segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ilusão da felicidade





Quando as tardes se escondem lá longe,
a noite toma seu lugar, apaga o sol,
traz-me memórias, que minh,alma esconde,
meu coração em alerta como farol!

Foram momentos levados pelo vento,
que a saudade teima em recordar,
ainda que os minutos parem no tempo,
o passado jamais terá como voltar!

Ah... Queria eu recomeçar novamente,
Reviver o bom que eu tive na vida,
Abraçar a mulher de amor ardente!

Levo-me assim, pela serenidade
Que me oferece a noite de luar,
suspiro ilusão da felicidade!

José Carlos Moutinho

domingo, 21 de outubro de 2012

Nas asas dos sonhos





Quisera eu poder voar nas asas dos sonhos,
sobrevoar montanhas e colher pétalas de ilusões,
caminhar por campos de emoções,
coloridos pelas quimeras,
acolher o sol que me penetrasse na alma
e voar sem fim, por entre nuvens brancas de paz!
Pousar o meu olhar nas estrelas, agora apagadas
pelo descanso que lhes é dado pelo dia,
esperar pela noite que viesse a mim, suave
e com a sua luz, iluminasse o meu coração!
Fazer o mundo parar em nostalgia,
tornar reais todas as alegrias
que a minha memória retém em saudade!
Quisera eu não despertar deste sonho,
que invade o meu sentir extasiado,
esquecer que a realidade é diversa,
das utopias que a minha mente inventa!
E...para frustração do meu querer,
acordo desta viagem encantada,
onde me perdi em anseio terminado.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Caminho pelo Outono





Este outono do meu presente,
onde mergulho nos cheiros de folhas secas,
aspiro fragrâncias deste tempo
que se vai fazendo passado,
pelos ramos quebrados das mágoas da vida!
Caminho por alcatifas de matizadas folhas,
que o verão foi ressequindo na ansiedade do futuro,
levo-me por entre sombras de árvores carcomidas,
em busca de emoções novas!

Admiro fascinado os leitos de folhagem
que se fazem chão,
salpicados por suaves verdes
dos rebentos que se pensam perenes!
Nos ramos equilibram-se gotas de chuva,
que me molham o rosto,
como carícia de lágrima deslizante!

Absorvo todo este cenário
com deleitada serenidade,
guardando na minha memória
tudo o que os meus olhos retêm,
antes que o inverno chegue
com os seus frios instantes,
de cinzentos dias de desânimo...

Penso na poesia que a primavera
me trará, no deslumbramento
das suas cores renascidas.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mundo de rancor





Quantas vezes me vejo por ai, sem destino,
a pensar na vida que em mim desliza,
fico apreensivo pois raramente atino,
da razão de haver tanta gente sem camisa.

Pior que falta de camisa é o rosto que chora,
lágrimas de sangue de olhos turvos,
clamando pela esperança que demora
e pela fome que os torna curvos.

Acabo por me sentir um ser feliz,
pois esse flagelo não me tocou ainda,
sempre fiz na vida tudo o que quis,
por isso eu acho esta vida linda.

Compadeço-me porém, dos seres sofredores,
que não têm teto, nem pão, nem amor,
vieram ao mundo como perdedores,
desta sociedade onde impera o rancor.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Navegando pela memória





A minha canoa de memórias ainda navega
Por aquela tarde de verão, de sol esmorecido,
no mar de uma emoção de total entrega,
do amor que um dia, na praia, havia nascido.

Lembrar o passado pode ser nostálgico,
mas se há lembrança, existiu alegria,
neste contexto tudo me parece lógico,
por isso lembrei-me fazer esta poesia

Os olhos dela tinham encanto que fascinava,
de negras íris, como a bela turmalina,
quando na rua caminhando, ondulava,
na espuma das ondas da minha adrenalina.

Os seus longos cabelos negros de azeviche,
esvoaçando ao sabor das velas da minha ilusão,
deixavam-me extasiado, como se fosse fetiche,
deslizando ao sabor do vento da minha paixão.

A minha memória recusa-se apagar esta história,
que marcou os trilhos da estrada da minha vida,
aquela mulher será para sempre, a minha glória,
gravada em poesia de felicidade sentida.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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