segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Serei eu poeta?



Sem querer ser piegas mas sincero,
quando tanta poesia leio por aí,
confesso, se ser poeta eu quero,
mas insisto, vou ficando por aqui.

Tento fazer belos e doces versos,
que me deixem feliz no seu inventar,
instantes que vou deixando dispersos,
quando minh’alma se decide a cantar.

Não desistirei, irei sempre em frente,
mesmo com resultado negativo,
mostrarei ao mundo que sou persistente!

Se na poesia eu não for convincente,
tentarei na prosa ser mais ativo,
mas jamais serei alguém desistente!

José Carlos Moutinho.

sábado, 14 de setembro de 2013

Secou a fonte



Secou a fonte!
Aquela fonte de onde brotavam palavras
Que se faziam doces, em voz de poesia,
Que exaltavam o amor,
Cantavam melodias de paixão
E murmuravam suspiros de felicidade!

Secou a fonte!
E do leito, por onde corriam as palavras cristalinas,
Restaram pedras esmeriladas,
Luzidias, pelo doce deslizar da poesia!

Tento agarrá-las
Na vã esperança de que acordem
Da letargia ressequida a que se entregaram,
Gostaria de ter o poder de voltar a regá-las
Com o sentir da minha inspiração,
Que brotava docemente daquela fonte, minha musa,
Mas o tempo injusto ignorou a minha emoção
Quando implorei que voltasse a libertar
Serenamente, as minhas palavras em águas finas,
Que corressem e acariciassem aquelas pedras
Agora silenciosas e gastas pela ausência
Da amada, que tal Cinderela
Ou talvez enfeitiçada,
Deixou-me somente a tristeza da saudade.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Corpos amantes



Aquele quarto de paredes caladas,
Sombreadas pelos raios lunares
Infiltrados através da janela entreaberta
Testemunhavam as carícias,
Os abraços, os beijos
E os murmúrios lânguidos de prazer
Que se soltavam das bocas daqueles dois corpos,
Em reboliço de absoluto enlevo,
Sobre os lençóis alvos da cama,
Campo de lasciva batalha,
Alheios a tudo para além deles próprios,
Rolavam numa volúpia incontida,
Entre gemidos, sorrisos e olhares de ternura,
Sensações que afloravam os poros,
Desatinavam os pensamentos
Perdidos na loucura de doces emoções,
As bocas colavam-se num beijo suculento e interminável
Néctares sugados por línguas sedentas,
Os corpos vibravam numa excitação delirante,
Seios entumecidos,
Braços que se agitavam em abraços ardentes
Afagavam-se mutuamente,
As mãos dele deslizavam como seda
Pelo colo delicado da sua fêmea,
A mulher que se entregava de corpo e alma
Numa paixão plena de amor,
Ela beijava-o numa ânsia incandescente,
Descia a sua língua pelo corpo fogoso do seu macho
Em massagem de indescritível deleite,
O calor do desejo transformava-se em vulcão,
Agitavam-se descontrolados e insaciáveis
Aqueles corpos amantes,
Ela gemia meigamente...
Os órgãos excitados acoplaram-se,
Movimentos arrítmicos, suores partilhados,
Voz feminina que murmurava docemente
Ai, amor, ai amor...
Ele deixava-se navegar naquela onda
E juntos na paixão que os dominava
E pelo amor profundo que partilhavam,
Em total êxtase, atingiram o clímax,
Perfumados pela maresia orgástica,
Cansados, mas plenamente saciados, física e mental
Abençoados pela luz do farol de suas vidas.

 José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sonhos das estrelas





Cantam as estrelas felizes, ao luar,
poemas dos encantos belos da vida,
de saudades das noites de embalar,
em especial aquela noite vivida.

No firmamento a festa é celestial,
sussurram alegres todos cometas,
a festa entrou num ritmo de festival,
aqui na terra dançam borboletas.

Canta de felicidade o globo,
que se transmuta em partilha com amor,
onde se tem orgulho em ser-se probo

Será que tudo não passa de ilusão
continua a frieza do desamor,
vivendo no egoísmo sem coração...

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Que seja so hoje...



Hoje apetece-me rasgar estas nuvens
Que me envolvem numa solidão de tristeza,
Libertar-me do cinzento que me ofusca,
E sair por aí, numa louca e interminável corrida,
Por caminhos onde eu me perca
Na ilusão de que a vida me sorri!

Hoje apetece-me ignorar tudo o que me cerca,
Caminhar sobre as águas de um mar
Verde de esperança,
Pular sobre ondas de gargalhadas
Até a um porto de abrigo
Que me acolhesse com serenidade!

Hoje, simplesmente apetece-me,
Gritar aos ventos que leve a minha dor
Para longínquos esquecimentos,
Que me traga na brisa suave,
Afago para a minha sofrida alma!

Apetece-me, hoje e quiçá, amanhã e depois,
Que meu coração deixe de sentir saudades
Que o tortura impiedosamente,
Pela distância que se afasta mais e mais
Do seu querer e sentir,
Com desesperança traçada por cruel destino!

Hoje, que seja só hoje...
Apetece-me pensar
Que tudo não passou de sonho,
Feito pesadelo
E que o amanhã me sorrirá
Pleno de felicidade.

 José Carlos Moutinho

domingo, 8 de setembro de 2013

Ilusões



Caminhava eu por caminhos estranhos,
buscando felicidade ou quimera,
mesmo encontrando escombros tamanhos,
acabei por entrar pela estratosfera.

Vou na ilusão do meu querer e sentir,
espero que algo assim aconteça,
não quero ficar aqui a carpir dores,
bastam as complicações na cabeça.

Acredito que Universo conspira
a meu favor, na minha triste vida...
Porque já nem a minha alma suspira,

Por esta minha caminhada sem fim,
levo-me nesta vontade que castiga,
a fé diz, que encontrarei o meu jardim!

José Carlos Moutinho

sábado, 7 de setembro de 2013

Amarei até...






As horas diluem-se rapidamente nos dias
Que se esmorecem nos meses cansados
Por anos e anos de alegrias e tristezas!
É um carrossel de vales e montanhas,
Paixões e amores que vêm e vão,
Sensações de felicidade tamanhas,
Dissabores e dores de triste ilusão!


Amar é sentir um vibrar desatinado
Que nos estremece com simples olhar,
Talvez devaneio de coração obstinado
Sem tempo nem idade para divagar!


Sou um eterno e indócil apaixonado,
O amor está em mim, como estou na vida,
Amarei até que meu coração pare de bater,
Existe em mim o fogo de paixão incontida
Em profundo amor que comigo irá morrer!


Ah...Se este meu tempo recuasse no tempo,
Os meus dias se transformassem em meses,
E a doce felicidade contida neste sentimento
Se eternizasse em nós, com amor sem reveses.


José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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