Confesso-me inexoravelmente
cansado,
Trocam-se os caminhos, sem
que eu entenda,
Admito que seja um momento, não
perpetuado,
Se tivesse força, aos
culpados daria uma reprimenda.
Instantes da vida que se
complicam,
Sorrisos que se tornam
esgares de tristeza,
Antes alegria, agora bocas
que suplicam,
Neste mundo cruel, onde
falta a franqueza.
Dizem que é a crise, que
temos de poupar,
Mas se toda a vida vivemos sem
abundância,
Para se ter algo, sempre se
teve que trabalhar,
Poucos seriam os que viviam
em abastança.
A minha certeza, é que somos
espoliados,
Como já o fomos em tantas outras
ocasiões,
Agora foi por esperteza de
banqueiros safados
E os políticos que nos
apertam por outras razões.
E aqui estamos nós, pobre
povinho, sem chiar,
Parecemos ratos encurralados
no nosso cantinho,
Já em outro tempo alguém
dizia, sem se expiar,
Pobrezinhos, mas honestos mas
em total desalinho.
José Carlos Moutinho
9/7/12
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