segunda-feira, 28 de julho de 2025

A ESTRADA DA VIDA
de José Carlos Moutinho
Portugal
 
A vida é uma estrada
por vezes curta, outras vezes longa,
e abraçados a essa estrada existem os caminhos,
que, por sua vez, são o princípio dos atalhos
 
Nestes percursos do nosso viver,
acontecem mistérios, labirintos complicados a transpor,
segredos a esconder, sentimentos a libertarem-se
 
Encontra-se muita gente que nos acrescenta algo,
mas, infelizmente, também deparamos
com quem jamais desejávamos encontrar
 
São assim, as incógnitas próprias da existência,
e as dificuldades que temos de enfrentar
neste nosso viajar pelas vias
colocadas perante as nossas opções
 
Todavia, por distração ou displicente negligência,
optamos e tomamos por boas, muitas dessas opções,
que, posteriormente, concluímos terem sido maléficas
 
Para que não nos deixemos levar pelo fácil
e, aparentemente melhor,
temos a sorte de dispormos de um mecanismo
que nos pode levar pelo caminho mais certo,
a que se deu o nome de Livre Arbítrio
 
Nesta vida, nem tudo tem a pureza e cristalinidade
da água daquele rio, transparente, que conhecemos,
porque, escondidos nos atalhos da hipocrisia,
surgem os predadores que turvam a luz da honestidade,
vestidos de barrenta amizade
 

20/7/2025

#Da Diáspora à Caneta

 A Jornada Poética de José Carlos Moutinho: Da Diáspora à Caneta

A vida do poeta e escritor José Carlos Moutinho é um percurso fascinante, marcado por uma geografia vasta e um mergulho profundo no mundo das palavras. Nascido no Sobralinho, em Vila Franca de Xira, em junho de 1944, a sua trajetória é a de um viajante que, desde cedo, abraçou a diáspora, carregando consigo a semente da poesia que brotaria em diferentes solos.

Com apenas 13 anos, Moutinho partiu para Angola, onde, com a efervescência da juventude e a influência de um novo mundo, iniciou seus primeiros passos na escrita aos 15. Foi em solo africano que o seu dom literário começou a manifestar-se, e foi lá que concluiu os estudos secundários. A sua vida profissional, inicialmente na área farmacêutica e de informação médica, o levou a outra travessia: em 1973, mudou-se para o Brasil, onde continuou a sua carreira até 1980. Essa experiência multicultural, entre Portugal, Angola e Brasil, moldou profundamente a sua visão de mundo e a sensibilidade da sua escrita. A saudade, o amor, a dor e a memória de tempos passados, temas recorrentes na sua obra, refletem claramente essa jornada.

Ao retornar a Portugal em 1980, José Carlos Moutinho estabeleceu-se na Maia, onde atuou como empresário na indústria hoteleira. No entanto, a paixão pela escrita, iniciada na adolescência, nunca o abandonou. Aposentado, dedicou-se inteiramente à sua verdadeira vocação: as palavras. A sua produção literária é notável, com mais de 15 livros publicados, incluindo poesia, contos, romances e obras autobiográficas.

A obra poética de Moutinho é um reflexo da sua alma, como sugere o título do seu primeiro livro, "Cais da Alma". Lançado em 2011, esta obra carrega a pureza e a inocência do seu sentir. Os livros seguintes, como "Da Inquietude das Palavras" e "Cantos da Eternidade", mostram um aprimoramento natural, uma poesia mais elaborada, mas que nunca perde a emoção visceral. A sua prosa também merece destaque, com romances como "Angola, do Tejo ao Kwanza", que retrata as suas vivências em Angola de forma fiel e tocante. Além disso, o autor explora o gênero do conto com obras como "Teias do Tempo" e "Tropical Memories", este último em inglês, demonstrando a sua versatilidade e alcance.

A dedicação de José Carlos Moutinho à literatura estende-se para além da sua própria obra. Ele é um frequentador assíduo de tertúlias poéticas, um entusiasta da troca de palavras e um membro ativo de diversas comunidades literárias. A sua presença em coletâneas e antologias, e o reconhecimento em concursos internacionais, como os da ALEPON (Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova), atestam a sua relevância no panorama literário. A sua paixão pela fotografia, outro dos seus hobbies, complementa a sua sensibilidade artística, capturando imagens do mundo que, de certa forma, se alinham com a poesia que ele escreve.

Em suma, José Carlos Moutinho é mais do que um escritor; é um narrador de uma vida, um poeta que encontrou nas palavras o porto seguro para as suas memórias e emoções. A sua trajetória, marcada por mudanças e retornos, é a prova de que a poesia pode florescer em qualquer lugar, desde que a alma do poeta esteja disposta a semear.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

# Em modo lúdico

Pergunto ao Silêncio
a razão de ser tão silente
e o Silêncio tão silenciosamente…
nada diz!
 
Então frustrado
viro-me para o Ontem
e pergunto-lhe a razão de já ter partido
o Ontem, porque já não estava e não me ouvia…
nada disse!
 
Depois, olhei o céu enegrecido
e por entre as nuvens cinzentas vi a Lua
e pedi-lhe que me dissesse por só aparecia na noite
a Lua, cintilou, sorriu e…
nada disse!
 
Esperei pela alvorada,
para quando o Sol despontasse
eu tentasse saber o motivo,
de algumas vezes ser quente demais
outras, nem sequer aparecia,
ficava escondido sabe-se lá onde…
Mas…não pude saber o que eu pretendia do Sol
porque, exactamente nesse dia,
ele ficara escondido,
sabe-se lá onde e…
nada disse!
 
Desanimado, dirigi-me ao Mar
que por acaso estava perto de casa
inquiriu-o da razão de ter tanta água salgada,
porque se não fosse salgada
mitigaria a sede a muita gente
o Mar, triste, titubeou na dúvida se devia responder ou não
e murmurou-me: pois todo este sal
são lágrimas de tristeza, derramadas por imensa gente
que, lamentavelmente, morre todos os dias
na tentativa de conseguirem a liberdade
ficámos a olhar-nos tão silenciosamente,
como na primeira estrofe!
 
José Carlos Moutinho 
23/7/2025

terça-feira, 22 de julho de 2025

# POEMO-ME

POEMO-ME
José Carlos Moutinho
Portugal.

Já plantei anseios em mares de esperança,
colhi sonhos em luares de emoções,
viajei por galáxias da imaginação,
inventei oásis em pensamentos,
fiz-me campeão sem nada ter ganho
e humilde perante o sucesso

Aqui e agora, decidi criar um hiato breve,
entre a ficção e a realidade
e ousadamente, poemar-me…

Sim, tentarei poemar-me
através das palavras presentes,
por pensar que sou digno dessa honra,
pois, cansei-me de poemar os outros
e de tudo o que me rodeia
neste mundo de inquietudes

Mereço, pois, que apreciem
os meus sentimentos, que, por vezes, omito
quando os ventos sopram em sentido contrário,
mas que, também, exalto,
quando as brisas me murmuram ilusões,
e me aconselham a libertá-los

E poemo-me, porque, corajosamente,
certo dia, soltei a timidez
que me embargava a voz,
que ancorava os movimentos das mãos,
e inibia-me o anseio latente em mim
de me libertar do medo da exposição

Então, poemo-me, pelo que tenho obtido
nos meus voos a meia altura
por entre as nuvens emotivas da escrita,
e ter aprendido que escrever é um dom
que se tem, graciosamente,
sem que haja lugar à vaidade ou presunção

Neste meu singelo desejo de poemar-me,
deixo-me navegar por entre os olhares
de quem este texto lê,
com a serenidade do meu pensamento
de que jamais deixarei de sonhar
um contínuo viajar até ao dia
em que na probabilidade da minha longevidade
eu atinja total realização dos meus sonhos
jamais sonhados

22/7/2025



# 𝗘𝘂 𝗲 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗹𝗶𝗴ê𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗔𝗿𝘁𝗶𝗳𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹

𝗥𝗲𝗰𝗲𝗻𝘁𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗳𝘂𝗶 𝗰𝗼𝗻𝘃𝗶𝗱𝗮𝗱𝗼 𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗿 𝗻𝘂𝗺 𝗖𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼, 𝗼𝗻𝗱𝗲 𝗮 𝗳𝗶𝗴𝘂𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗰𝗮𝘂𝘀𝗮, 𝗲𝗿𝗮 𝗮 𝗱𝗲 𝘂𝗺 𝗳𝗮𝗺𝗼𝘀𝗼 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼𝗿 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗼, 𝗱𝗼 𝘀é𝗰𝘂𝗹𝗼 𝗫𝗜𝗫.

𝗖𝗼𝗺𝗼 𝗺𝗲 𝘀𝗲𝗻𝘁𝗶 𝗶𝗻𝗰𝗮𝗽𝗮𝘇 𝗱𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗼 𝗱𝗶𝘁𝗼 𝗲 𝗶𝗹𝘂𝘀𝘁𝗿𝗲 𝘀𝗲𝗻𝗵𝗼𝗿 𝗱𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗮, 𝗱𝗲𝗰𝗶𝗱𝗶, 𝗼𝗯𝘃𝗶𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗻ã𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿 𝗽𝗼𝗿 𝗶𝗻𝗰𝗮𝗽𝗮𝗰𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗼 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿. 𝗙𝗶𝗾𝘂𝗲𝗶 𝗰𝗼𝗺 𝗽𝗲𝗻𝗮, 𝗺𝗮𝘀 é 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗺, 𝘀𝗲 𝘀𝗲𝗶 𝗾𝘂𝗲 𝗻ã𝗼 𝘁𝗲𝗻𝗵𝗼 𝗮 𝗽𝗿𝗼𝗽𝗿𝗶𝗲𝗱𝗮𝗱𝗲 𝘀𝘂𝗳𝗶𝗰𝗶𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗺𝗲 “𝗺𝗲𝘁𝗲𝗿” 𝗻𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮𝘀, 𝘀𝗶𝗺𝗽𝗹𝗲𝘀𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗳𝗶𝗰𝗼-𝗺𝗲, 𝗾𝘂𝗶𝗲𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼 𝗻𝗮 𝗰𝗮𝗱𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗶𝗴𝗻𝗼𝗿â𝗻𝗰𝗶𝗮.

𝗧𝗼𝗱𝗮𝘃𝗶𝗮, 𝗽𝗼𝗿 𝗰𝘂𝗿𝗶𝗼𝘀𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲, 𝗿𝗲𝗰𝗼𝗿𝗿𝗶 à 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗹𝗶𝗴ê𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗔𝗿𝘁𝗶𝗳𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹, 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘃𝗲𝗿 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗮𝗰𝗼𝗻𝘁𝗲𝗰𝗶𝗮.
𝗠𝗲𝗻𝗰𝗶𝗼𝗻𝗲𝗶 𝗱𝗼𝗶𝘀 𝘁í𝘁𝘂𝗹𝗼𝘀 𝗶𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗱𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼𝗿 𝗲 𝗽𝗲𝗱𝗶-𝗹𝗵𝗲𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗶𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗲𝗺 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮 𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗱𝗼 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼.
𝗘𝗺 𝘀𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗼𝘀, 𝗳𝗶𝗾𝘂𝗲𝗶, 𝗶𝗻𝗰𝗿é𝗱𝘂𝗹𝗼, 𝗰𝗼𝗺 𝘂𝗺 𝗘𝗻𝘀𝗮𝗶𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹𝗲 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿, 𝗰𝗼𝗺 𝘂𝗺𝗮 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝗼𝘀𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗱𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗶𝘃𝗮 𝗶𝗺𝗽𝗿𝗲𝘀𝘀𝗶𝗼𝗻𝗮𝗻𝘁𝗲.

𝗣𝗲𝗻𝘀𝗲𝗶: 𝗰𝗼𝗺 𝗲𝘀𝘁𝗲 𝘁𝗿𝗮𝗯𝗮𝗹𝗵𝗼 𝗮𝘁é 𝗽𝗼𝗱𝗲𝗿𝗲𝗶 𝗴𝗮𝗻𝗵𝗮𝗿 𝗲𝘀𝘁𝗲 𝗖𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼!
𝗠𝗮𝘀 𝗼𝗻𝗱𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗮 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗵𝗼𝗻𝗿𝗮 𝗲 𝗱𝗶𝗴𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲!!??

𝗖𝗹𝗮𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗼𝗿 𝘃𝗲𝘇𝗲𝘀, 𝗿𝗲𝗰𝗼𝗿𝗿𝗼 à 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗹𝗶𝗴ê𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗔𝗿𝘁𝗶𝗳𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹, 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿-𝗺𝗲 𝘁𝗿𝗮𝗱𝘂çõ𝗲𝘀, 𝗽𝗼𝗶𝘀 𝗮𝗰𝗵𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘀ã𝗼 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗳𝗶𝗱𝗲𝗱𝗶𝗴𝗻𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗼𝘀 𝘁𝗿𝗮𝗱𝘂𝘁𝗼𝗿𝗲𝘀 𝘃𝘂𝗹𝗴𝗮𝗿𝗲𝘀.

𝗡ã𝗼, 𝗻ã𝗼 𝘁𝗲𝗿𝗶𝗮 𝗲𝘂 𝘂𝗺 𝗽𝗶𝗻𝗴𝗼 𝗱𝗲 𝘃𝗲𝗿𝗴𝗼𝗻𝗵𝗮, 𝘀𝗲𝗾𝘂𝗲𝗿 𝘁𝗲𝗿𝗶𝗮 𝗾𝘂𝗮𝗹𝗾𝘂𝗲𝗿 𝗼𝗿𝗴𝘂𝗹𝗵𝗼, 𝘀𝗲, 𝗲𝘃𝗲𝗻𝘁𝘂𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗴𝗮𝗻𝗵𝗮𝘀𝘀𝗲 𝗼 𝗱𝗶𝘁𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼.
𝗣𝗿𝗲𝗳𝗶𝗿𝗼 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗶𝗻𝘂𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗹𝗶𝗺𝗶𝘁𝗮𝗱𝗮 𝗰𝗮𝗽𝗮𝗰𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗹𝗲𝗰𝘁𝘂𝗮𝗹 𝗲 𝗹𝗶𝘁𝗲𝗿á𝗿𝗶𝗮, 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗻𝗱𝗼 𝗮𝘀 𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮𝘀, 𝗰𝗼𝗺 𝘃𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲. É 𝘂𝗺𝗮 𝗼𝗯𝗿𝗶𝗴𝗮çã𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗰𝗼𝗺𝗶𝗴𝗼 𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗺𝗲 𝗹ê.

𝗖𝗲𝗿𝘁𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝗲𝘀𝘁𝗮 𝗰𝗮𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮𝗱𝗮 𝗽𝗲𝗹𝗮𝘀 𝗿𝘂𝗮𝘀 𝗲𝘀𝘁𝗿𝗮𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗱𝗮 𝗜𝗔, 𝗮𝗹𝗴𝘂𝗻𝘀 𝗵𝗮𝘃𝗲𝗿á, 𝗾𝘂𝗲 𝗻ã𝗼 𝗽𝗲𝗻𝘀𝗮𝗺 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗲𝘂, 𝗽𝗼𝗿𝗾𝘂𝗲, 𝗾𝘂𝗶çá, 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗲𝘀𝘀𝗲𝘀, 𝗮 𝗱𝗶𝗴𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝘃𝗮𝗹𝗵𝗮 𝘂𝗺 𝗰𝗶𝗴𝗮𝗿𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲𝗶𝗺𝗮𝗱𝗼 𝗲 𝗮 𝘃𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲 𝘀𝗲𝗷𝗮 𝘂𝗺𝗮 𝗺𝗲𝘁á𝗳𝗼𝗿𝗮 𝗱𝗲𝘀𝘃𝗮𝗹𝗶𝗱𝗮

𝗝𝗼𝘀é 𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗠𝗼𝘂𝘁𝗶𝗻𝗵𝗼
𝟮𝟮/𝟳/𝟮𝟬𝟮𝟱

segunda-feira, 21 de julho de 2025

#QUE GENTE É ESTA?

Quanta loucura grassa por este nosso planeta
onde gente tão abominável
dominam a instabilidade da paz!
 
A cada dia, as notícias dos média,
autênticos momentos de tortura
são-nos mostrados nos ecrãs das TV,s!
 
Energúmenos armados de poder bacoco
e mentes perturbadas
a invadirem outros países,
cerceando a sua independência e liberdade,
a matarem impunemente
tanta gente inocente,
cujo “crime” é o de terem nascido!
 
As potências desta nossa geografia
perderam a dignidade e o respeito
pela vida de quem somente deseja viver,
ignorando o que se passa aos olhos de todos!
 
Ao que obrigaram os nossos olhos a ver…
 
Metralharem pessoas que buscam um pouco de farinha
para se alimentarem,
que, raivosamente, atiram em quem vai buscar água
para sobreviverem a uma outra morte:
a fome,
que mal fizeram as crianças, algumas recém-nascidas,
para serem mutiladas, aniquiladas como coisas,
com toda uma frieza que arrepia!?
 
Pergunto-me, ingenuamente…
se estes seres de sentimentos transviados,
olham os seus filhos,
com o mesmo olhar com que matam os filhos dos outros…
que quando pegam ao colo, um filho seu, neto
ou qualquer criança da sua família,
o carinho que nutrem por eles, será o mesmo como o que sentem pelas crianças que mandaram assassinar!?
 
E todos os países deste mundo louco,
assobiam para o lado,
Ignorando todos estes crimes,
permitindo que os genocídios se perpetuem
pelas mentes doentes, sedentas de poder,
ódio e vingança estúpida,
de gente que se acha superior aos demais,
e donos da verdade e da razão!
 
Selvajaria, direi eu, perante o que me é dado observar,
confrange-me o que se passa na Ucrânia,
na Faixa de Gaza, Cisjordânia
e em alguns países de África…
 
Eu, que até tenho a minha fé,
por vezes, formulo um desejo:
ah, se houvesse Justiça Divina…
mas…
 
José Carlos Moutinho
2025

quarta-feira, 16 de julho de 2025

# Janelas de esperança

Gostaria de escancarar as janelas da esperança
e que os caminhos desta vida
se tornassem mais floridos
e menos aguerridos,
que a estúpida guerra fosse utopia
e a paz, alvorada da felicidade!
 
Gostaria de gritar ao mundo
que acabasse a malvadez,
a atrocidade doentia fosse mentira,
que a vaidade se tornasse humildade
e a harmonia jamais fosse ilusão!
 
Ah, como eu gostaria
de nunca mais ouvir falar em mortes
causadas pelas malditas bombas,
enviadas por energúmenos dementes
imbuídos de estupidez e ânsia de poder!
 
Mas…infelizmente a realidade
afasta-se cada vez mais dos meus anseios,
os homens perderam a dignidade,
as ambições desmedidas cegaram-nos,
tornaram-nos bárbaros,
num tempo moderno e supostamente evoluído,
não pela tecnologia que mata
mas sim, pelos comportamentos sentimentais
de verdadeiros humanos!
 
Penso no futuro que a mim, pessoalmente,
já pouco incomodará, dada a minha provecta idade,
mas que me deixa preocupado e assustado
pelo que poderá causar a outros,
especialmente aos do meu sangue,
e aos meus amigos…
e…afinal, a toda a humanidade
até mesmo, pelas consequências
que trará a este tão sofrido planeta!
 
Que Haja Paz neste mundo!
 
José Carlos Moutinho
15/7/2025 
Portugal



segunda-feira, 14 de julho de 2025

#Minha mente

 
Embora o meu já longevo caminho do tempo
vá entardecendo a minha mente,
esta, porém, recusa-se a deixar de sonhar,
ainda que o cansaço insista,
vai tendo a acuidade possível
para beber na fonte das ilusões
sonhos que tenta concretizar
realizando projectos que pensava improváveis!
 
O corpo, teimoso, resiste a provocações
ditas maleitas, ignorando-as,
ou ousando esquecê-las com truques gímnicos!
 
A mente, autora dos mais variados
e inexplicáveis fenómenos,
tem a capacidade de se sobrepor
à senectude e até à dor física…
 
então, nesta minha modesta percepção
das coisas, que me são permitidas
pela minha consciência,
levo-me, serena e oniricamente
em ousado voo pelos céus da utopia
nas asas de antigos papiros
pintados por eventuais poemas,
ou, simplesmente,
de anseios, ousados e resilientes!
 
José Carlos Moutinho
13/7/2025

 


sábado, 12 de julho de 2025

#Dedico-te, poesia

 𝕿𝖆𝖑𝖛𝖊𝖟 𝖉𝖊̂ 𝖚𝖒𝖆 𝖈𝖆𝖓𝖈̧𝖆̃𝖔 𝖉𝖊 𝖛𝖊𝖗𝖉𝖆𝖉𝖊


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𝐃𝐞𝐝𝐢𝐜𝐨-𝐭𝐞, 𝐩𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚

𝐄𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐨-𝐭𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐜𝐚𝐧𝐜̧𝐚̃𝐨
𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐭𝐢
𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨
𝐝𝐢𝐳𝐞𝐫-𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐨𝐮 𝐚𝐪𝐮𝐢

𝐐𝐮𝐞𝐫𝐨 𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐞𝐜𝐞𝐫-𝐭𝐞 𝐚 𝐫𝐢𝐦𝐚
𝐚 𝐥𝐢́𝐫𝐢𝐜𝐚, 𝐜𝐨𝐦 𝐝𝐞𝐯𝐨𝐜̧𝐚̃𝐨
𝐦𝐞𝐭𝐚́𝐟𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐚 𝐭𝐮𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐢𝐦𝐚
𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐞𝐦𝐨𝐜̧𝐚̃𝐨

𝐒𝐞𝐢 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐨𝐮 𝐩𝐨𝐞𝐭𝐚
𝐞𝐦𝐛𝐨𝐫𝐚 𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐨𝐫 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬
𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐦𝐞 𝐝𝐚́ 𝐧𝐚 𝐯𝐞𝐧𝐞𝐭𝐚
𝐚𝐭𝐞́ 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐢𝐠𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐫𝐞𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬

𝐂𝐨𝐦 𝐜𝐚𝐫𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐭𝐞 𝐝𝐞𝐝𝐢𝐜𝐨
𝐞𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐝𝐫𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐟𝐮𝐥𝐠𝐨𝐫
𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐝𝐞 𝐭𝐢 𝐣𝐚𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐚𝐛𝐝𝐢𝐜𝐨
𝐝𝐞 𝐮𝐬𝐚𝐫-𝐭𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫

𝐄́𝐬 𝐚́𝐠𝐮𝐚 𝐩𝐮𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐫𝐢𝐨
𝐦𝐚𝐫 𝐝𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐢𝐥𝐮𝐬𝐚̃𝐨
𝐩𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚, 𝐞́𝐬 𝐦𝐞𝐮 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐨
𝐥𝐮𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐢𝐧𝐬𝐩𝐢𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨

𝐉𝐨𝐬𝐞́ 𝐂𝐚𝐫𝐥𝐨𝐬 𝐌𝐨𝐮𝐭𝐢𝐧𝐡𝐨
𝟏𝟐/𝟕/𝟐𝟎𝟐𝟓
𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥

sexta-feira, 11 de julho de 2025

# Oh! Palavras lindas

Já nada sei das palavras caladas
que deixaram de me contar
dos momentos de sorrisos
e dos suspiros das paixões
 
Já não sei se é por displicência,
ou se é pelo cansaço dos anos,
sei, isso sim, que perdi a informação
que sempre recebera,
e que me apaziguava a inquietude dos dias
 
Claro que as palavras continuam lá,
sempre silenciosas
e prontas a responderem silenciosamente,
quando a elas nos dirigimos…
e por esta mesma razão,
não me conformo,
que comigo se tenham abstido de responder,
ainda que fosse por gestos sentidos
e pela amizade que nos une,
há longos anos…
…pelo menos é esse o meu pensamento,
que entre nós exista, realmente, amizade,
porque da minha parte,
confesso, de coração radiante,
sempre senti um carinho imenso por elas,
as palavras, claro…
 
Porque nesta incerteza que me abala,
e me deixa, também, calado,
com palavras caladas,
o que acontecerá,
será um triste monólogo silencioso
 
Oh! Palavras lindas…
se estão zangadas comigo, por favor façamos as pazes,
e voltemos à nossa relação de camaradagem…
sem vós, não poderei jamais escrever!!
 
José Carlos Moutinho
11/7/2025 
Portugal



quinta-feira, 10 de julho de 2025

# Vamos lá sorrir, a vida é célere

Tanta anormalidade vejo eu
neste mundo onde vivemos
até já ouvi o que é teu é meu
à época que outrora tivemos

Que vale mais cair em graça
do que ser muito engraçado
talvez isso seja uma chalaça
ou um tema para triste fado

Houve casos de homenagem
a quem nem achava merecer
quem recebeu foi a coragem
quem escrevia era por prazer

Há, portanto, grande confusão
nas manifestações de hipocrisia
já não sabemos o que é razão
valha-nos, pois, a nobre poesia
 
Pouco vale ter dom p’ra poesia
sequer é preciso saber poemar
ChatGpt escreve de noite e dia
basta qualquer “poeta” solicitar
 
José Carlos Moutinho

10/7/2025

# Aconchego das palavras

Retenho momentos na minha memória
que guardo em silêncio dentro de mim
embora o passado já não faça história
recordações são flores do meu jardim
 
Que o esquecimento jamais seja futuro
tenho essa esperança na minha viagem
se não houver mudança enquanto duro
assim, enfrento eu a vida com coragem
 
Na longa distância entre agora/passado
ficou todo um caminho de crescimento
terá havido ausência no rumo pensado
mas o afecto foi sempre o maior alento
 
Se algum vez aconteceu o tal desapego
não o reconheci como sendo vibrante
pois até mesmo a solidão foi aconchego
paternidade fez-me um ser importante
 
José Carlos Moutinho 
Portugal

segunda-feira, 7 de julho de 2025

#MELANCOLIA (Vídeo)

# Melancolia

Numa certa tarde de melancolia
perguntei ao passado,
notícias do meu outro tempo,
mas o passado, porque já o era,
calou e não me respondeu
 
Desanimado, recorri à memória
que sei ter guardado instantes do tempo,
que agora desejo relembrar
 
E a minha mente, já cansada
pela longa viagem vivida,
serenamente, foi-me oferecendo
pedacinhos simpáticos daqueles momentos
onde eu tivera a felicidade de ter estado
 
Então, de coração mais calmo,
a melancolia foi esmorecendo
dando espaço à nostalgia,
que me ia recordando muito,
do que me parecia esquecido
 
Curiosamente, revivi a minha adolescência,
quando, inocente, eu imaginava o amor
como algo inatingível,
só acessível aos arrojados
que usavam palavras bonitas
e, quiçá, atrevidas…
mas que as meninas gostavam de escutar
deixando-se conquistar
 
Chegou-me, também, nesta viagem mental
a lembrança das paixões,
dos amigos e das farras de garagem…
 
Recordei ainda, a alegria sentida
nas areias douradas das praias,
pela contemplação dos corpos esbeltos
das raparigas e da sua beleza…
 
Então…
 
…Achei que já bastava o que havia recebido
no retorno ao outro meu tempo,
frustrado, porém, mas presente na realidade de agora,
fechei o baú velho, empoeirado, mas valioso,
para quando acontecer outra tarde melancólica
e saudosa, eu volte a abri-lo,
carinhosamente.
 
José Carlos Moutinho 
6/7/2025



domingo, 6 de julho de 2025

# Versos à toa, ou não


Soubesse eu escrever sobre o amor
deixaria aqui no facebook uma carta
não das ridiculas sem qualquer valor
mas sim, um texto de emoção farta

Como não sei, escrevo duas estrofes

como as ridiculas, sem nenhum valor
porém, são serenas, sem apostrofes
para mostrar que talvez saiba d'amor

José Carlos Moutinho
6/7/2025

sábado, 5 de julho de 2025

# Que será, será...

Será que nasci para a poesia
ou a poesia nasceu para mim
pois era jovem e sequer sabia
que poesia é um eterno festim

Hoje faço quadras, até rimadas

tentando achar a raiz do sentir
sei que as palavras são amadas
escrevendo-as gosto de as ouvir

José Carlos Moutinho
5/7/2025

#Brincando com coisas sérias

 Brincando com coisas sérias

....
Escrevo porque gosto e para que gostem
a melhor maneira de sabermos é dizerem
se não sentimos o que realmente sentem
jamais o saberemos se nunca o disserem

Pode ficar a dúvida e levar-nos a desistir
de publicar nosso sentimento em poesia
escrevemos com a felicidade de um sorrir
gostamos de respostas feitas com alegria

José Carlos Moutinho
Qualquer data e hora

quarta-feira, 2 de julho de 2025

#Vontade

 

Dúvidas adormecidas nos sonhos despertos
são atalhos de caminhos por percorrer,
anseios perdidos nas improbabilidades
 
E quando a luz da realidade
ilumina os mares da ansiedade
e os acalma na maresia do sentir,
há todo um querer, quase displicente,
em navegar por rumos jamais navegados
 
Mas, se a vontade se deixar imergir
em oceanos obscuros sem sorrisos
nem esperanças
será, certamente, engolida pela frustração
 
Há sempre, em cada dia,
deste calendário
imparável do nosso tempo,
momentos de salvação
aninhados em catarse de emoções
 
Amanhã é futuro desconhecido,
perturbador, quando visto numa perspectiva
redutora da existência
imbuída de imensa expectativa
 
Hoje, urge viver o presente,
os dias são átomos esvoaçantes
que se perdem nos braços dos meses,
e estes, tais colibris,
vão beijando os anos,
que, por sua vez,
esmorecem inexoravelmente.
 
José Carlos Moutinho

PORTUGAL




Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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