segunda-feira, 4 de julho de 2011

Caos




Velhos caminhos por florir,
Memórias vividas e esquecidas,
Montanhas surdas aos lamentos,
Gritos estrangulados, sem som,
Peitos doridos pelas mágoas,
Amores controversos e belicosos,
Tempestades de desalentos,
Chuvas secas pelas desilusões,
Estrelas sem brilho, escurecidas por desencantos!
Rios congelados por águas paradas da intriga,
Gente que corre, sem saber para onde;
Árvores com folhas que não se agitam ao vento,
Pensamentos que se perdem no vazio,
Vontades esmorecidas na escuridão;
Olhos que se perdem no horizonte,
Sem verem que o sol se apagou;
Esperanças desfalecidas,
Horas que morrem,
Ilusões que não nasceram,
Sonhos, que jamais serão sonhados;
Ventos que deixaram de sibilar,
Brisas, que não mais acariciam
E a lua, simplesmente desapareceu!

José Carlos Moutinho

sábado, 2 de julho de 2011

Voo num vento inventado




Deixo-me levar num sonho alado,
Neste meu voo imaginado,
Beijado pela suavidade de um vento inventado,
Ao encontro do teu querer em mim desejado!
Sinto a carícia do toque das folhas,
Como tua presença em mim;
Quero chegar ao teu oásis de paixão,
Porque já passei pelo deserto da provação;
Serás a palmeira que me dará a sombra,
Que acalmará este fogo que me devora,
De um desejo incontrolado por ti!
Serei nómada e te tornarei rainha
Do meu coração ardente;
Terás a minha alma por companhia
E juntos vaguearemos,
Por mundos desconhecidos
Onde só o amor exista,
Sem discórdias nem preconceitos
E seremos um só pensamento,
Em dois corações apaixonados!
Serei teu escravo, tu a rainha
Da minha louca paixão
Serei o teu rei e tu a escrava
Da minha doce ilusão.

José Carlos Moutinho

A ti, colibri que voas em mim




Quisera ser a estrela que me fizesse brilhar
E novamente voltar à luz que te irradiava;
Desejaria sair da concavidade das tuas mãos,
Cujo brilho foi escurecido,
Por um momento de inconsciente desatino;
Peço-te que com o teu subtil carinho,
Abras as tuas mãos,
Libertes o escuro escondido nelas
E deixes voar a luz que te fascinava
E que necessitamos para nos iluminar.
Por um instante de breu, por algo que se ofuscou
Não devemos permitir,
Que se perpetue para todo o sempre;
Deixemos que as estrelas voltem a cintilar
E incendeiem o fogo das nossas almas.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O brilho das tuas pupilas




Emudeço nas palavras que te quero dizer,
Sentirás a inquietação da dúvida do meu pensar;
Viajarei a ti, como contrabandista de sonhos,
Tomarei de ti os teus pensamentos
E permitirei que penetres nos meus!
Serei a onda que te inundará o coração,
Deste mar, azul de paixão,
Com sabor de sal do prazer;
E sobrevoarei como gaivota protectora,
Nos teus momentos de fragilidade;
Serei o sol que dissipará as tuas angústias!
Esta luz reflectida no mar,
É o brilho das tuas pupilas,
Que incendeiam os meus olhos de desejo!
Quero sentir-te, no teu cheiro,
Como a maresia que me insufla os pulmões;
Quero agora ouvir-te no teu murmurar,
Qual onda, que vai beijar as areias da praia,
Nas quais faremos o nosso leito de amor.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 28 de junho de 2011

À beira do mar






Quando a minha alma entristece,
Na imensidão do desencanto,
É à beira do mar, que me liberto
Na alvorada do meu pulsar
E me levo no murmurar das suas ondas!
Se procuro encontrar na serenidade,
Do azul brilhante do sol espelhado,
É à beira do mar que eu aporto
E permito-me voar, nos pensamentos
Perfumados pela maresia!
Esvoaça o meu olhar pelo horizonte
Azulado, qual miragem;
A sensação de paz, alguma vez imaginada,
É sentida à beira do mar, onde a espuma
Se desfaz, na carícia dos meus pés,
Refresca-me no meu sentir!
A inspiração que faz pensar-me poeta,
À beira do mar a encontro,
Numa entrega delicada, qual pétala de flor
E a minha poesia surge espontânea,
Na leveza da brisa, soprada como um beijo
Vem ao meu encontro,
No crepúsculo do meu prazer,
Sentado à beira do mar.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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