terça-feira, 18 de agosto de 2015

No vazio do silêncio




Olho em meu redor e encontro o vazio
no abraço do silêncio que me sussurra
palavras de acalmia, que me inspiram
nas horas caladas do tempo que não sinto…

Sou brisa colorida pela frescura da utopia
e sorrio para mim, corpo metafísico que me penso…

Sinto o bater das asas do meu pensamento
trazendo-me quimeras ajaezadas de imagens
e invento-me surreal despido de preconceitos,
viajante do mundo cinzento e entristecido
levando a minha vontade pela mudança
de que o amanhã se torne mais florido
por gestos de benevolência e humildade
fazendo dos abraços, afectos de sinceridade!

Sou o que minha alma canta em silêncio
nos momentos em que navego pela solidão,
sei que nada sou e a este mundo não pertenço,
vivo a minha inquietude, escrevendo a emoção.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Ou...talvez não!




Corre-lhe um rio de sonhos
Pelas suas veias cansadas,
Sopra-lhe uma brisa matizada
de folhas quiméricas
que lhe percorre o corpo
numa carícia de sorrisos…

Fervilha-lhe pujante a vontade
De deslizar suas palavras
sobre o papel que o aguarda
sereno em silêncio  solidário…

E as palavras afluem-lhe,
Em doce versejar
Beijadas pela fonte da sua inspiração…
E vão surgindo estrofes
Em singelos riachos de rimas,
Que escorrem em deleite
Por sulcos perfumados de metáforas…

E realizou-se o sonho do rio,
Que lhe corria pelas cansadas veias…

Fez-se escrita, fez-se prosa
Nasceu o poema!

Ou… talvez não,
E ele ainda continue a sonhar…

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Tempo estranho




 Quanto mais tempo
vou gastando do meu tempo
menos tempo me vai restando
para entender este tempo, em que vivo...

Olho em minha volta e o que vejo
é um tempo desgastado, desinteressante,
pois tudo o que antes
era um tempo de alegria e sinceridade,
agora não passa de um tempo
de conflitualidades e ambiguidades!

Confesso-me cansado deste tempo
que me consumiu a crença
de que eventualmente outro tempo
seja melhor do que este,
no pouco tempo que certamente me resta!

José Carlos Moutinho
13/8/15

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Espiga do meu trigal





Oh mulher, linda espiga

Do meu trigal dourado,

És pra mim uma cantiga

Que me deixa animado

No teu olhar que me instiga.



O teu corpo trigueiro

Onde eu me navego,

Faz de mim marinheiro

Do amor que eu carrego

Por esse mundo inteiro.



Os teus negros olhos

São a luz da minha vida,

Tens nos cabelos, folhos

De beleza florida

Neste mundo de escolhos.



José Carlos Moutinho

domingo, 9 de agosto de 2015

Um dia serei poeta





A minha alma segreda-me melodias
Que se fazem palavras
Matizadas de poesia
Que se vão aconchegando
Na alvura do papel
Sobre o qual me debruço,
Imaginando-me poeta,
Vagabundo de pensamentos
Esvoaçados nas asas da inspiração!


Sorrio-me para as palavras
Que me sorriem do leito daquele papel,
Como se sentissem felizes
Pela minha criação poética!


Pobre de mim, que me imagino poeta
Só porque as palavras me convencem
De que com estas simples estrofes, o seja…
Todavia, deixo-me levar pela ilusão!


Com a coragem que me é oferecida
Pela leitura saciada pelos meus olhos,
Vou inventado utopias
Que se abraçam a quimeras,
E vou navegando pelas marés calmas
Das ondas do meu querer
Que se espraiam docemente
Nas areias da minha vontade
De um dia ser poeta.


José Carlos Moutinho

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Sentir futuro



Afago com meus dedos o tempo incolor
que desliza, invisível, pelas minhas horas
e sinto as rugas que o vento esculpiu
nas minhas mãos ávidas
por sentir futuro
que se oculta nas brumas
da minha imaginação.

José Carlos Moutinho​

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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