quarta-feira, 22 de março de 2017

Outros tempos



Eram mais floridos aqueles caminhos
Onde os meus pequenos pés habitaram,
Talvez porque fosse um tempo de carinhos
E por lá, os males do mundo não passaram

Tenho saudades, com alguma nostalgia,
Entendo porém, que os tempos mudam,
Temos de olhar as mutações com alegria
Porque a vida gira e tristezas não ajudam

Vivo cada dia com o que a vida me oferece
De nada me adianta eu discordar dela,
Ela só dá a cada um, aquilo que merece
Solidária com o tempo que voa pela janela

Pensando, levo-me serenamente a reflectir
Que existe em cada tempo um novo tempo,
Basta-nos contemplá-lo e com ele sorrir
De coração agradecido em cada pensamento



José Carlos Moutinho

domingo, 5 de março de 2017

Encontros e desencontros





Foram muitos os caminhos corridos

entre fragas e ventos soprados

que faziam os dias serem esquecidos

pelo tempo dos anos já passados;



Outros haviam de floridas razões

que pelas alvoradas despertavam

em sorrisos e abraços de emoções

e pelas tardes de sol se instalavam!



Entre bons e maus há os aceitáveis

pois a vida é feita de equilíbrios

assim se vive em modos razoáveis…           



Positivismo e negativismo

são adjectivos de livres arbítrios,

digo eu, porque gosto de realismo.



José Carlos Moutinho

quinta-feira, 2 de março de 2017

Há dias e dias





Há dias cansados pelas amarguras
outros pelas ausências caladas,
alguns esmorecidos por rupturas
mais raros, alguns cheios de nadas!

Há também muitos de alegrias cantadas
por sereias do mar do meu pensamento
que passeiam pelas areias molhadas
em orgias de total deslumbramento!

O tempo veste-se do que quisermos
porque a vida é um teatro de marionetes
que colocamos aonde pudermos…

Com otimismo se enganam tristezas,
soltemos gargalhadas e foguetes
acabemos de vez com as fraquezas.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Naquela janela


Naquela janela eu via-a passar
de cabelos ondulando ao vento
e o mais lindo sorriso de encantar,
enfeitiçado eu ficava atento.


Era assim sempre que ela passava
na rua da minha velha janela,
quando ela me olhou senti que a amava
ao receber o sorriso dela.



Pedi-lhe para esperar um pouco
e desci veloz minhas escadas,
corri como se estivesse louco…


Quando cheguei junto dela, cansado,
olhei-a de palavras caladas,
meu coração batia desatinado!


José Carlos Moutinho

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Acácias



As folhas das acácias acariciava-lhes o rosto
enquanto lhes apaziguava o escaldante Estio,
a refrescante sombra sorria ao quente Agosto
e os dois abraçados sentiam a paixão ao desafio.

A tarde era de suspiros que do peito se soltavam
tais serenas brisas transformadas em ventania
misteriosa, a que loucamente eles se entregavam
em excitantes desejos que há muito ela não sentia.

Abraçados num apertado e desatinado abraço
sob a copa daquela Acácia perfumada e colorida,
beijos longos sugados deixando-lhes o corpo lasso,
no chão duro consumaram toda a ânsia incontida.

José Carlos Moutinho

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Coração sofredor





Por onde andas coração sofredor?
Conta-me das tuas mágoas por favor,
talvez eu te mostre um outro caminho
que te faça encontrar algum carinho!

Não te percas pelas margens negras
da tristeza, olha as águas da certeza
que correm suaves por entre pedras,
como equilibristas da afoiteza…

Seguindo meus conselhos, coração
verás que encontras a felicidade,
vem daí comigo, dá-me a tua mão…

Virá a ti a alegria que tanto anseias
e se ouvires quem te fala a verdade,
terás tua força a correr-te nas veias.

José Carlos Moutinho

domingo, 29 de janeiro de 2017

Livre arbítrio




Pelo caminho do discernimento

seguem as verdades e mentiras,

sabendo escolher o do entendimento

terás encontrado o que tu aspiras!



Se escolheres o percurso errado

terás certamente o que não esperas,

melhor viver feliz e descansado

do que deixares de ser como eras!



Temos o livre arbítrio como opção

na maneira de entendermos a vida,

nem sempre a emoção está com a razão …



Verdade não é para todos, igual,

há quem garanta a palavra sentida

que não passa de mentira abismal…



José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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