São indizíveis as palavras
que visitam meu pensamento
em murmúrios sufocantes de
saudade,
trazidos pelas recordações
dos tempos, perdidos na
distância do passado;
São como vagas delirantes,
que se agitam
conscientemente
na inconsciência do meu
sentir!
Estremece-me o corpo
no anseio dos abraços
que jamais se farão afectos
e nos beijos que o tempo
escusou!
E porque as palavras são tão
doridas
se tornam indizíveis…
E porque a minha essência
está cansada
desta nostalgia
que nas horas de solidão
me fustigam implacavelmente
a alma,
com as imagens que se
desenrolam
na minha mente
como filme da minha vida!
Levo-me, num esforço tenaz,
a esquecer estas memórias
que me apertam o peito,
e fazem dos meus olhos,
rio de pranto silencioso.
José Carlos Moutinho
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