...
Chovia suavemente,
as gotas escorriam-lhe pelo rosto
misturando-se com o suor do cansaço,
indo inundar o peito daquele ser desconhecido
de todos e do mundo!
Caminhava pela calçada velha e castigada,
carregando nas costas um saco velho de coisas velhas,
eram trapos e papéis, desperdícios da futilidade,
que fariam a riqueza daquele homem,
cansado pela fome,
castigado pela vida sofrida e perdida!
Será que aquele infeliz esfarrapado
tem coração e alma,
ou perdeu-os na ruas calçadas por frias pedras,
onde não existem coração nem alma,
neste nosso mundo indiferente e soberbo?
José Carlos Moutinho
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