Ofereço o meu peito ao vento
sem alma,
numa impetuosidade sem
sentido, com raiva,
que eu recebo nesta
serenidade que me acalma,
não obstante a força que me
fustiga como saraiva.
Talvez seja eu que estou
mais sensível,
pela fragilidade dos
pensamentos
que me dominam a vontade,
controlam o meu coração
cansado
e me deixam a alma em
melancolia.
O passado absorve-me,
pela lembrança das emoções
vividas,
em momentos que a vida me
contemplou
e neste presente nostálgico,
a que me dou,
doí-me a razão das alegrias
perdidas
Ai...Que dor esta que tanto
me aflige,
quisera ser ave noctívaga,
esvoaçando pela noite escura,
em voos iluminados pelas
estrelas,
esquecer o passado que me
persegue,
encontrar outro rumo ou
aventura.
Agora, o vento que me grita
e castiga,
Juntamente com a chuva que
cai forte,
alaga o meu rosto sofrido
pela sorte
e arrasta as lágrimas da
minha fadiga.
José Carlos Moutinho
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