segunda-feira, 16 de março de 2015

Os teus lábios





Os teus lábios meu amor, ai os teus lábios
São o fogo que queima a minha razão,
Quando se inquietam são grandes sábios
Pois falam com a voz do coração.

Gosto do gosto que teus lábios têm
de cereja de mel ou outro qualquer,
não me importa, só sei que me faz bem
sentir seu calor sempre que eu quiser.

Meu amor, quero te sempre junto a mim
porque teus lábios são a minha alegria,
Com teu corpo fico perdido assim…

Ai amor, os teus lábios são um delirio,
Serei eu louco ou tudo isto é fantasia,
Só sei que longe de ti é um martirio…

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de março de 2015

Louco, mas humano





Há tardes que se enroscam nos meus pensamentos,

constroem ilusões que se vão colando na minha alma

e que, com o chegar das noites se transformam intentos

de voar sem rumo, nas asas do vento, minha calma.



São devaneios perdidos nas vontades acomodadas

que a minha mente recusa a aceitar, sem resistência,

mas os medos das mágoas das horas escancaradas

são presentes e trazem lembranças de advertência.



O perfume salgado da maresia tempera-me o desejo

de abraçar a alva espuma, trazida por ondas viajadas,

de me deixar levar pelo fascinio dourado do lampejo

e aquietar a minha agitação na visão de musas aladas.



Bem sei que são quimeras, quiçá, um pouco alteradas,

mas no meu divagar sou eu só, solitário e soberano,

posso fazer das utopias, realidades por mim refractadas

por que sou um sonhador, talvez louco, mas humano.



José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de março de 2015

Metamorfose de mim



Ah...pudesse eu acariciar-te o corpo
e sentir a delicada textura do tecido
que te envolve,
absover com as pontas dos meus dedos
o fulgor do teu sentir,
cantar ao ritmo do teu coração
e extasiar-me com as melodias da tua alma!

Ah...quisera eu pensar realidade
este meu sonho
que se perde nos caminhos da ilusão
e escutar o som doce da tua voz…
seria o despertar celestial
que me levaria pelos céus da felicidade!

Ah…gostaria eu saber-me
em teus pensamentos…
e eu seria bem diferente,
talvez metamorfose de mim,
o mundo seria mais colorido,
as alvoradas mais iluminadas,
os crepúsculos teriam outra beleza
e a vida…
a minha vida…
seria outra vida.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de março de 2015

Diz-me tu, poeta





Deixa-me tu poeta, que tão bem escreves,
que te pergunte e a mal tu não me leves
a razão de andar por atalhos, a poesia…
Tu que te escondes na tua simplicidade
e do sentimento tens a cor da humildade,
diz-me por que há tanta escrita sem valia.

Não é por rimar que se faz um poema,
até na rima há que entender o esquema,
assim se classifica de pobre ou rica, a rima,
versos com ar de eruditos que por aí vejo,
levam-me a pensar se serão por gracejo,
ai…como é dificil  respirar neste árido clima.

Tu, poeta, que tens em ti o florir das palavras,
inventas quimeras e utopias nas tuas lavras,
és música nos versos que de ti são melodia…
Diz-me o que se passa, estarei eu enganado
ou enganado está, quem escreve tão errado,
por que assim não entendo mais de poesia.

Se a sinceridade fosse da poesia, companheira,
poetas inventados, teriam de mudar de carreira,
a poesia é sentimento da alma ou da realidade,
é história em poucas palavras, mas com sentido
não é um jogar de estrofes em contexto perdido…
A poesia deve ser respeitada, pois é a verdade.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de março de 2015

Caminhante pela vida





Faço-me caminhante talvez sem regresso,

Sigo meu destino atravessando madrugadas,

Ainda que seja um viajar sem sucesso

Jamais desistirei das minhas caminhadas.



Se o sol me castigar infligindo-me dor

E o remanso de um rio não me for paz,

Seguirei com esperança de que algum alvor

Me traga serenidade que tanta falta me faz.



A caminhada é meu modo simples de viver,

Dignidade a minha longa e eterna estrada,

Meus passos são horas do meu entardecer,

Minhas ilusões nascem da noite enluarada.



Enquanto as estrelas me velam cintilantes

Descansarei o corpo cansado no chão da brisa,

Farei da mente, couraça contra agruras viajantes,

Por que a batalha de cada dia, dela tanto precisa.



Se tiver que desta caminhada um dia regressar

Que seja pelos caminhos coloridos e perfumados

Por flores de felicidade e por belas aves a voar…

Serão sonhos quiçá, se os destinos forem marcados.



José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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