sexta-feira, 4 de setembro de 2015

As marés eram sorrisos





Os dias empalidecem nos suspiros do entardecer,
Voam secos os ventos soprados pelo desatino,
O sol esconde-se nas mágoas do atroz viver
No horizonte, a linha traça qualquer destino.

Sobre o mar encrespado pelas ondas da vida
Espargem maresias dos instantes perdidos
Temperando com dureza a saudade sentida
De quando as marés eram sorrisos sentidos.

Mas os mares em permanente marulhar
Inventam versos das profundas entranhas
Em canções de coragem a quem o navegar
Com velas hasteadas ou por forças estranhas.

Tal como este navegar por mar desconhecido
É o longo caminhar pelas estradas castigadas
E acinzentadas, por ruelas e becos sem sentido
Quando do desejar nascem recusas soluçadas.

Talvez, quando a alvorada despertar o amanhecer
Traga a luz da esperança que ilumine a amargura
Que durante a noite se acoitou na escuridão do sofrer,
Acabe com a infelicidade e dê à vida mais brandura.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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