Quando se faz vazio, o meu
pensamento
E a minha vontade se perde
na solidão do silêncio,
É junto de ti, mar, que
encontro a serenidade!
Vagueia o meu olhar, sobre o
teu dorso
E fascinado pelo reflexo do
sol nas tuas águas
Sorrio-me no teu ondular!
Leva os meus anseios, nas
tuas marés descendentes
E traz-me a paz e a
felicidade,
Abraçada nas tuas ondas,
Que se vêm espreguiçar na
areia dourada,
Em caricias refrescantes de
alva espuma
E que me acalmam pelos
cheiros da maresia!
E és tu mar, imensidão de
segredos por desvendar,
Que tanto tens a doçura do
teu murmurar
E nos delicias nos prazeres
em ti,
Como tens a agressividade da
tua revolta,
Transformas-te em monstro
assustador,
Que tudo destróis e arrastas
na tua vontade!
Mas, para mim, mar...
Que te confundo no horizonte
com o céu,
Quero-te sereno e
companheiro,
Nos meus momentos de
solidão.
José Carlos Moutinho