tento eu, agarrar as palavras,
colá-las às minhas emoções
desejando plasmá-las nas memórias do futuro
mas as palavras, rebeldes,
insurgem-se, gritam-me que só posso usá-las
para as fixar no papel das minhas ilusões,
porque o futuro não me pertence!
Agora sou eu, que inquieto me revolto
com o dizer das palavras,
que eu sempre acararinhei,
e num esgar de desalento,
recusei-me, simplesmente a escrever
ausentando-me destas estrofes
que eu imaginara criar
com a simpatia das palavras,
pobre de mim,
que ousei pensamento ambicioso,
porém, impossível,
que se tornou tão triste…
e doloroso na mais profunda essência
dos meus sentimentos,
quedei-me no silêncio da minha singeleza
e prometi-me, não voltar a usar as palavras,
com pensar poético,
porque esse direito, certamente,
é pertença dos poetas
José Carlos Moutinho
1/10/2023
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