sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Prenúncio de Outono





Sei que espreitas, Outono
por entre os dias frios deste verão,
não tenhas pressa, acalma-te,
deixa que as folhas permaneçam verdes
e abraçadas às árvores, da mãe natureza,
terás muito tempo para as matizares
com tuas belas cores da saudade,
saudade da Primavera e talvez deste verão
que vai esmorecendo
nos dias do tempo…

Quando chegares, Outono,
faz por esquecermos as mágoas
plantadas no estio da amargura
que o fogo dizimou…

Matiza-nos os sorrisos
com o colorido da vida,
afaga-nos na carícia das folhas
que voam livres,
fugindo da estação cansada
que ficou lá atrás…entre ti e a Primavera!

Vem Outono, que és bem vindo,
sabes bem que deslumbras…
Para mim, Outono só perdes em beleza
para a maravilhosa Primavera…
Vem, Outono, de serenas matizes,
Espero-te!

José Carlos Moutinho
5/9/15

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Foste flor




Deito-me na cama vazia
teu corpo  é meu pensamento
sinto a dor que não queria
minha vida é um tormento

Foste flor que eu desflorei
hoje és rosa ressequida
foste rio onde naveguei
hoje és ilusão perdida

O tempo é meu parceiro
nas caminhadas da vida
o teu olhar feiticeiro
é emoção mentida

O teu doce perfume
que eu inalava com anseio
é saudade e azedume
quero esquecer o teu enleio

José Carlos Moutinho

sábado, 19 de setembro de 2015

Assim é o fado





Digam lá o que é o fado…
será uma triste canção
cantada em tom magoado
ou alegre na voz da paixão

O fado é um grito da alma
que encanta e emudece,
ouvido em silêncio, acalma
qualquer tristeza se esquece

O fado nasce da poesia
a que o fadista dá garra,
a viola faz parceria
com o trinar da guitarra

O Fado agora é do mundo
ganhou asas e voou,
é nosso orgulho profundo
raiz da pátria que sou

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Mutações





Voavam livremente, soltos
como pétalas de sorrisos
os murmúrios que a brisa
carregava nas asas do tempo…

Inquietava-se o sol escaldante
pelos cintilantes reflexos
que se desprendiam do dorso do mar
e esvoaçavam pelo céu
indo abraçar-se às falésias 
que as horas silenciavam…

Entardecia rapidamente
no desassombro do horizonte,
que, de braços abertos, escondia o sol
e sorrindo ao matizado da mudança,
beijava o cinzento que se fazia noite…

O milagre repetia-se…
Da luz fazia-se escuridão
e esta, quase envergonhada
dava a vez a uma luz ténue azulada…
Nascia o luar de encantamentos
de feitiços e de mistérios
de amores e de paixões
de imaginações e quimeras…

José Carlos Moutinho

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Divagando




Com o voar das gaivotas
vai o meu sentir vagabundo
pelos céus da esperança
buscando terras remotas
por esse imenso mundo.

Se eu não encontrar meu porto,
voarei por aí sem destino
ainda que perca o caminho,
desistir eu não suporto,
só se eu perder meu tino.

Sou viajante deste mundo,
cavalgo mares de ilusões,
navego campos de alegria,
sou o sentir mais profundo
no voo das minhas emoções.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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