segunda-feira, 23 de julho de 2012

Inquietude




Sou o mar turbulento do desassossego,
Ondas agitadas da minha inquietude,
Escura profundeza da minha solidão!

Esta inquietude que me arranha o corpo,
E provoca emoções díspares.

Sou solitário no meio da multidão!

São confusos os meus sentimentos, sem sentido!

Sou a ânsia da minha ansiedade,
Sou um inconformado, insatisfeito,
Sou o ser que sou...
E não quero ser!

Sou a luz do sol negro,
Que ofusca minhas vontades
De estar e não estar!

Onde será que quero estar?

Sou o torpor a que me entrego,
Querendo libertar minhas ideias;
Ideias escritas nas páginas
De um livro, da minha mente.

Quero ter a liberdade que desconheço!

Quero sair desta agitação,
Que me invade a alma
E me dilacera o coração!

Quero ser a ave, que voa sem destino!

Quero gritar...e ser ouvido...
Pelo menos, por mim próprio!

José Carlos Moutinho

domingo, 22 de julho de 2012

Papoilas vermelhas




Canto ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados,
em papoilas vermelhas de paixão,
abraçados em trigais de amores dourados,
sobre leitos de saudosas lembranças!

O sol deste estio de sentimentos,
acaricia o meu rosto na doce brisa,
entoada pelos chilreios que perfumam a alma
e faz o meu coração sonhar fantasias!

No horizonte, a tarde vai repousando
no remanso da lonjura...
A serenidade que o ocaso me oferece,
evade-me de mim...
Leva-me em sentires etéreos,
por vias lácteas por inventar!

E cantei ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados
em papoilas vermelhas de paixão!

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sintonia com o mar




Quando me navego no azul dos teus olhos,
feito mar das minhas doces marés,
esqueço tempestades, ignoro vagas intempestivas
de emoções perdidas no sopro do vento
e deixo-me levar no teu melódico marulhar!

Sinto o teu respirar
como brisa que afaga o dorso do mar
e os teus abraços, são a energia
que o meu corpo recebe,
pelo sol refletido na tua pele,
que invade o meu ser, como ondas
de beijos escaldantes
e que as gaivotas, no seu esvoaçar,
refrescam os nossos ímpetos,
com o bater das suas asas!

O murmúrio da tua doce voz,
na suavidade da espuma das ondas,
que se espreguiça na areia,
deixa-me fascinado na alvura
do teu rosto, que se cola ao meu,
numa entrega absoluta de dois corpos
em sintonia com as mentes,
perdidos em total alheamento do mundo.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Coração sonhador




Ah...
Coração meu, tantas vezes desabrido,
Outras, tão doce e sonhador,
Levas-me em devaneios,
Por caminhos de quimeras...
E fazes de mim,
Um guardador de sonhos,
Inventados e jamais sonhados,
Transmutados em memórias utópicas,
Na minha mente pendente de ti,
Coração desassossegado!
Acalma-te desse teu vaguear sem rumo,
Não permitas que a minha alma,
Seja abalada pelas tuas aventuras!
Ah...
Coração inquietado,
Neste meu sentir desolado,
Vamos unir-nos,
Voando nas asas da felicidade
E esquecer os momentos de melancolia,
Que o tempo nos obrigou a viver

José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de julho de 2012

Quando te vi




Quando os meus olhos acariciaram o teu rosto,
na primeira vez que te vi,
quedei-me fascinado...
O brilho do teu sorriso,
era como o cristal puro do sol
da alvorada...
Os teus olhos, sorriam-me meigamente!

Tinhas em ti a ternura,
que os teus gestos, delicadamente afagavam,
com a leveza da polpa,
dos teus dedos em mim!

Estremeci no enlevo do prazer,
que invadiu o meu sentir,
entravas em mim docemente,
tomavas-me o coração,
beijavas-me a alma!

Repentinamente, senti um desejo
de te tomar em meus braços
beijar-te...
Sorver todo o néctar da tua boca,
queria sentir o teu respirar em mim!

Perdia a noção do que me rodeava,
extasiado pelo desejo que me invadia
de estar em ti...
Fundir os nossos corpos
e deleitarmo-nos na volúpia da paixão
que nos tomava...
Deixar que os nossos corpos em fogo,
Se tornassem vulcão
E se fizessem magma, da explosão
do amor em desvario.

José Carlos Moutinho

domingo, 15 de julho de 2012

Desalentos




Anseios que se perdem nas vontades opostas,
Estrangulados por vaidades amorfas!

Egos que se oprimem pela maldade dos arrogantes!


Sol que se escurece pelo desencanto da fraqueza,

Luar sem a luz da alegria,
Que as estrelas apagaram,
Entre paredes da solidão imposta
Por ruas de desilusão,
Onde as flores esmoreceram,
Nas cores da tristeza, sem brilho!

Árvores ressequidas, de folhas caídas,

Estendidas no chão, escurecidas!

Sorrisos mortiços em bocas fechadas,

Palavras sufocadas em gargantas
De desalentados!

Imagens na opacidade de espelhos sem reflexo!


Essência do ser, desfocada pelo não ter,

Almas em sofrimento intemporal.

Consciências metamorfoseadas,

Que se rastejam neste mundo fantoche,
Pela carência de afectos
E pela indignidade da injustiça!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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