quarta-feira, 9 de julho de 2014

Indizíveis palavras





São indizíveis as palavras
que visitam meu pensamento
em murmúrios sufocantes de saudade,
trazidos pelas recordações
dos tempos, perdidos na distância do passado;
São como vagas delirantes,
que se agitam conscientemente
na inconsciência do meu sentir!

Estremece-me o corpo
no anseio dos abraços
que jamais se farão afectos
e nos beijos que o tempo escusou!

E porque as palavras são tão doridas
se tornam indizíveis…
E porque a minha essência está cansada
desta nostalgia
que nas horas de solidão
me fustigam implacavelmente a alma,
com as imagens que se desenrolam
na minha mente
como filme da minha vida!

Levo-me, num esforço tenaz,
a esquecer estas memórias
que me apertam o peito,
e fazem dos meus olhos,
rio de pranto silencioso.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 8 de julho de 2014

Quando eu partir





Serei pretensioso, quiçá, até um pouco vaidoso,
gostaria, quando um dia, desta vida eu partir,
que falassem de mim, como um amigo saudoso
e de  alguém que nesta vida, jamais soube mentir.

Apeteceu-me fazer estes versos,sem demagogia,
foi um suspiro do meu coração repleto de ilusões,
sei que serei comentado, bem ou mal, algum dia,
faz parte da vivência de todos nós, sem distinções.

Confesso que se dissessem que eu fui um poeta,
lá no Além, sentiria emocionado, uma enorme alegria,
porque criei com a minha escrita de forma directa
a magia para que as palavras se colorissem de poesia

José Carlos Moutinho

sábado, 5 de julho de 2014

Fosse eu vento



Queria ser vento
para acariciar rostos
e abraçar cada um,
como se fosse meu irmão

Queria ser estio
do vento da sinceridade,
colado no meu peito de amizade
que transformaria o frio da solidão
em calorosa companhia

Se eu fosse vento
faria sorrir com a minha caricia
aqueles, cujo rosto endureceu na tristeza
sussurraria palavras de esperança
aos que a perderam na amargura

Ai...se eu fosse vento,
entraria em todos os lares
e transformaria a miséria
em alegria e felicidade

Mas não sou vento
sou um simples pensador

José Carlos Moutinho

Brisa dos meus murmúrios



 
Deixo que a brisa
suavemente
leve os meus murmurios
por entre as aves
que gorjeiam docemente
e saltitam de galho em galho
em alegre sinfonia…

Ou que estes meus murmúrios de saudade,
flutuem nas asas do sol que entardece
e voem até ao horizonte,
aonde o céu abraça o mar
e se perfumem da maresia
volatilizada pelas alvas nuvens
que em bela coreografia se enfeitam
de sorrisos e fantasias!

Sorrio-me pelo encanto
dos meus pensamentos
que me tornam sonhador,
no desejo de que a realidade
seja poeticamente uma doce ilusão!

Com o meu olhar a perder-se na lonjura,
Imagino o oásis no mar,
campos floridos, no deserto,
vejo trigais, em campos secos,
papelão a ser metamorfoseado por cobertor
no leito duro do chão do viaduto,
e…vejo roupa nova e limpa
nos andrajosos,
vejo mãos rugosas
que se estendem na esmola recusada,
serem contempladas com alimento!

Desperto desta letargia
Que invadiu o meu sentir,
Olho em meu redor,
e…solto um murmurio sufocado
de profunda desilusão.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Noite enluarada





Eram suspiros que esvoaçavam
pela noite silenciosa,

Melodias que entoavam paixões
ao luar cintilante,

Eram abraços que se apertavam
nos recantos dos jardins,

Sorrisos timidos
escondidos em lânguidos beijos,

Era o alvoroço dos corpos em êxtase,
o suor que molhava os rostos,
e o resfolegar que cortava a respiração,

Era a noite enluarada
que gerava prazer
na complacência das estrelas,

Era...a paixão
era o vulcão que explodia
e derramava lava
pelos corpos cansados,

Era... simplesmente
em toda a sua pujança,
o amor.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ondas da imaginação





Deixo-me levar pelo fascinio do sol
refletido no dorso do mar,
extasiado pela brisa perfumada de maresia,
e navego-me em canoa de pensamentos,
à bolina das minhas emoções,
sobre as ondas da minha imaginação!

Levo em mim a inquietude
e a coragem
de galopar a distância
que me ausenta dela!

Visto a minha saudade,
de ventania que agita as velas
da minha ansiedade,
e voo no meu desejo
de a beijar.

No remanso do seu abraço
farei meu porto de abrigo.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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