quarta-feira, 22 de julho de 2015
Saudade em desvario
Ai…esta saudade que me comprime o peito
e atrasa os ponteiros das horas
numa irritante provocação
que deixa a minha memória
em ardente ansiedade
envelhecendo o tempo do meu desejo…
Esta saudade que esvoaça num vai-vem
de pétalas de imagens coloridas
pelos arco-íris felizes de outrora
e que tão de repente se faz folha seca
pela estiagem que o tempo inventou…
Ai…esta saudade que ensolarada me sorri
e me faz docemente recuar no tempo,
que também me entristece dolorosamente
pela ausência dos instantes vividos…
…Esta eterna saudade em desvario
escondida na simbiose
matizada de alegrias e tristezas…
Cruel paradoxo do meu sentir
transformado em indizível
conflito de emoções.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Sonhos desejados
No silêncio que me murmura
utopias
Deixo-me envolver pelos
braços da solidão
E na quietude do meu sentir
Levo-me em transe nas asas
do pensamento
Por entre as altas copas das
árvores,
Sorrindo às aves que me
chilreiam
Num festim de sons e cores…
Respiro fragrâncias
inventadas,
Viajo arrebatado sobre
verdes vales,
Cruzo rios de águas mansas,
Descanso nas margens
coloridas…
Retomo minha viagem, chego
ao mar
Onde absorvo a maresia das
minhas ilusões
E navego…
Talvez sem destino
Ou até onde o mar se faz céu,
Deixo-me inundar pelos
reflexos do sol
E perco-me em delírio nos sonhos
desejados…
Quero manter-me nesta doce
irracionalidade
Até que a minha consciência
racional
Me desperte desta fascinante
letargia.
José Carlos Moutinho
sábado, 11 de julho de 2015
Vento que sopra
Escutei a voz do vento
Que soprava uma canção
De suspiro e lamento,
Como se fosse oração
Do amor em desalento.
No acaso, o vento acalmou
daquele agudo soprar,
suave o sol despontou
para o coração alegrar
a dor que o vento causou.
O sol sorriu encantador
Para o vento acanhado,
Mandou pétalas de flor
Para ele ficar calado
E o céu pintar outra cor.
Sol e vento agora são amigos,
O vento não sopra dor
Nem mais nenhuns perigos
E o sol trará só esplendor
P´ra evitarem castigos.
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Não sei quem és, nem de onde vens,
serás folha ou lamento,
diz o que de bom tu tens
serás sopro do vento
ou os segredos que contens.
Tuas mãos são rosas
perfumadas de afagos
de belas mariposas,
teus olhos são dois lagos
e teus seios doces prosas.
Deixaste-me por fim,
ver-te inteira e graciosa,
de lábios cor carmim
cara maliciosa
e corpo macio de cetim.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Que sejam felizes
Quando neste mundo eu não estiver,
se acaso em mim, desejarem pensar,
recordem-se do melhor do meu ser,
se meus defeitos puderem perdoar.
Aqui onde o mar se funde com o céu,
vivemos numa correria louca,
onde os egos querem mais do que é seu,
do muito, acham sempre coisa pouca.
Se de verdade são meus amigos
saibam que lá do alto eu vos contemplo
não quero deixar por cá inimigos…
Mas se os houver, que sejam felizes,
com franqueza digo que os lamento
pois não cresceu amor das suas raízes.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 7 de julho de 2015
Perfume de quimeras
Ah...como eu gostaria
de fazer das minhas palavras,
pétalas de quimeras, que
voassem
pelos céus das ilusões,
iluminassem corações
escurecidos
pelas mágoas da vida,
e pousassem nos lábios
das mulheres
com o perfume do meu desejo…
Mas as minhas palavras,
aquietam-se silenciosas,
aguardando a minha vontade
de as soltar e deslizarem
pelo papel branco e vazio
que se inquieta na minha
mesa,
ansioso pelo beijo do poema
nascido do meu querer…
E que as pétalas coloridas
pelas quimeras, perfumem
a emoção da minha
criatividade,
e me façam poeta pelos
versos
que a minha alma inventa
e planta no jardim da poesia.
José Carlos Moutinho
domingo, 5 de julho de 2015
Um dia...talvez
Um dia...não sei quando,
talvez amanhã ou depois, não
sei
farei um poema de exaltação
à vida,
direi versos com rimas ou
talvez sem elas,
inventarei metáforas que
sejam as mais belas
das águas serenas do meu rio
farei nascer melodias
que fascinem todos aqueles
que me lêem todos os dias,
do sol retiro a luz que
ilumine cada um dos meus amigos,
não só os amigos de agora,
mas também os mais antigos…
se não agradar a todos, é
porque talvez eu seja um ser normal
se alguém houver entre esses
que me achem um pouco natural,
talvez eu me faça brisa
ignorando os vendavais do tempo
e corra mundos no silêncio
de mim e do meu pensamento,
olhando os reflexos do meu
sentir eu sorria com descaso
aos que se acham sol mas que
se escondem no ocaso,
tentarei compreender todos
que de mim se omitam
dar-lhes-ei um abraço de
amizade para que sintam
que a minha amizade é
verdadeira sem rodeios
em toda a minha vida nunca
usei outros meios
e se não entenderem esta
minha mensagem
é porque encontraram alguma
barragem…
deixem deslizar as águas do
vosso rio,
a vida de cada um é um
delicado fio
que oscila frágil e indefeso
ao vento
tal o poema que aqui vos
apresento.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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