quarta-feira, 20 de julho de 2011

Porque não existias




Levo-me por esta estrada sem margens
Em busca do nada;
Carrego sonhos por sonhar;
Vislumbro no horizonte uma luz ténue,
Do crepúsculo que caminha até mim,
Na linha da estrada sem fim;
Lembras-me tu, em forma celestial,
Mas é somente a ilusão do imaginário,
A tua imagem surge, despida
Num nu estonteante,
Maravilhosamente deslumbrante,
Que me faz esquecer a minha caminhada,
Por esta estrada sem fim e de luz ténue,
Porque de repente tudo se iluminou
Com a visão do teu corpo;
Seria o tal sonho por sonhar
Ou delirava, pela busca do nada;
Talvez ambos,
Ou porque a minha mente desatinava
E deixei-me embalar em pensamentos
Quiméricos, devassos talvez,
Mas numa sensação de um sentir
Nunca antes sentido,
Mas secretamente desejado
E tantas vezes imaginado!
E de repente ali estavas tu, qual ninfa
Esbelta e provocantemente doce
Longe de mim e eu sem poder te tocar
Porque não existias!

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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