domingo, 14 de dezembro de 2014
Mãe querida (Fado)
Mãe, minha querida mãe
És a mais bela estrela
Que lá do alto me alumia,
Foste sempre singela
No amor que em ti havia.
Por vezes, querida mãe,
Queria ter o teu abraço
E um doce beijo também,
Mas sei que lá no espaço
Cuidas de mim muito bem.
Do teu terno sorriso
Tenho imensa saudade,
Teu rosto era bondade
Reflexo de um coração
Com muito amor e emoção.
Quando da vida eu partir
Guarda no céu, um lugar,
Porque te quero contar
O que o tempo não deixou
E a juventude calou.
José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Fado é fado (Fado)
O fado é da madragoa
ou da castiça Alfama,
será mesmo de lisboa
ou da mouraria que se ama
onde não se canta à toa?
Sem alma não há fado
Seja aqui, ali ou acolá,
Será em qualquer lado,
No sul, norte ou por cá,
Tem de ser bem cantado.
Fado não tem morada
Ri, chora, ama e canta,
Gosta de sardinhada
E vinho p’la garganta
Até de madrugada.
Fado é fado e mais nada,
É canção de paixão e amor,
É tristeza cantada
É o desejo com fervor,
Fado é fado e mais nada.
José Carlos Moutinho
*Reserv.direitos autorais*
Azul do teu olhar (Fado)
Não sei porque choras tu
Se podes ser feliz,
Talvez escondas no baú
O que teu olhar não me diz,
Por ser segredo ou tabu.
Sorri, doce morena
Com o azul do teu olhar,
Tens beleza serena
Também sabes encantar
Como a bela acuçena.
Tuas mãos de terna seda
São núvens de carícia,
Que meu coração enreda
Com o teu ar de malícia
Que tua boca segreda.
É uma loucura o teu olhar
Azul da cor do meu mar
Navego na tua maresia
Esta paixão em doce orgia
José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Lisboa querida (Fado)
Lisboa que és tão cantada
Mostra a luz da cidade,
Diz-me porque és tão amada
Minha eterna saudade
Que p’lo Tejo é beijada.
Tens um encanto especial
Nas tuas sete colinas,
És cidade sem igual
Deste nosso Portugal
No teu olhar de menina.
Gosto de estar contigo
Minha querida Lisboa,
Andar pelas ruas à toa,
Sentir teu sol amigo
No teu abraço eu revivo.
José Carlos Moutinho
“Reserv.dir.autorais”
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Porque teimas tu (Fado)
Porque teimas tu, mulher
Se eu já te disse tudo,
assim ninguem te quer
nem tuas mãos de veludo
farão de ti outra mulher.
Tens de mudar querida
Ser doce e carinhosa
E não tão convencida,
Porque a vida é gostosa
Simples de ser vivida.
Se um dia, mulher, pensares
Em tudo o que eu te digo
De que é melhor mudares,
Tua vida fará sentido
Andes por onde andares.
Estarei aqui à tua espera
Para te dar o meu amor,
Minha paixão é sincera
Quero-te com muito ardor
Minha doce quimera.
José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Vem abraçar-me (Fado)
Nesta tarde tão fria
Deste inverno gelado,
O que eu mais desejaria
Era ter-te ao meu lado
E dizer-te o que eu faria.
Sem ti, meu amor morrerei
De dor e melancolia,
Juro que tudo farei
Para te amar dia após dia,
Todo o meu amor te darei.
Vem, vem dar-me teu abraço
Aperta-me ao teu peito,
Garanto que te faço
Rainha do meu leito
E dona do meu espaço.
Sob o manto do luar
Soltamos nossa paixão,
Ouvindo as ondas do mar
Rolamos com emoção
Nas areias do nosso amar.
José Carlos Moutinho
*Reserv.direitos autorais*
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Para ti, que me lês
Sou servo das palavras
que se aconchegam no alvo
papel
inerte sobre a mesa!
São letras após letras
embaladas por enredo
coreográfico
de emoções e desejos,
que dançam docemente em
estrofes
vestidas de pétalas de
versos,
em ritmo de metáforas
abraçadas a afectuosas rimas,
ou no livre rodopiar
pela pista do poema
inventado!
…E as palavras que se
escusavam
tornam-se atrevidas,
sorrindo em ousada volúpia
e acariciadas pelas minhas
mãos,
deixam-se inebriar por
perfume de êxtase!
Já não são minhas estas
palavras
que de mim se soltaram
rebeldes
e se entregaram a ti…
Sim….
Tu que agora me lês,
escuta aquelas letras
emaranhadas em poesia
pois elas são tuas…
Faz delas o teu sentir
serão tudo que tu quiseres…
podem ser o desabafo da tua
alma
ou a ânsia de um amor
desejado,
mas jamais serão minhas…
Perdia-as exactamente no
instante
em que fizeste delas o teu
querer
e pensaste teu, este poema
criado especialmente para
ti.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Gosto de afectos
Pelas margens do meu rio de
ilusão
Nascem flores de sonhos por
sonhar,
Crescem fantasias de doce
paixão
Poesia para a minha alma
cantar.
Sou sonhador e não me
envergonho
Gosto de afectos e bons
abraços
A ter carinho jamais me
oponho,
A qualquer pessoa eu estendo
meus braços.
Assim é meu modo de viver e
amar
Com amizade alegria e
sorriso,
Pelo rio abaixo no meu
navegar…
Tenho a certeza que deste
jeito
Se eu algum dia alcançar o
paraiso
todos dirão que fui bom
sujeito.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Mágoas
Quis despojar-me das mágoas
que me ofereciam dores,
mas elas recusaram-se a sair
dizendo-me eram simples e menos más,
que se saissem da minha essência,
talvez viessem outras,
quiçá piores e mais dolorosas!
Pensei no que disseram as mágoas amigas,
e concluí que tinham razão!
Aquelas já me eram familiares
e outras, de onde viriam,
a quem se referiam?
Era uma dúvida...
Portanto, pensando bem e com discernimento
aceitei-as de volta com melhor vontade e tolerância
pedi-lhes que não me magoassem
e elas aceitaram,
deixando-me entregue ao esquecimento
das dores que as mágoas me ofereciam.
José Carlos Moutinho
Brisa que passa (Fado)
Rio de calmas águas
Que corres para o mar,
Leva minhas mágoas
Para o mar as afogar,
Pois doem de tão arduas.
Quero esquecer o passado
E viver um novo amor,
Sou eterno apaixonado
jamais um sofredor,
Sou feliz sendo amado.
Agarro a brisa que passa,
Falo do meu desejo,
Ela responde com graça
Que eu espere o ensejo,
Da mulher que me abraça.
Espero calmo, esse amor,
Talvez me venha do mar
Ou do rio com uma flor,
o destino sabe chamar,
aguardo com fervor.
José Carlos Moutinho
*Reserv.direitos autorais*
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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