençóis do desamor;

Sob um manto de pensamentos,
Levo-me a pensar nos desencantos da vida,
Quando o amor e compreensão,
Deveriam fazer-se prementes
E presentes
Mas são ausentes;

Os desprazeres da vida,
Assediam-nos mais e mais;
Constantes as tempestades dos sentimentos,
Turbilhões de desentendimentos,
Conflitos generalizados,
Incrivelmente estúpidos,
Como se a vida fosse eterna;

O amor e as ilusões, são efémeras
Como se de folhas secas se tratassem,
A felicidade é cada vez mais
Uma palavra,
Sem sentido,
Que não passa disso mesmo
Uma palavra,
Sem significado real
Que passou a surreal.
A felicidade…o que é?

J.C.Moutinho

Cavalo



Do alto da sua postura,
Bela e elegante,
A sua personalidade forte, altiva,
Cabeça erguida em pose arrogante,
Mas que na verdade é de total doçura,
Seus olhos cativam pela sua nobreza,
Esbelto corpo, de várias cores,
Lindo sendo branco, maravilhoso preto,
Castanho deslumbrante,
Mais ainda se for malhado,
É sempre uma figura que fascina,
Narinas arfando, aspirando o ar,
Na sua corrida pelos campos,
Em galope veloz, como um raio
Crinas soltas, ondulando ao vento,
Olhar em frente,
Numa velocidade alucinante,
Em equilíbrio desafiador da física,
Seu tropel ritmado, soa como melodia,
Som provocado pelos seus cascos,
É sem dúvida o animal mais belo
Deste nosso mundo, de proeminentes belezas,
O cavalo é símbolo do poder, da beleza, do fascínio,
Da parceria e docilidade,
O Cavalo é absolutamente nobre.

J.C.Moutinho

Fascinio


Na penumbra da sala, sentados no sofá
Relembramos momentos de nossas vidas,
Partilhando sentimentos
Abraçados, num aconchego delicioso
Acariciamo-nos num enlevo de apaixonados
Apertamo-nos ainda mais,
Querendo formar um só corpo
De paixão e desejo contido
Numa loucura de sensações reprimidas
Sentimo-nos deslizar
Numa tremura de exacerbado de calor
Mistura de prazer, inconsciência
E bem estar…
Lá de fora,
Vem o som melodioso de um bolero,
Tocado num piano,
Que nos embala
Para uma louca vontade de amar….
Levantamo-nos e apertados
Dançamos, voluptuosamente
Em lânguida entrega de emoções
Pensamentos em desalinho
Dançamos….
Controlamos a nossa ânsia
Beijamo-nos…longamente

J.C.Moutinho

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Recuar no Tempo




Tempo que corres louco
Fica aqui comigo,
Vamos dialogar

Faz com que as folhas do teu tempo,
Retrocedam a um mundo melhor
E transporta-me à minha juventude
Deixa-me voar nas asas do vento,
E mergulhar na alvorada dos sonhos,
Nunca sonhados;
Traz-me a namorada dos meus encantos,
Devolve-me a inocência daqueles anos;
Quero as cores da vida de outrora
E não as pálidas cores de agora;
Devolve-me à loucura inconsequente das aventuras,
Dos mergulhos perigosos, nas praias
Daquelas águas cálidas,
Que nos aqueciam o corpo e a vaidade;
Oh tempo…traz-me os bailes de garagem
Dos nossos momentos de glória,
Como dançarinos;

Faz isso….é fácil para ti, tempo
Traz-me a brisa suave das paixões;
Aquele sol quente das emoções
Deixa-me dançar nos pensamentos
Da ilusão;

Faz-me sonhar oh tempo,
Leva-me a ser feliz, outra vez
Que te custa, tempo...
Levar-me àquele meu tempo?

E pára este rodopio vertiginoso
Deste teu tempo
Pára, por favor!

J.C.Moutinho

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Desvarios




Porque insistes
Em atormentar-me
Nas noites longas, escuras,
Nada mais representas para mim,
És passado…triste, sem história,
Tornaste-te uma sombra,
Que me atormenta em sonhos
E que eu não desejo,
Gelaste meus sentimentos,
Fizeste-me perder o rumo do meu caminho,
Vaguear como sonâmbulo,
Em tantas noites perdidas,
Ensombraste a beleza da minha alma,
Tornaste-a triste e desiludida,
Vai, Segue por outras paisagens
Onde os teus sentimentos frios
Sejam consentidos,
Foste o vulcão do meu desvario,
Hoje, não passas de lava arrefecida,
Verdade que foste a essência
Do meu sentir,
A sombra que me refrescou
No calor das emoções,
Os braços ternos que me abraçaram
Em tantos momentos,
Mas quiseste que tudo mudasse,
Agora aceita a dureza da secura,
Do teu desprazer de viver,
Só tu és culpada,
Perdeste-me!

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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