quarta-feira, 18 de março de 2015

O outro meu tempo





Do outro  meu tempo, saudade de agora
tenho em mim memórias que me acarinham
na nostalgia das imagens de outrora
e das brincadeiras que nos convinham.

Ah… juventude que cedo acabaste
deverias ter-te alongado um pouco mais,
durou pouco mas ainda me marcaste,
forçando-me a ser homem cedo demais.

Bem sei, é passado, não adianta lamentar,
mas posso com saudade me recordar
e continuar neste meu tempo a viver…

Será um defeito meu, ser saudosista
mas jamais serei um louco masoquista,
vivo na poesia com alegria e prazer…

José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de março de 2015

Amor maduro




Teu corpo é vinho doce

e se timido eu não fosse

com avidez te bebia,

da tua vinha madura

nasceu mulher ternura

como há muito eu não via.



Quero-te degustar

em noite suave de luar,

sorver teu mosto quente

pela noite cansada

até ao nascer da alvorada,

é meu desejo ardente.



Se meu querer se cumprir,

plantamos vinha do adir

partilhamos futuro

galgamos as escarpas

vencemos as etapas,

com nosso amor maduro.



José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de março de 2015

Os teus lábios





Os teus lábios meu amor, ai os teus lábios
São o fogo que queima a minha razão,
Quando se inquietam são grandes sábios
Pois falam com a voz do coração.

Gosto do gosto que teus lábios têm
de cereja de mel ou outro qualquer,
não me importa, só sei que me faz bem
sentir seu calor sempre que eu quiser.

Meu amor, quero te sempre junto a mim
porque teus lábios são a minha alegria,
Com teu corpo fico perdido assim…

Ai amor, os teus lábios são um delirio,
Serei eu louco ou tudo isto é fantasia,
Só sei que longe de ti é um martirio…

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de março de 2015

Louco, mas humano





Há tardes que se enroscam nos meus pensamentos,

constroem ilusões que se vão colando na minha alma

e que, com o chegar das noites se transformam intentos

de voar sem rumo, nas asas do vento, minha calma.



São devaneios perdidos nas vontades acomodadas

que a minha mente recusa a aceitar, sem resistência,

mas os medos das mágoas das horas escancaradas

são presentes e trazem lembranças de advertência.



O perfume salgado da maresia tempera-me o desejo

de abraçar a alva espuma, trazida por ondas viajadas,

de me deixar levar pelo fascinio dourado do lampejo

e aquietar a minha agitação na visão de musas aladas.



Bem sei que são quimeras, quiçá, um pouco alteradas,

mas no meu divagar sou eu só, solitário e soberano,

posso fazer das utopias, realidades por mim refractadas

por que sou um sonhador, talvez louco, mas humano.



José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de março de 2015

Metamorfose de mim



Ah...pudesse eu acariciar-te o corpo
e sentir a delicada textura do tecido
que te envolve,
absover com as pontas dos meus dedos
o fulgor do teu sentir,
cantar ao ritmo do teu coração
e extasiar-me com as melodias da tua alma!

Ah...quisera eu pensar realidade
este meu sonho
que se perde nos caminhos da ilusão
e escutar o som doce da tua voz…
seria o despertar celestial
que me levaria pelos céus da felicidade!

Ah…gostaria eu saber-me
em teus pensamentos…
e eu seria bem diferente,
talvez metamorfose de mim,
o mundo seria mais colorido,
as alvoradas mais iluminadas,
os crepúsculos teriam outra beleza
e a vida…
a minha vida…
seria outra vida.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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