sexta-feira, 13 de maio de 2011

Tamanho do meu sentir




Agarro este silêncio invisível que me cerca
Como fantasma dos meus pensamentos em ti;
Abro os braços na busca do teu afecto em mim,
Encontro o nada, neste espaço vazio,
Mas cheio de silêncio, que me sufoca,
Somente aliviado pelo perfume que me inebria,
Das magnólias de que tanto gostavas
E que eu te oferecia nos momentos especiais
Do nosso enlevo e paixão,
De tantos momentos vividos;
Agora, na minha quietude
Resta-me escutar o chilrear desafinado dos pardais
Nos telhados da minha solidão,
Numa agonia que me entorpece o sentir!
Lá longe, tocam os sinos
Num repicar arrepiante,
Qual prenúncio da partida de alguém,
Que me faz lembrar que existe o Além;
Mas aqui, a vida tem a paz e a beleza
Do tamanho do meu sentir
E as cores e os cheiros do meu viver.

José Carlos Moutinho

Vergonha da humanidade




Escurece o dia, surge a noite;
O sol esconde-se, pelo seu ciclo
Ou por vergonha da humanidade;
Da penumbra nascem as ervas daninhas,
Voam os abutres da vida,
Na busca da carniça humana!
Mundo tresloucado, que voa na maldade
E na predação dos incautos.
É um salve-se quem puder,
Numa turbulência desatinada,
De mentes malignas, voando sobre o bem!
São as nuvens negras da perfídia,
Que obstruem a passagem da luz da lua
Que purificaria o ambiente putrefacto
Desta terra impura por seres indignos,
Que nem animais merecem ser chamados,
Porque ofendem os verdadeiros animais!
Felizmente nesta tresloucada parafernália,
Nem tudo é negativo;
As nuvens brancas da esperança
Veem translúcidas, na sua alvura
De algodão de pureza
Cobrir-nos como coroa divina;
Alerta-nos, para a beleza que nos cerca,
Fazendo-nos esquecer as amarguras,
Das desilusões e frustrações,
Desta vida passageira,
Que voa vertiginosamente,
Sem que os energúmenos da vida,
Se apercebam da sua imbecilidade.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de maio de 2011

Paixões perdidas




Com a mente nas saudades,
Entro no desatino de mim;
Visto-me da visão dos sonhos
E levo-me na ilusão da fantasia;
Emoções sentidas no tempo das cores,
Perdidas nas tempestades dos desamores;
Tento revivê-las, no desejo da mutação,
Mas os escombros das desilusões
Tornam o monte, em montanha!
Olho em meu redor
E só vejo quatro paredes
Frias de sentimentos, esquecidos
Na voragem das horas!
Sorrio-me na frustração
Dos momentos de desencanto,
Porque tudo poderia ser diferente,
Se o orgulho e a vaidade,
Não fossem frutos do egoísmo,
Que tornaram frio, o calor
Que existia em meu redor,
Dentro das quatro paredes!
Só me resta sorrir na tristeza
Das paixões perdidas.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sem âncoras, nem amarras




Sento-me de frente para o mar,
Encantado com marulhar das ondas
E deixo-me levar para longe,
Bem longe… pela brisa
Que afaga as águas calmas,
Deste dia de verão,
Até perder de vista a praia;
Só vejo o horizonte, num vazio
Que ofusca pela existência de nada,
Talvez a luz do crepúsculo,
Do fim de tarde, que acentua o verde marinho
Deste mar das minhas divagações;
Abraço-me à acalmia deste mar
E revivo-me das emoções,
De sentidas e vividas paixões,
Por outros mares desta vida,
Por vezes em turbulentas ondas,
Que me arrastavam ao fundo da angustia,
Outras que me elevavam aos píncaros da felicidade,
Mas sempre navegando, sem âncoras
Nem amarras, por esses oceanos infinitos,
Mesmo que as águas não fossem límpidas,
Da verdade e sinceridade,
Sob a protecção de Neptuno,
Seguirei sempre nas ondas do amor.

José Carlos Moutinho

domingo, 8 de maio de 2011

Entre o mar e a lua




Faço dos caminhos da minha mente,
Os pensamentos da minha esperança;
Voo nas asas das minhas fantasias,
Levo-me no perfume das margaridas,
Deslizo no azul das ondas
Deste meu mar de paixão
E navego na solidão do meu sentir!
Eu, entre o mar e a lua,
Olho fascinado o luar que me cobre
De infinitas cintilações de uma ténue luz
Que me relaxa e me deixa
Em total acalmia
Deste meu viver desassossegado!
Lá longe vejo um relampejar,
Será um navio
Talvez um farol,
Ou será o infinito
Que iluminou a minha mente adormecida?

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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