Escuto o gemer da
minha alma,
Que ecoa em mim, como
chuva fria,
Persistente e
acutilante
E me encharca os
pensamentos,
Perturbando-me os
sentidos,
Causando-me uma
inquietude,
De ansiedade estranha
E me faz viajar no
tempo das lembranças,
Que se fizeram
desfalecidas,
Nos invernos da
solidão,
Em que os sois da
esperança,
Se esmoreciam na
rigidez,
Dos conflitos de
ideias desassossegadas!
Percorre-me um frio
cortante,
Pelas entranhas do
meu ser,
Que me desperta para
as primaveras
De um novo sentir a
vida,
Lembrando-me...
Que águas paradas não
movem moinhos,
O hoje não é o amanhã
e este já será passado!
A tristeza dos
momentos passados,
Podem ser alegrias
dos instantes futuros!
Nascemos para sermos
felizes,
Desperdiçar um dia com
tristeza
É viver menos um dia
de felicidade.
José Carlos Moutinho
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