Oh…Mar belo, eterno e
misterioso…
És a minha acalmia em dias
inquietos
e o meu medo em tardes de
tempestade!
Quando me sento nas falésias
do meu divagar
vejo-te sereno, ondulante com
o reflexo do sol em ti
és paz, és pensamento que minha
alma quer cantar
porque sou poeta de afectos
e emoções e a ti me prendi!
Nas areias douradas que
todos os dias banhas,
enterro meus pés na ânsia de
encontrar algo
que desconheço mas imagino nas
ilusões
que me fazem caminhar feliz
pela carícia
que delicadamente a tua
espuma me oferece,
gosto de ti assim, mar,
meu mar imenso…
Calmo, como calmo é o luar
que te beija
nas noites estreladas pela
poesia celestial!
És fascinante na miríade de
cores, com que te pintas:
Azul da tua alegre
serenidade,
verde da esperança no
navegar,
cinzento de tristeza, pelos
que em ti, sucumbem
e negro quando a noite te
abraça!
Entendo-te na ira com que
sopras tuas águas
com brutal violência que tanto
apavoras
ao arrastares o que te se
opõe, causando mágoas …
Entendo-te, mar calmo ou
bravio, que tudo ignoras!
Mas peço-te, oh…mar,
pelo menos quando eu estiver
junto de ti,
que me sussurres ondas
melódicas
e me acaricies o rosto com a
brisa da tua maresia,
porque tu, para mim, oh…fascinante
mar,
és a paixão do meu sentir
com alegria
e o encanto nas ilusões que
me fazem sonhar.
José Carlos Moutinho